Resenha: ABC do Desenvolvimento – Marcelo Lopes de Souza
Por: Amanda Deluca • 16/5/2017 • Resenha • 388 Palavras (2 Páginas) • 458 Visualizações
Resenha: ABC do Desenvolvimento – Marcelo Lopes de Souza
Ao introduzir o livro, o autor pondera sobre questões pertinentes ao desenvolvimento das cidades e suas consequências. Sua intenção principal é desasnar impasses que são vistos, por uma parcela de pessoas, como respostas as problemáticas encontradas no âmago urbano, mas que na verdade só tendem a piorar a situação anteriormente encontrada. Para isso ele inicia a definição de cidade, algo de extrema complexidade, uma vez que um espaço visto como rural, pode ser apenas o empreendedor visando o futuro, para uma especulação e elevação do preço do terreno.
Ao se pensar antes da formação da cidade, todos os indivíduos necessitavam buscar seus alimentos, caso não quisessem poderia até morrer de fome. Mas com o sedentarismo, uns trabalhavam, enquanto outros não. Criando uma grande distinção. Concebendo uma seleção de trabalhos, enquanto uns ocupavam-se com a comida, outros com a defesa, entre outros assuntos pertinentes à época. Galgando no desenvolvimento de uma estrutura de poder e opressão, constituindo então a diferenciação entre dirigentes e dirigidos.
A violência é um dilema vivenciado pelas cidades, onde o quadro de segregação só tende a pior a situação. Intervenções que visassem esse distanciamento seria muito bem-vindo, uma vez que a interação diária quebra o preconceito. Visto que com a proximidade tendemos mais a tolerância e ao zelo. Aqui no Brasil é palpável o quanto a segregação ataca diretamente o meio ambiente, mas não é possível isentar os problemas sociais que caracterizam esta ação. Dado que estes são condicionados a realizar tais ações, por falta de opção. A escolha de transportes também se aplica aqui, a escolha da locomoção individual não é benéfica nem para o meio, nem para os usuários da mesma.
Para que um indivíduo entre em uma vida de ilegalidade, não é necessário apenas que se tenha pobreza e desigualdade, é necessário que isso seja visto como injusto. Para que se tenha uma desculpa para aceitação desta escolha, pois se for visto como um modo de recompensar, então torna-se atraente e aceitável. Em contraponto a população privilegiada fecha-se em condomínios fechados e cria jovens que veem o mundo fora dos muros como um local de perigo e hostilidade. Por conseguinte, a cidade se enclausura cada vez mais aumentando suas distâncias. É a prerrogativa do salve-se quem puder, que só piora o abismo existente, entre as classes sociais.
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