Resenha "NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS"
Por: Pedro Stringari • 29/3/2022 • Resenha • 744 Palavras (3 Páginas) • 264 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO
“NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS”
Pedro Henrique Stringari
Nós que aqui estamos por vós esperamos é um documentário produzido por Marcelo Masagão no Brasil no ano de 1999 e com seu lançamento em 2000. O longa-metragem possui duração de uma hora e treze minutos que é acompanhado da trilha sonora de Wim Mertens, elemento de grande importância para a obra, visto que para cada seção da mesma a melodia adequa-se passando de um estado de felicidade para tristeza e depois para suspense com naturalidade e harmonia. O documentário é composto apenas de fotos, arquivos, reportagens e música o que instiga no observador todos os tipos de emoção a cada simples acontecimento.
O documentário se passa no século XX e retrata os grandes ocorridos desse período, mostrando a diferença e evolução do passado ao presente. A obra mostra este grande avanço e mudanças que aconteceram na era industrial que logo passou para as “grandes histórias” das “pequenas pessoas” as quais fazem o observador pensar sobre a vida e a morte, a tristeza e solidão.
No início do filme é passado diversas imagens de ícones da época e imagens da Revolução Industrial, mostrando as novas invenções, máquinas, as mudanças e ocupações. Porém, Masagão mostra que para tudo se tem um preço e o preço dessa rápida e constante evolução/mudança histórica foi a felicidade e a vida de muitos que viviam naquela época, e com essas imagens ele abre os olhos do receptor para como a relação de vida e morte ao longo do tempo se tornou algo banal e comum através de simples guerras e ocorrências sem tamanha importância.
Ainda sobre a Revolução Industrial o documentário relata a aparição do icônico Ford T, carro que marcou muito a época, e como o novo sistema de montagem dele revolucionou a indústria automobilística da época. Entretanto, a carga horária da época se mostra extremamente alta que junto das leis trabalhistas não balanceadas e saudáveis, os trabalhadores comuns trabalhavam muito e ganhavam pouco, provando novamente a falta de importância da vida do indivíduo.
Ao longo da obra as “pequenas pessoas” passam de ser coadjuvantes e passam a ser os atores principais, deixando de forma suave que cada um tem sua história mesmo que não apareça em um livro escolar. No decorrer do longa o autor relata histórias de diversas pessoas como o alfaiate, os soldados, telefonistas, a lanterninha e junto disso ele diz “Numa guerra não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem uma namorada. Uma acumulação de pequenas memórias...”, ou seja, toda história, acontecimento ou evento é formado por milhares de histórias e cada uma com sua importância.
O autor discorre no documentário sobre os ditadores, citando o comportamento deles, suas personalidades e conforme os textos vão passando nele o observador percebe relações entre esses grandes nomes. A paranoia é outro ponto mostrado que é exibido de forma distorcida como forma de passar uma ideia de diferença entre o pensamento dessas figuras e o senso comum.
O feminismo foi um tema que apareceu fortemente na obra e mostra que ele foi um movimento muito importante do século XX para a conquistas da igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas. Nele é possível ver as lutas, protestos, manifestos e muito trabalho e união para que as mulheres conquistassem todos os direitos básicos que um ser humano deveria possuir.
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