Resenha - O desenvolvimento da arquitetura gótica a partir da filosofia escolástica.
Por: bicgran • 25/4/2023 • Resenha • 315 Palavras (2 Páginas) • 108 Visualizações
FREITAS, Eduardo Pacheco. O desenvolvimento da arquitetura gótica a partir da
filosofia escolástica. Nuntius Antiquus v. 9, n. 2, p. 201–220, 2013. DOI:
10.17851/1983-3636.9.2.201-220.
O texto procura nos transmitir, principalmente, a ideia de que a arquitetura gótica dos
séculos XII e XIII tem relação direta com a filosofia da escolástica. Essa ideia é
sustentada ao longo da escrita transparecendo suas similaridades, não apenas
temporais, mas também geográficas e metodológicas. As cidades medievais
passaram por mudanças mentais e materiais que afetaram os templos religiosos, que
antes no período românico estabeleciam uma relação de bem e mal, sendo a catedral
uma fortaleza que protege do perigo afora; no período gótico, a catedral forma um
vínculo transcendental com seu espectador, uma relação de intimidade com o Céu
através de sua verticalidade, um ambiente celeste por meio da luz natural que
atravessa os vitrais, uma mensagem visual para também atrair novos fiéis.
Ensinamentos ganham vida em cenas que permitem experiência sensorial com os
devotos, uma forma de relembrar e perpetuar o conhecimento acerca dos evangelhos.
Com o acesso à educação tendo se estendido para além de somente os cleros, surgiu
também a filosofia da escolástica, que justifica a fé por meio da razão, colocando
estas duas lado a lado. E, no texto é feito um paralelo com palavras chave, por
exemplo: harmonia e ascensão; fé e razão; complexidade e requinte; formalidade e
sutileza; essas palavras serviriam para caracterizar tanto o gótico como a escolástica.
Além disso, existem três exigências mínimas esquemáticas acerca da escolástica,
que se aplicam também na arquitetura gótica segundo o texto, que são elas a clareza,
a completude e o ordenamento. Ademais, é observado nas catedrais o manifestatio,
e a concordantia, termos esses que também encontramos na escolástica. Por fim, a
ideia de que a arquitetura é um registro, tanto cultural, como social, sendo mais
resistente e durável que um livro, por exemplo, é filosófica e religiosa ao mesmo
tempo, pois quer dizer que a arquitetura pode ser lida por todas as gerações,
pensamento com uma certa racionalidade, nos remetendo assim, à escolástica
também.
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