Resenha teoria arquitetura
Por: Rafaela Sánchez • 13/11/2016 • Ensaio • 1.060 Palavras (5 Páginas) • 520 Visualizações
Arquitetura e Urbanismo PUC-GO
TH-V
Aluna: Rafaela Sanchez
Resenha crítica do livro A corrida para o séc. XXI – O Loop da montanha Russa
O livro “No Loop da Montanha Russa”, de Nicolau Sevcenko, Editora Schwarcz LTDA São Paulo, ano de 2004, acompanha fatos que ocorreram durante o séc. XVI até o séc. XX e que influenciaram e modificaram pensamentos e ideias do séc. XXI junto com a globalização. O autor compara a ascensão e o declínio desse períodos à uma montanha russa, de modo que qualquer público possa acompanhá-lo de forma simples e satisfatória.
Minha leitura foi extremamente fácil e rápida, devendo isso à forma como o livro foi redigido, sempre com comparações, críticas e fatos. Ele primeiramente dividiu a experiência da montanha russa em três partes, sendo a primeira a subida, que ele compara com a ascensão persistente, calma e silenciosa que nos ergue e nos deixa otimistas. Quando nos encontramos no topo, começamos a olhar os outros de forma superior, nos agigantamos, representando meados do sec. XVI até começo do séc. XIX, com o desenvolvimento tecnológico das Elites da Europa Ocidental, ou a Revolução Industrial, dando-lhes o controle de partes do mundo. A segunda fase é a queda brusca, onde a população perde o controle dos acontecimentos, se referindo à Revolução Científico-Tecnológica de 1870. Tal revolução também fora responsável pela Grande Guerra, em que o avanço continua logo após seu fim, mas mesmo assim a população fica em estado de alerta por medo de destruição iminente. A terceira fase é voltada ao período anterior ao nosso, a Revolução da Microeletrônica, onde as pessoas perdem a capacidade de previsão, resistência e entendimento e se deixam levar.
O autor tenta com o livro, evitar que esta estagnação prevaleça, elaborando um programa preventivo a essa passagem do séc. XX para o séc. XXI, defendendo que a técnica não pode abolir a crítica, porque quando se perde isso, se perde a identidade, além de fazer um estudo entre a sociedade e as inovações. Realmente o fato de que as grandes multinacionais manipulam o Estado de tal forma que ele se torna uma marionete me fizeram pensar, e acredito que têm bases muito fortes de veracidade. O Estado se vende, as grandes empresas os obrigam a cobrarem menos impostos, e mais da população. Exige a diminuição do incentivo à programas de cunho social, porque programa social é péssimo para o capitalismo não é verdade? Esses acontecimentos sugam o bem-estar de uma sociedade inteira, ocasionando desemprego (se o Estado não atende às exigências, as empresas simplesmente abandonam e seguem para o próximo), desigualdade social, onde o rico cada vez mais acumula bens e o pobre é jogado a escanteio, o declínio do espaço público, já que apenas o privado dá lucro, e claro, o aumento da violência já que medidas socioeducativas foram banidas.
Cada parágrafo do livro me fez parar e refletir em como vivemos em um mundo de ganância e hipocrisia. Quero evidenciar aqui então um excerto: “Quem pode mais terá mais e do melhor, quem tem menos poder de compra e negociação será empurrado para as margens ou para fora do sistema, será visto como vítima de sua própria falta de iniciativa, incapacidade produtiva ou inadaptabilidade à vida moderna.” Aqui no Brasil podemos vivenciar esse tipo de pensamento por toda a parte. A classe média e alta acredita que programas sociais são “desculpa para vagabundo não trabalhar”, ou que pessoas que vivem em favelas, comunidades ou na rua estão lá porque não se esforçaram o bastante. Acredito que devemos pensar fora da caixa e analisar o contexto e a história, já que a população negra até o século passado foi sucateada, explorada e marginalizada de tal forma que, mais de cem anos ainda não conseguiram reverter essa realidade. Mas como citado no livro, as pessoas vivem do aqui e agora, passam pelo outro tão rapidamente, que só têm tempo para analisar se elas se vestem adequadamente ou usam produtos que agregam valor. Mas que valor seria esse? Ficamos tão escravos das máquinas e da velocidade que hoje nos comportamos como uma.
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