Resenha do Livro A Concepção Estrutural e a Arquitetura
Por: camilarribeiro • 14/8/2021 • Resenha • 3.038 Palavras (13 Páginas) • 295 Visualizações
Resenha do Livro A Concepção Estrutural e a Arquitetura
Capítulo 01
Conceituação dos Fenômenos Físicos que ocorrem nos Sistemas Estruturais.
Estrutura
À princípio, estrutura é tudo que se sustenta, e pode ser vista em diversas ocasiões, não só nas edificações. Na música, com a união de sons, surgindo uma melodia; na poesia, a junção das palavras que ocasionam versos e nas cidades, agindo como um conjunto de ruas, vias, praças que se unem e se interlaçam, para que as pessoas possam circular, ir de um ponto a outro. Todos agindo como um sistema, com elementos que se relacionam entre si para desempenhar uma determinada função.
Estrutura como caminho das forças
Na estrutura das edificações, o agrupamento dos elementos (estrutura), torna-se a trajetória pelo qual as forças caminham, até chegar ao solo.
O percurso natural que as pessoas e as coisas tendem a seguir, é o da vertical, mais rápido e prático. Porém se for imposto uma trajetória com desvios e curvas, haverá um maior esforço e desgaste. Assim acontece com as forças, quando é obrigada a sair da sua trajetória natural, a vertical.
No caminho das forças até o solo, pode-se usar poucos ou muitos caminhos:
Estrutura com diversos caminhos, geralmente são mais estreitas.
DESENHO 1
Estruturas com poucos caminhos, tem maior acúmulo de forças em cada um, sendo assim mais largos.
DESENHO 2
Melhor solução estrutural
Então, qual a melhor solução? Muitos ou poucos caminhos?
Depende.
Depende de como será usada a estrutura, por quem e onde.
Um exemplo claro é a necessidade de apoiar uma estátua sobre uma estrutura.
Proposta 1: Um único pedestal para sustentar a estátua, com caminho curto, da carga até o solo
DESENHO 3
Proposta 2: Supondo-se que além de apoiar a estátua, é necessário que haja um caminho que permita a passagem dos pedestres.
DESENHO 4
Proposta 3: O espaço sob estátua seja o maior possível
DESENHO 5
A melhor solução é aquela que procura da melhor forma possível resolver os requisitos impostos, incluindo materiais, estética, economia e tempo. Sempre obedecendo uma hierarquia de importância, de forma que a solução encontrada atenda os mais importantes, sem deixar de atender bem os menos importantes.
Quem concebe a estrutura?
Se tornou quase um preceito a ideia de quem faz a estrutura de uma edificação é o engenheiro. Porém, isso é um grande engano.
Existe uma diferença entre conceber a estrutura e dimensiona-la, para que consiga exercer sua função.
Conceber está diretamente ligado a entender e ser capaz de passar a diante essa informação, não significa necessariamente criar, materializar. É saber que tem uma possibilidade de realmente existir uma estrutura, e sua a relação com o entorno daquele espaço. Além disso, é importante ter consciência dos sistemas capazes de transmitir as possíveis cargas ao solo de forma natural, e escolher seus materiais de forma correta para melhor adaptação aos sistemas.
A estrutura está diretamente ligada a forma e vice e versa, e consequentemente aos materiais e aos processos para materializá-la.
Quando o profissional cria a forma e a ideia, e passa a diante a concepção da estrutura para outra pessoa, corre o risco de ver seu projeto sendo executado de forma equivocada.
O papel do cálculo estrutural
O cálculo estrutural vai definir a estrutura necessária para a sustentação da construção. Prevendo o comportamento das estruturas em relação aos esforços aplicados a elas, além de possíveis deformações ao longo da vida útil delas.
Porém, é de extrema importância estar ciente de que por mais precisos que sejam os cálculos, nem sempre pode-se chegar à precisão da realidade. Sendo assim, simplificações e pressupostos nem sempre realista são feitos para melhor processamento dos cálculos envolvidos.
O cálculo é uma forma de se comprovar e corrigir o que foi idealizado.
Geometria dos elementos estruturais
A resistência dos materiais é muito relativa, o aço por exemplo não é capaz de suportar seu próprio peso quando disposto em pé, e muito menos manter uma forma reta quando apoiado em seus extremos. Porém quando é pendurado é extremamente eficiente para suportar peso aplicado na direção de seu eixo.
DESENHO
Assim é constatado que não é apenas a resistência do material que garante a um elemento estrutural a capacidade de aguentar cargas. Sua forma é muitas vezes é determinante.
Um exemplo fácil pra essa percepção é uma folha de papel que não é capaz de suportar a si mesma quando se projeta pra fora da mão, entretanto se for dada uma curvatura a mesma, ela passa a ter mais rigidez e estabilidade e assim suportar forças perpendiculares.
Quando as suas relações geométricas, os elementos estruturais podem ser classificados em 3 tipos básicos: O bloco, a barra e a lâmina.
BLOCO
Elementos estrutural em que que suas dimensões apresentam a mesma grandeza.
DESENHO
A=B=C
Apenas um bloco sozinho, não é capaz de servir como estrutura, mas juntos, sendo aplicados à uma força externa, servindo para aproximá-los, sem escorregar, é possível com a ajuda de cabos de protensão.
DESENHO.
BARRA
A barra é um elemento estrutural em que um de seus lados (o comprimento) é maior em relação aos outros. (largura e a altura da secção transversal)
DESENHO
B=A>C
Diferente do bloco, a barra pode ser usada sozinha, sem associações.
Sendo de utilidade mais ampla, pode ser usada para pendurar cargas, como um cabo
DESENHO
Para apoiar cargas
DESENHO
Como um pilar
DESENHO
Ou vencer vãos
DESENHO
LÂMINA
É um elemento estrutural em que duas das suas dimensões (comprimento e largura), prevalece a uma terceira (a espessura)
Muitas Estruturas podem ser classificados como lâmina, cada uma com suas características estruturais únicas:
LONA DE CIRCO
Qualquer mudança da posição de um desses elementos resultará em uma nova forma
DESENHO
(no desenho) As lâminas que tem características a lona de circo são chamadas de membranas, que são lâminas bem finas e que tem resistência apenas no seu plano.
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