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Resenha do capítulo: A cidade do Capital, do Livro O que é Cidade?

Por:   •  17/6/2018  •  Resenha  •  786 Palavras (4 Páginas)  •  1.274 Visualizações

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Resenha do capítulo: A cidade do Capital, do Livro O que é Cidade?, de Raquel Rolnik.

Raquel Rolnik explica a transformação das cidades, discorrendo tanto sobre a segregação social quanto territorial. Para tanto, a autora faz uma breve retomada histórica, onde relaciona as mudanças morfológicas e sociais da cidade atual com exemplos clássicos do desenvolvimento das vilas feudais do século XVI.

A análise é sobre a o segundo capítulo do Livro “O que é Cidade?” e leva o título de “A Cidade do Capital”. Uma obra da arquiteta e urbanista Raquel Rolnik que disserta sobre acerca de fenômenos urbanos.

O capítulo inicia com a abordagem da cidade-vila feudal - feudos, onde os servos são responsáveis por uma produção agrária de subsistência, e as construções aproveitam-se dos recursos naturais do terreno. Outra questão apontada é a transição de uma economia baseada na produção de subsistência para uma economia mercantil, tem-se o início do processo de transformação do espaço urbano.

Iniciada com a mudanças econômicas, a transformação da vila medieval em cidade-capital propicia uma reorganização radical na forma das cidades, com foco no comércio do espaço, na divisão social e no poder.  No encerramento do capítulo, com um embasamento nesta retomada histórica do desenvolvimento das cidades, a autora refere-se sobre a questão da segregação espacial.  

Nas cidades-vilas feudais, os senhores detinham o domínio territorial, parcela destas terras eram destinadas aos servos. A economia do feudo era basicamente uma economia de subsistência, onde a produção era voltada para os próprios produtores. Estas cidades conformavam-se morfologicamente por ruas tortuosas e “quadras” não regulares, tudo devido ao método de ocupação do sítio, onde a apropriação espacial era conforme as necessidades das pessoas que migravam do campo, sem nenhum tipo de organização. Também sobre a morfologia urbana, a apropriação dos recursos naturais era usada em proveito da arquitetura de defesa.

Com a mudança da tipologia econômica, passando de subsistente à mercantil, tem-se os primeiros reflexos na conformidade espacial das cidades. Os senhores feudais começam a pressionar os servos por maiores quantidades na produção. Esta produção excedente é revertida em moeda, consequentemente uma maior fomentação da economia. Concomitantemente com a pressão exercida pelos senhoris, maiores porções de terras sendo arrendadas e o crescimento da cidade, os servos viam uma possibilidade de libertação, desprendendo-se dos campos e partindo para a cidade – “o ar da cidade liberta”. Em um primeiro momento as cidades ampliavam as chances de trabalho para os servos, porém, posteriormente esta migração também abarca os poderosos.

O espaço urbano das cidades é reorganizado de forma radical, onde o aumento populacional das cidades, fomentado pela nova postura econômica adotada, faz com que surja um novo grupo – enriquecidos pelas atividades mercantis. Este grupo não compunha-se por nobres feudais nem por servos. Esta reorganização morfológica tem princípio na comercialização do espaço territorial, onde quem tem mais posses mora em lugar mais privilegiado. O segundo elemento transformador é a divisão da sociedade em classes sociais, tendo-se os ricos, os artesãos independentes – donos dos seus próprios negócios, e os pobres. Por fim, o outro ponto responsável pela mudança do espaço urbano é o poder, um poder que regra o cotidiano dos cidadãos.

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