Resumo Barthes
Por: Sophia Scudder • 15/8/2017 • Resenha • 555 Palavras (3 Páginas) • 208 Visualizações
O mistério dos discos voadores partiu da suposição de que vinham do desconhecido soviético. Nesta ideia já se iniciava a forma do mito, associando os discos aos soviéticos da mesma forma que a mitologia ocidental associou ao mundo comunista a própria alteridade de um planeta, ou seja, um mundo entre Marte e a Terra.
Partiu-se do pressuposto que Marte era imparcial, e teria vindo para terra para observá-la e ouvi-la antes de julgá-la diferentemente da relação URSS-USA, que não apresentava medida comum entre o perigo e os direitos recíprocos, apelando assim para o místico, os marcianos, que representariam intimidação para ambas as facções.
Marte é implicitamente dotado de um determinismo histórico calcado sobre o da Terra. Alguns acreditam que a história de Marte foi desenvolvida no mesmo ritmo o planeta Terra, que produziu geógrafos no mesmo século que nós, que o único avanço é o próprio veículo, os discos voadores, e que se provavelmente no futuro desembarcássemos em Marte encontraríamos a própria Terra sem conseguir reconhecer qual é qual. Esta teoria propõe seguir as mesmas religiões e singularidades.
Todo esse pensamento é baseado no mito do Idêntico ou Sósia, porém neste caso assumindo o papel de juiz, no confronto entre Leste-Oeste, já não existe apenas o bem e o mal e sim um terceiro olhar, um vigia reinvestido pela espiritualidade comum, algo acima de uma projeção comum. Todo mito tende para um antropomorfismo. Marte não é apenas a Terra, é a terra pequeno-burguesa, mentalidade cultivada pela imprensa ilustrada, Marte é precocemente alinhado por uma identidade.
São necessárias certas condições para que a linguagem se transforme em um mito porém o que deve ser estabelecido inicialmente é a ideia de que o mito é um sistema de comunicação, uma mensagem, por tanto não poderia ser um objeto, um conceito e sim uma forma, uma significação estando sujeita à limites históricos, condições de funcionamento. O mito é uma fala, qualquer coisa pode constituir um mito, desde que seja suscetível de ser julgado por um discurso, o mesmo não é definido pelo objeto de sua mensagem, mas pela maneira como é proferido, logo, tudo pode ser mito.
Não existe uma manifestação simultânea dos mitos, visto que alguns estão sujeitos a mudanças, substituições, desaparecimento, ficando assim à mercê da história pois ao mesmo tempo que nasce dela, morre nela também. O mito não pode se definir por seu objeto, nem por sua matéria, pois qualquer dessas pode vir com um certo significado.
A semiologia é uma ciência das formas, pois estuda as significações independentemente do seu conteúdo e nesta não podem ser consideradas meias formas ou apenas parte delas, postulando assim uma relação entre dois termos : significante e significado, no qual o primeiro exprime o segundo. Tal pensamento se aplica no mito, porém de uma forma particular, transformando signo em significante e encarando0o como termo final do sistema linguístico ou como termo inicial do sistema mítico, sendo simultaneamente sentido e forma de modo que a segunda empobrece a outra, porém ao perder o sentido de seu valor, sua vida, é alimentada sua forma.
Mito: É um sistema ideográfico puro onde as formas são motivadas pelo conceito que representam sem cobrirem a totalidade representativa desse conceito. O mito é tudo, uma deformação do real.
Semiologia: Ciência que tem como objeto todos os sistemas de signos, formas e todos os sistemas de comunicação na sociedade.
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