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Resumo Transformações do espaço habitacional ocorridas na arquitetura brasileiro do século XIX

Por:   •  30/8/2015  •  Resenha  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  691 Visualizações

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Carlos Alberto Cerqueira Lemos, Transformações do espaço habitacional ocorridas na arquitetura brasileiro do século XIX. Páginas 95 – 105.

  • Herdamos de Portugal as normas relativas à construção de uma casa de moradia. Ocorreu, no entanto, que em terra portuguesas, devido à imensa variedade de paisagens, cada qual com seusrecursos, a arquitetura popular assumiu aspectos muito variados, decorrentes tanto da diversidade de técnicas construtivas empregadas como dos variados climas e como dos programas de necessidades, os norteadores básicos do partido arquitetônico.
  • O geógrafo português Orlando Ribeiro explica a diversidade de soluções em Portugal.
    No sul, ele chamou de Mediterrâneo, lugar com casas de taipa de pilão, adobes ou tijolos cozidos. Nas grandes planícies, casas de chaminés elaboradas. No norte, casas de pedra quase sempre elevadas do chão, um aglomerado de pequenas construções, cada qual com sua função.
  • Não houve um critério de seleção dos portugueses que chegavam ao Brasil. Cada pessoa tinha um modo de viver, uma carga de conhecimento e uma técnica construtiva particular. Assim, com tempo e bom senso, cada um fazendo o que sabia fazer, foram povoando e dando ao Brasil um toque de particularidade.
    Surgiram com isso as primeiras casas nascidas da intervenção do branco nos trópicos, em sua maioria sincréticas e localizadas nas cidades, vilas e até na roça.
  • Depois de estabelecidos os assentamentos definitivos, veio a necessidade de que as edificações tivessem características próprias que especificasse a arquitetura residencial. Dentre vários determinantes dessa individualização estão o clima variado, as longas distâncias separando os latifúndios das cidades e, também, aspectos comportamentais. Em alguns lugares foi possível a interação do partido arquitetônico com as exigências da colônia distante.
  • A falta de comunicação com o resto do mundo, transformou numa espécie de marca local. Deu-se a arquitetura do esbanjamento, com exageradas bitolas das madeiras, grossas e altas paredes levantadas pela mão de obra escrava; Nenhuma intenção plástica; Acomodação, nas casas urbanas, às limitações do telhado de duas águas, etc.
  • A cozinha separada da casa foi uma das primeiras características da casa brasileira. Depois paredes grossas para absorver o calor; pés direitos altos, para aumentar o volume de ar; Paredes internas baixas; Telhas vãs, permitindo que o ar penetre na casa; E em alguns casos (de famílias mais abastadas) o uso do forro.
    Da Bahia surgiu à construção de Alpendres, para impedir que as paredes externas recebam os raios de sol.
    Outras fortes características da moradia brasileira colonial é a existência de duas zonas, a de recepção e a “íntima”, de viver isoladamente, uma acomodação para hóspedes e às vezes uma capela particular.
  • Os ecos da Revolução Industrial chegaram ao Rio de Janeiro logo depois do primeiro quartel do século XIX. A corte de D. Pedro I tomou conhecimento dos progressos e expressou toda uma nova arte de construir. Ao lado de algumas construções (Palácio Itamaraty e Palácio do Catete), centenas de casas de classe média apareceram mostrando novos gostos e técnicas construtivas que definiam novos programas. Era o Ecletismo que influenciava o Brasil, começando pelo Rio de Janeiro.
  • A abastança trazida pelo café chegou a São Paulo pelo Vale do Paraíba e alcançou o interior a partir de Jundiaí. Foi na capital paulista que a arquitetura se evidenciou mais.
  • Houve um confronto entre o velho e o novo, confundindo a todos com tão rápidas alterações. Ao contrário do Rio, aonde as mudanças foram graduais e cuidadosas.
  • A importação de materiais possibilitou plantas e espaços inspirados na vida europeia. Importava-se tijolos, pisos, cimento, ladrilhos, mosaicos, azulejos, telhas de Marselha, mármore, ardósia, ferro, canos tubos, entre muitos outros materiais.
  • A Revolução Industrial permitiu novos planejamentos de casas, graças aos novos materiais e novos conceitos e criação de assessoria técnica de higiene de habitação.
  • O tijolo permitiu arcos e vãos maiores e,portanto, mais aberturas e entrada de ar contra o mofo. As novas chapas de cobre ou zinco permitiram calhas para condução de águas pluviais dos telhados.
  • No último quartel do século praticamente todas as grandes cidades já tinham saneamento básico (redes de água potável, linhas de esgoto, instalações sanitárias, banheiros, etc).
  • Mas foi a industrialização alimentícia que provocou maiores alterações no planejamento. Na roça as casas possuíam muito mais dependências de serviço, além de cozinhas e despesas.
  • Na segunda metade do século XIX começou a se utilizar um novo critério de circulação dentro da casa, novos modos de superposição de atividades dentro de um mesmo cômodo. A família rica, tinha o centro de interesse na sala familiar ou sala de jantar. A sala-praça era a que ligava a rua à casa por onde passava a criadagem. Outra sala onde a família ficava reunida, para lazer. Por ultimo, a sala íntima, local de passagem obrigatória dos urinóis.
  • Com o progresso, essas salas se tornaram abertas a todos, devido aos novos modos de convivência e também o aperfeiçoamento dos sistemas de iluminação (lampiões belgas e luminárias a gás).
  • O “morar à francesa” indicava que a moradia era dividida em três zonas: a de estar e receber, a de repousar e a de serviço. Deveria ir de uma para outra sem passar na terceira. Esse critério exigia acesso direto da rua à área de serviço, que fez com que surgisse recuo lateral. Assim surgiram os grandes palacetes paulistanos rodeados de jardins e porões onde ficavam as dependências de serviço.
  • O chamado hall era o distribuidor dos passos – que garantia a interdependência de cada zona.
  • A área de estar e de receber é que verdadeiramente se definiu, no ultimo quartel do século XIX, como a derradeira zona a se caracterizar. Colocados móveis mais bonitos, quadros, cortinas, tapetes, paredes revestidas, sofás, almofadas, toalhas, vasos, flores, pianos, etc; Chamados de “acrescentar ao útil, o fútil”.

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