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Resumo de Aulas Restauro

Por:   •  6/7/2019  •  Seminário  •  9.514 Palavras (39 Páginas)  •  234 Visualizações

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A História está inscrita em muitas fontes documentais. A paisagem construída é APENAS uma delas. Qualquer documento, vestígio da presença humana, coloca-nos perante algumas variáveis: o autor, o contexto em que foi produzido, mesmo os silêncios e lacunas que o acompanham. Aqui se inserem as intenções, o ambiente, os valores, as relações, a trama da vida. Mas se tudo é passado, nem tudo é História. História é a memória recuperada. E a memória está por todo o lado, e é tanto mais consistente, quanto mais houve cuidado na sua preservação.

Patrimônio = bem = posse = herança Cultura = referência

Quando se fala em Patrimônio Histórico ou Patrimônio Cultural, muitas vezes se pensa em arquitetura histórica. Este é apenas um segmento que é parte de um acervo maior, o chamado Patrimônio Cultural.

patrimônio significa os bens herdados do pai (pater), tudo o que tem valor e que se herda. Significa também aquilo que se lega. O termo tem significado coletivo. O Patrimônio Cultural hoje apresenta as seguintes classificações: Patrimônio Cultural Material Patrimônio Cultural Imaterial. O Patrimônio Cultural Material é tudo aquilo que o homem fabricou ou construiu ao longo de sua existência. é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis e móveis.

São bens culturais materiais móveis: coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos, patrimônio ferroviário, obras de arte em geral, moedas, selos, máquinas, aparelhos mecânicos, livros, estampas e gravuras, receitas de comida, partituras musicais, discos, antiguidades, porcelanas, cerâmicas populares, imagens sacras, vidros, joias, autógrafos e outros tantos bens que possuem valor histórico, artístico, científico, sentimental. São bens culturais materiais imóveis: edificações públicas e privadas, monumentos de uma cidade, espaços públicos, núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos.

o Patrimônio Cultural pode ser dividido em 3 categorias distintas:

1 - Os recursos naturais, que tornam o sítio habitável (rios, água, animais...) e o meio ambiente, que fornece condições (clima e paisagem) e elementos (madeira, pedra, terra...) para a produção de materiais: ex: museu de Orleans, Machu Pichu, a paisagem litorânea das colônias de pesca e a paisagem rural do planalto. Museu livre do meio ambiente – Orleans/SC. Pão de queijo e queijo de Minas.

2 - Os conhecimentos, as técnicas, o saber fazer. São os elementos não tangíveis do Patrimônio Cultural. Vai desde a perícia das técnicas à capacidade humana de sobrevivência.

3 - Os chamados bens culturais, sob diferentes suportes, são os artefatos: objetos (bens móveis) e construções (bens imóveis). Este é considerado o grupo mais importante de elementos, porque reúne os chamados bens culturais que englobam toda a sorte de coisas obtidas a partir do meio ambiente e do saber fazer.

Há diferentes escalas de valor: O bens imóveis podem ter uma escala monumental ou modesta. Bens de representatividade local, estadual, federal e mundial. Bens integrados, bens móveis e Imóveis. Tipologias arquitetônicas diferentes. Bens integrados à arquitetura: Talhas dos altares, cantarias, pisos, forros, púlpitos, pias batismais, pinturas murais ou de forros, etc.

EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PATRIMÔNIO

A noção moderna de Patrimônio material surge na França, a partir da Revolução Francesa, com vistas de conservar primeiramente o monumento isolado, para guardar sua integridade e seu simbolismo nacionalista. Essa preservação era de monumentos de grandes proporções e destituído de seu contexto físico e social. Segundo a Convenção relativa à proteção do patrimônio mundial, cultural e natural, aprovada em novembro de 1972 da UNESCO, os monumentos são obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura monumentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições, cavernas e grupos de elementos que tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência.

Com a evolução do conceito surgiram os sítios que são: obras do homem, bem como áreas que incluam sítios arqueológicos, de valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. E a discussão sobre a ideia de Paisagem Cultural como associação do cultural e do natural.

PATRIMÔNIO CULTURAL + NATURAL = PAISAGEM CULTURAL

A paisagem cultural é modelada a partir de uma paisagem natural por um grupo cultural. A cultura é o agente, a área natural é o meio, a paisagem cultural o resultado. A paisagem cultural é um artefato simultaneamente natural e cultural constituída por elementos que a tornam portadora de diferentes valores que podem lhe conferir interesse patrimonial. O valor da paisagem cultural decorre de sua função e de sua capacidade de reter marcas e registros. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, muitas vezes o principal. Sob a ótica cultural, a leitura e compreensão da paisagem não se limita ao espaço. É também temporal. A paisagem testemunha e preserva dados de épocas passadas. Qualquer marca que o homem introduza na paisagem significa uma modificação para sempre, um novo significado . Dia 1º de julho de 2012  Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da UNESCO de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural.

Política de patrimônio cultural no brasil

A preocupação com a defesa do patrimônio cultural brasileiro já ocorria em meados do século XVIII, através da iniciativa do Conde de Galveias, interessado em preservar as edificações legadas pelos holandeses. No entanto, as ações de proteção só foram efetivadas no 3o decênio do século XX, com a instituição do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Decreto-Lei 25/37, Lei de Tombamento Nacional. A preservação do Patrimônio Cultural no Brasil é uma preocupação relativamente recente. Figuras isoladas, como Augusto de Lima e Gustavo Barroso, dentro de uma ótica distorcida, que priorizava a arquitetura neocolonial. Em 1925, se começa a falar em preservar também os bens móveis.

POLÍTICA CULTURAL NO BRASIL = MARCO É 1936 DECRETO LEI 25/1937: Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Partindo da iniciativa de Gustavo Capanema é que começou haver uma preocupação quanto a organização de uma entidade nacional para defesa do patrimônio. Nos primeiros 30 anos, o conceito de bem cultural, teve base numa noção estética estilística, ditada pelo movimento modernista da década de 20. Existia a convicção de que na arte e na arquitetura colonial, se encontraria a inspiração para a arquitetura modernista brasileira (Estilo Neocolonial). Em 1933, houve o tombamento da primeira cidade: Ouro Preto. Em 1937, com o esforço de Mário de Andrade, é que se inaugura a aplicação de legislação preservacionista no Brasil. Surge o conceito de arte pura ou aplicada. Arte como habilidade. (arte arqueológica, ameríndea, popular...). A sistemática de Mário de Andrade é atualíssima! Coincide com os moldes adotados pelas entidades e recomendações internacionais modernas.

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