Teoria e prática do urbanismo
Pesquisas Acadêmicas: Teoria e prática do urbanismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 1597534521 • 27/4/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.531 Palavras (7 Páginas) • 445 Visualizações
O Urbanismo é um campo do conhecimento, ora considerado como ciência ora como técnica, que tem a cidade como principal objeto de estudo e intervenção. Surge como campo do conhecimento, no final do século XIX, na Europa, período pós-revolução industrial, em busca de transformações necessárias à realidade caótica das cidades. No entanto uma maior maturidade teórica só foi alcançada no século X. Observa-se hoje que ainda conserva-se um conceito tradicional sobre o mesmo, como preso a aspectos estético-funcionais. Porém o Urbanismo ultrapassou largamente esta visão, não se limitando a uma simples técnica do engenheiro ou do arquiteto para intervir no espaço urbano, pois abrange o campo da comunidade, da planificação social. Por isto é necessária uma abordagem sobre sua epistemologia, de forma mais crítica e ampla, rompendo paradigmas. O estudo sobre a realidade do espaço urbano (e regional) e suas manifestações concretas, para intervir na busca de uma melhor qualidade de vida constitui na essência do urbanismo, sendo que este espaço sofre transformações permanentes.O texto busca uma reflexão crítica sobre o Urbanismo, desde quando surgiu como suposta ciência que estuda a cidade e intervêm nos seus espaços, utilizando uma revisão bibliográfica de vários autores que abordam o seu conceito.
1. Introdução
O presente texto busca uma reflexão sobre o Urbanismo enquanto campo do conhecimento que se aplica ao estudo e investigação sobre a realidade do espaço urbano (e regional) e suas manifestações concretas, o que permite então agir, planejar e gerir este espaço. É feita uma reflexão crítica sobre o mesmo, desde quando surgiu como suposta ciência que estuda a cidade e intervêm nos seus espaços. Para tanto é realizada uma revisão bibliográfica de vários autores que abordam o seu conceito sob diversos prismas.
Escrever este artigo se faz por uma preocupação pela maneira que o Urbanismo é entendido no ambiente profissional, em instituições públicas, empresas e organizações sociais que são agentes de planejamento urbano e regional, e também da gestão, assim como nas Universidades e centros de pesquisa voltados para o estudo da cidade, da questão urbana.
Em busca de intervir no espaço urbano, temos sempre a palavra “Urbanismo” empregada para denominar uma área de conhecimento ou uma técnica de intervenção nestes espaços, e até mesmo uma ciência de planejamento e organização dos espaços urbanos. Assim ouve-se falar em “planos de Urbanismo”, “Urbanismo Moderno”, “Código de Urbanismo e Obras”, etc. Deste modo, diante das diversas aplicações do termo e da complexidade do mesmo tende-se se criar distorções, sem uma discussão em torno do seu conceito, sua epistemologia. Porém sabe-se que este termo aparece historicamente, e geralmente, empregado quando há referências à elaboração de conjunto de propostas de intervenção física no espaço urbano, especialmente no seu traçado, para o seu embelezamento ou melhoria da infra-estrutura especialmente, ou para melhorar o saneamento e a circulação, utilizando-se de técnicas de arquitetura ou de engenharia.
O texto divide-se em cinco partes, a primeira parte trata do Urbanismo e o estudo da cidade; na segunda parte aborda-se o seu conceito, além do surgimento enquanto campo do conhecimento; na terceira parte, tratar-se-á de considerações sobre a teoria e a prática do Urbanismo dentro de uma abordagem histórica; inclusive é feita uma breve reflexão histórica sobre a teoria e a prática do Urbanismo no Brasil; por fim são feitas as conclusões, que na verdade são provocações para um melhor entendimento sobre o tema aqui abordado.
É importante ressaltar que este texto não se propõe a esgotar a discussão sobre o conceito de Urbanismo, mas sim fazer com que seja dada uma contribuição crítica para a abordagem do mesmo, buscando romper com certos paradigmas tradicionais, na busca de entender como o mesmo se constituiu como campo do conhecimento voltado ao estudo da cidade.
2. Urbanismo e cidade
A cidade é tida como o principal objeto de estudo do Urbanismo(o que revela um dualismo), sendo muito mais do que uma aglomeração de pessoas e construções num determinado espaço territorial. É o lugar para onde converge o fluxo de capital econômico, social, financeiro, advindo de várias localidades que estabelecem com ela relações sociais, políticas e econômicas, e enfim, onde se concentram os bens de reprodução do capital e a força de trabalho. Isto demonstra a complexidade do que é a cidade. Na cidade acontecem intensas relações sociais de troca, de movimento, de poder e por isso é dinâmica. Seus espaços são dinâmicos e se transformam no decorrer do tempo em virtude de todos estes e outros fatores.
Observou-se então nos últimos anos um crescimento surpreendentemente das cidades, em tamanho, população e densidade, o que trouxe para ela a concentração dos problemas que afligem a humanidade, desafiando a sociedade.
A sociedade em que vivemos tornou-se essencialmente urbana a partir do período do final do séc. XIX, pós-revolução industrial, e assim os problemas urbanos começaram a se acentuar, diante do aumento da população nas cidades decorrente do êxodo rural, em busca de oportunidades de trabalho e sem condições dignas de qualidade de vida. A partir daí várias cidades cresceram em tamanho e população e se transformaram em metrópoles, extrapolando seus limites territoriais formando conurbações (várias cidades inter relacionadas num tecido urbano contínuo). Então surgem propostas na tentativa de buscar soluções para estes problemas, com uma pretensão científica, e também se criam modelos de desenvolvimento urbano para as cidades, muitos deles utópicos a fim de se organizar os espaços da cidade, os seus territórios, suas diversas atividades. Neste contexto é que surge o Urbanismo.
A partir do séc. XIX surgiram vários modelos de desenvolvimento urbano, em busca de solução para os problemas decorrentes do grande
...