A Contabilidade Financeira
Por: Carolline Jesus • 12/8/2021 • Trabalho acadêmico • 2.338 Palavras (10 Páginas) • 232 Visualizações
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ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de atividade individual | |
Disciplina: Contabilidade Financeira | Módulo: Atividade Individual - Encerramento |
Aluno: | Turma: 0521-1_28 |
Tarefa: Com base nas informações financeiras da Magazine Luiza, elabore um relatório que analise os dois exercícios sociais da empresa. | |
Introdução | |
Criada na década de 50, em São Paulo pelo casal de vendedores Luiza e Pelegrino Donato como forma de gerar emprego para sua família em Franca, cidade do interior, a Magazine Luiza S.A. é uma rede de varejo brasileira que hoje opera com 1.113 lojas físicas distribuídas por 819 cidades, de 21 estados. (Quem Somos, Magazine Luiza) [pic 3] Primeira Loja da Magazine Luiza Fonte: Magazine Luiza A empresa mantém seu capital aperto na bolsa de valores B3 é liderada pela Sr. Luiza Helena Trajano. Do total de empresas na bolsa, apenas 165 têm pelo menos uma mulher no conselho de administração. Empresas com duas mulheres, o número cai para 46. E empresas onde 3 mulheres nos conselhos, há apenas nove. O que com orgulho a Magazine Luiza é uma delas. (Quem somos, Magazine Luiza) A Magazine Luiza passou por diversos ciclos de crescimentos. Em 1991, o novo ciclo, em 2002 o ciclo de Crescimento Sustentável e em 2015 a Transformação Digital. Em 2018 a empresa vira Magalu e em 2019 foi anunciada a Magalu como uma plataforma digital de varejo, onde milhares de outros negócios podem ingressar no universo das transações virtuais. (Nossa história, Magazine Luiza) Hoje a Magalu é dona da Netshoes, Softbox, Integra, Estante virtual e da startup de logística Logbee. Este trabalho tem como objetivo fazer a análise econômico-financeira da empresa Magazine Luiza nos exercícios de 2020 e 2019. Para isso serão utilizados o Balanço patrimonial (BP) e a Demonstração do resultado do exercício (DRE). Com base nessas informações públicas da empresa, será utilizado realizada a análise horizontal e vertical e os indicadores de liquidez, estrutura de capital, lucratividade e rentabilidade. TABELA 1 – BALANÇO PATRIMONIAL MAGAZINE LUIZA. [pic 4] Fonte: Magazine Luiza TABELA 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO MAGAZINE LUIZA [pic 5] Fonte: Magazine Luiza | |
Análise horizontal | |
De acordo com Perez Júnior e Begali, “a análise horizontal enfatiza as modificações ou evoluções em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica geralmente a mais antiga da série, a fim de caracterizar tendências”. Na análise horizontal (AH) é feita uma comparação com base dois anos ou mais de exercícios e tem por objetivo constatar a evolução ou involução dos itens. Cálculo: AH = (Valor Atual 2020 / Valor Base 2019) -1 TABELA 3 – ANÁLISE HORIZONTAL BP [pic 6] Fonte: Dados gerados pela autora No balanço patrimonial é possível observar um aumento no ativo total em 2020 em relação ao exercício anterior de 20%, enfatizado pelo aumento expressivo de 609% em no disponível em caixa e equivalentes de caixa e em outros ativos circulantes. Também é possível observar um aumento em investimentos que geram rentabilidade a longo prazo em 37%. No passivo circulante a empresa aumentou em 20.240 em empréstimos e financiamentos. O que significa dizer que há uma dívida alta a ser quitada nessa área a curto prazo. Já nas dívidas a longo prazo, a empresa conseguiu reduzir em 100% os tributos diferidos e empréstimos e financiamentos. Há uma queda no patrimônio líquido reduziu de 2019 para 2020 em 3% principalmente devido a queda das reservas de capital. TABELA 4 – ANÁLISE HORIZONTAL DRE [pic 7] Fonte: Dados gerados pela autora Analisando a DRE há um aumento da receita de venda de bens e/ou serviços em 41%, porém as despesas operacionais aumentaram em 54%, o que levou a empresa uma queda acentuada em seu lucro em 2020, o que deve impactar na rentabilidade e na lucratividade. | |
Análise vertical | |
Na análise vertical é possível ver o quanto cada rubrica representa do total de cada componente da demonstração contábil e o quanto eles fazem parte da sua formação. (FGV, Gestão contábil e financeira) TABELA 5 – ANÁLISE VERTICAL BP [pic 8] Fonte: Dados gerados pela autora No ativo circulantes, rubricas que geram liquidez, a maior parte dos ativos estão concentradas em contas a receber e em estoque tanto no ano de 2020, quanto no ano de 2019, porém em 2019, a empresa possui também alto recuso disponível em aplicações financeiras. Para compor o ativo não circulante, há uma tendência da empresa em deixar maior parte no seu imobilizado. Também é possível ver que a empresa tem uma tendência em deixar seus ativos equilibrados em ambos os anos, circulante em 66% e 65% e não circulante com 34% e 35%. Já no passivo, a empresa depende em ambos os anos de recursos principalmente de fornecedores a curto prazo e a longo prazo de arrendamento mercantil. O Patrimônio líquido está concentrado em capital social realizado. TABELA 6 – ANÁLISE VERTICAL DRE [pic 9] Fonte: Dados gerados pela autora Analisando a DRE é possível observar que há uma tendência nas despesas com vendas e nos custos de bens e serviços em ambos os anos, em relação a receita de venda total. | |
Cálculo dos índices de liquidez | |
De acordo com o Livro de Gestão contábil financeira página 86, os índices de liquidez, evidenciam a capacidade da empresa de pagar seus compromissos com os terceiros pelos quais ela necessitou de recursos. Mostram o quanto a empresa possui de recursos disponíveis para honrar seus compromissos nos prazos acordados. TABELA 7 – INDICADORES DE LIQUIDEZ [pic 10] Fonte: Dados gerados pela autora [pic 11] Fonte: Dados gerados pela autora Analisando os valores de liquidez imediata, é possível verificar que no ano de 2020, a empresa deixou aplicado no disponível cerca de 11% do total de endividamento de curto prazo, aplicados em recursos imediatos. A cada R$ 1,00 de dívidas em curto prazo, a empresa possui em 2020 cerca de R$ 0,11 nas disponibilidades, muito mais que em 2019 que possuía R$ 0,03. Isso demonstra que em 2020, com o aumento de 609% em relação a 2019 em recursos imediatos já transformados em dinheiro, houve uma inadequada gestão do fluxo de caixa, uma vez que quanto menor o recurso em caixa, melhor, o que significa dizer que o capital não está sendo empregado no giro operacional do negócio. O índice liquidez corrente é um índice importante, pois avalia o nível de solvência da empresa, ou seja, a capacidade dela pagar suas dívidas. Em 2019 a empresa apresentou um índice de 1,69 o que significa dizer que para cada R$ 1,00 em dívidas a curto prazo, a empresa dispôs de R$ 1,69 de capital de giro para quitar sua dívida. Em 2020 o índice teve uma queda, porém ainda mostra que há uma capacidade de solvência pela empresa. Também é possível avaliar o quanto a empresa depende da venda do disponível em estoque para pagar suas dívidas de curto prazo através do índice liquidez seca. Em 2019 a empresa possuía uma menor dependência de transformar seu disponível de estoque em recurso de caixa para pagar suas dívidas a curto prazo do que em 2020. Analisando em conjunto ao índice de liquidez corrente é possível ver que em 2019, calculando (1,69-1,20) / 1,69 a empresa dependia 29% da venda do seu estoque o que é aceitável comparando ao mercado. Já em 2020 a empresa dependia em 37%. O GDE mostra o quanto a empresa depende dos estoques para manter o índice de liquidez corrente em superior a 100%. Por fim o índice de solvência geral que analisa a capacidade de pagamento de todas as obrigações da empresa, sendo longo e curto prazo, utilizando todos os seus recursos disponíveis tanto de curto quanto longo prazo. A empresa apresenta índice de 1,09 em 2020 e 1,24 em 2019, ambos os anos acima de 1, o que significa dizer que para cada R$ 1,00 devido a empresa tem mais do que isso para quitar suas obrigações. | |
Cálculo da estrutura de capital | |
A análise dos índices de estrutura de capital demonstram a saúde financeira da empresa. Mostram o nível de segurança que a empresa fornece aos recursos de terceiros e qual é a política que ela utiliza para captação de recursos e a alocação deles nos itens do ativo. (FGV, Gestão contábil e financeira) TABELA 8 – INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL [pic 12] Fonte: Dados gerados pela autora [pic 13] Fonte: Dados gerados pela autora Analisando o gráfico de indicadores de estrutura de capital é possível verificar que em 2020 os níveis são muito mais elevados em relação ao ano anterior. Pode-se verificar também que há um aumento total de 20% na captação de recursos de terceiros, principalmente em recursos financeiros vindo de empréstimos e financiamentos a curto prazo onde representa o aumento expressivo de 20.240%. O índice de endividamento geral mostra que em 2020 a empresa depende 67% do capital de terceiros para financiar as aplicações totais efetuadas, ou seja, apenas 33% dos investimentos estão sendo financiados pelo capital próprio. Esse número é elevado também em 2019, o que pode se concluir que o fator de risco da empresa é alto. Segundo o índice de composição de endividamento é possível observar que a empresa concentra a maior parte dos recursos de terceiros a curto prazo tanto em 2020 quanto em 2019, fazendo com que a empresa tenha menos tempo para gerar recursos necessários para cumprir suas obrigações com terceiros. Em 2020 onde o índice é mais elevado, pode se observar que a cada R$ 100 reais de dívidas, R$ 77 está no passivo circulante. Quanto maior o endividamento em curto prazo, maior risco aos seus credores. Segundo o Ebook de Gestão contábil financeira página 85, o indicador de imobilização de recursos não correntes, é ideal quando o capital próprio foi suficiente para cobrir as aplicações de recursos efetuadas em investimentos, imobilizado e intangível, fazendo assim com que a empresa necessite captar recursos de terceiros também a longo prazo para financiar as aplicações. A Magazine Luiza mostra que tanto em 2020, quanto em 2019, o capital próprio não foi suficiente para cobrir tais aplicações. A Magazine Luiza apresentou um Posa em 2020 de 23% e em 2019 praticamente se manteve no mesmo patamar com 21%, o que significa que em ambos os anos essa porcentagem está aplicada no ativo e sendo e financiadas por recursos onerosos de terceiros. | |
Cálculo da lucratividade | |
Os índices de lucratividade e de rentabilidade são utilizados tanto para analisar o Balanço patrimonial quanto a DRE, são eles quanto maior melhor. Os de lucratividade avaliam as margens lucradas no resultado da empresa relacionadas ao produto ou à eficiência do negócio. Já o indicador de rentabilidade mostra avaliam o desempenho final da empresa (FGV, Gestão contábil e financeira) TABELA 9 – INDICADORES DE LUCRATIVIDADE [pic 14] Fonte: Dados gerados pela autora [pic 15] Fonte: Dados gerados pela autora Pelo Giro do ativo observa-se que em 2020, o faturamento líquido gerado foi suficiente para cobrir os investimentos efetuados, ou seja, foi vendido R$ 1,17 para cada R$ 1,00 investido. Em 2019 o faturamento líquido não foi suficiente para cobrir o investido, porém não foi tão significativamente mais baixo. No índice de margem bruta é possível observar uma queda 2020 em relação a exercício anterior, além de já ser preocupante o índice estar baixo nos dois anos, pois ele representa que lucratividade da empresa em relação ao produto comercializado. Há uma sobra no patamar dos 25% do faturamento líquido para cobrir as despesas operacionais e gerar lucro. Mensurando a eficiência operacional do negócio, é possível observar pela margem operacional que em ambos os anos a empresa obtém um baixo retorno operacional sobre seu faturamento líquido. A tendência de queda representa baixa na eficiência do negócio. Também é possível observar uma queda no retorno líquido da empresa sobre seu faturamento líquido nos anos de 2020 e 2019. | |
Cálculo da rentabilidade | |
TABELA 10 – INDICADORES DE RENTABILIDADE [pic 16] Fonte: Dados gerados pela autora [pic 17] Fonte: Dados gerados pela autora A empresa apresentou rentabilidade de seu patrimônio líquido de 5%, em 2020, ou seja, os acionistas obtiveram uma remuneração muito menor que em 2019 com rentabilidade em 12%. A rentabilidade dos investimentos também diminuiu significativamente, o que pode ter sido causado pelo aumento no ativo disponível em caixas e bancos. | |
Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa | |
Mesmo tendo apresentado uma queda na rentabilidade no ano de 2020, a empresa Magazine Luiza vem em constante crescimento e evolução. O ano de 2020 foi difícil devido a pandemia causada pelo COVID-19. Segundo o relatório anual da companhia de 2020, a empresa cresceu 121% no e-commerce e houve um crescimento de 16% em vendas nas lojas físicas. O ano de 2020 foi desafiador como nenhum outro, muitas empresas precisaram se adaptar e evoluir em um ano o que levaria tempo para isso acontecer. No caso da Magalu, suas lojas físicas precisaram ficar fechadas devido aos lookdowns decretados em regiões no Brasil e isso fez com que o e-commerce da empresa precisasse evoluir rapidamente o que gerou custos operacionais para essa adaptação de forma recorde. Mesmo em um cenário pandêmico a empresa apresenta números aceitáveis de capacidade de solvência. Parte do endividamento da empresa continua centrada no longo prazo apesar de ter sido observado um leve crescimento de 2019 para 2020, no passivo circulante em curto prazo. A empresa continua com capacidade de honrar as suas dívidas de curto e longo prazo. | |
Referências bibliográficas | |
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; BEGALI, Glaucos Antonio. Elaboração de demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 1999. Luis Fernandes Limeira, Andre. & Carlos Alberto dos Santos Silva, Carlos Vieira, Raimundo Nonato Souza silva. Gestão contábil Financeira. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015. Quem somos. Disponível em: https://ri.magazineluiza.com.br/ShowCanal/Quem-Somos?=urUqu4hANldyCLgMRgOsTw== . Acesso em: 18 de junho de 2021. Nossa História. Disponível em: https://ri.magazineluiza.com.br/ShowCanal/Nossa-Historia?=maMhsoEQNCOr/Wxrb98OXA==. Acesso em: 18 de junho de 2021. |
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