A Contabilidade Gerencial Aplicada aos Condomínios
Por: PH • 2/11/2021 • Artigo • 6.380 Palavras (26 Páginas) • 170 Visualizações
CONTABILIDADE GERENCIAL APLICADA EM CONDOMÍNIOS
Profª Suzete Antonieta Lizote
Jéssica Pegoraro
Naiane Matos
Paula Roberta Evaristo Lippmann
Phillipe Guilherme Pereira
Thaís Aline de Souza
RESUMO
A gestão do condomínio é de responsabilidade do síndico e, para que ocorra um gerenciamento eficaz, esse deverá utilizar-se das ferramentas e informações contábeis gerenciais. É nesse cenário que a contabilidade gerencial assume importante papel no processo de controle e de tomada de decisões nos condomínios. Este estudo tem como objetivo identificar como os síndicos dos condomínios de Itajaí/SC avaliam a utilidade da informação contábil gerencial para o processo de decisão na gestão de condomínios. Em relação à metodologia, considera-se uma pesquisa quantitativa, descritiva e do tipo levantamento. A amostra, selecionada por conveniência e acessibilidade, foi composta por 64 síndicos da cidade de Itajaí/SC. O instrumento de coleta, foi dividido em cinco blocos em que o primeiro se referiu aos dados sociodemográficos. O segundo sobre os benefícios da informação contábil gerencial, o terceiro sobre as informações utilizadas para o processo de gestão de condomínios, o terceiro referente ao interesse dos condôminos pelas informações econômico-financeiras e, o último, sobre assessoria e administração condominial. Os resultados obtidos demonstram que os síndicos possuem maior interesse nas informações contábeis pelo controle das questões financeiras, trabalhistas e como instrumento de prestação de contas, do que como fonte de informações para a gestão
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Palavras-chave: Contabilidade Gerencial. Tomada de Decisão. Gestão. Condomínios.
1 INTRODUÇÃO
O crescimento populacional e aglomeração de pessoas em áreas urbanas ocasionou uma busca por melhor aproveitamento do solo a fim de comportar mais pessoas em uma área menor. Dessa forma, a verticalização das construções, com sobreposição de moradias em um mesmo terreno possibilitou o aglomeramento de pessoas em menor espaço. Essa sobreposição de moradias, conhecidos como prédios constituem-se na forma de condomínios edilícios, que possuem partes compartilhadas e partes de uso exclusivo de seu proprietário.
De acordo com dados divulgados pelo Sindicato da Habitação de Santa Catarina (2018), “[...] dentro de apenas dois anos a cidade de Balneário Camboriú terá 2.304 condomínios. Hoje são 2.117 e outros 187 estão em construção”. No total, segundo a estimativa baseada em dados do Ministério do Trabalho de 2016, esses condomínios têm 4.765 empregados diretos e impactam mais de 14.000 empregados indiretos. Segundo o referido sindicato “numa cidade que tem 44.000 empregos formais, o setor de condomínios impacta quase a metade dessa mão de obra”.
Neste cenário, cresce a demanda de uma gestão adequada para essas entidades, as quais contribuem na geração de empregos, assim como são administradoras de recursos financeiros, financiados pelos condôminos. Os condomínios possuem necessidade de organização e manutenção, portanto demandando recursos humanos, de materiais e de gestão, que nesse caso é feito pelo síndico eleito pelos condôminos.
O síndico, por sua vez, conta com o auxílio de profissionais contábeis para organizar a escrituração contábil do condomínio e também para atender à legislação trabalhista e previdenciária em relação à contratação de mão de obra empregada na organização do condomínio, como a contratação de porteiros, serventes e demais auxiliares.
Dessa forma, para que ocorra uma gestão eficaz, os síndicos devem fazer uso das ferramentas e informações contábeis gerenciais. É neste contexto que a contabilidade gerencial tem importante função no processo de controle e tomada de decisões na gestão dos condomínios.
Diante do exposto, buscou-se resposta ao seguinte questionamento: Como os síndicos dos condomínios Itajaí/SC avaliam a utilidade da informação contábil gerencial para o processo de decisão na gestão de condomínios? Para tanto, definiu-se como objetivo geral identificar como os síndicos dos condomínios de Itajaí/SC avaliam a utilidade da informação contábil gerencial para o processo de decisão na gestão de condomínios. E como objetivos específicos: 1) caracterizar o processo de gestão contábil; 2) ressaltar o processo de tomada de decisão na gestão de condomínios; 3) evidenciar aspectos relevantes considerados pelos síndicos em relação à Contabilidade Gerencial e à prestação de contas.
Desse modo, a presente pesquisa mostra-se necessária para compreender como está a prestação de serviços contábeis em relação aos condomínios, mais precisamente no que se refere a utilização da contabilidade como instrumento de gerenciamento dos condomínios na cidade de Itajaí. Especialmente neste estudo, a pesquisa poderá ajudar a preencher a lacuna existente em torno do assunto, o que poderá proporcionar novos conhecimentos aos profissionais contábeis e maior esclarecimento aos síndicos e ao público em geral, podendo servir de base para construção de novas pesquisas, dando continuidade no aperfeiçoamento da ciência contábil.
É valido ressaltar que o emprego da contabilidade gerencial aplicado ao setor condominial auxilia a reduzir custos e tem como objetivo o controle das receitas e despesas contraídas pelo condomínio. Essa ferramenta é essencial para o alcance de metas de melhoria e de conservação dentro de um condomínio.
A seguir desta introdução, apresenta-se a fundamentação teórica. Na seção seguinte se detalha a metodologia utilizada, seguida dos resultados e análise dos dados. Por último, são feitas as considerações finais e disponibilizado as referências citadas no texto.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta seção são evidenciados os conceitos e aspectos jurídicos sobre condomínios e tópicos referentes a contabilidade gerencial.
2.1 CONDOMÍNIO
A palavra condomínio significa a comunhão de poder entre mais de uma pessoa, física ou jurídica, sobre determinada coisa (DINIZ, 2017). Assim, são condôminos duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas que têm direito sobre determinado bem, como por exemplo, duas pessoas que compram um imóvel; ambas terão os mesmos direitos sobre esse imóvel. Se não existir uma especificação ou delimitação da área de utilização, as duas poderão usá-lo igualmente, não podendo um se sobrepor ao direito do outro. Nos dizeres de Diniz (2017, p. 242)
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