AS ESCOLAS CONTÁBEIS
Por: João Guilherme • 3/6/2017 • Trabalho acadêmico • 2.049 Palavras (9 Páginas) • 654 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB |
Escolas do Pensamento Contábil |
Profº Wanderson Bittencourt |
Dinâmica da Profissão Contábil |
João Guilherme e Joice Kelly |
03/05/2017 |
CONTISMO
A escola contista foi a pioneira para o desenvolvimento do pensamento contábil, baseando-se no método das partidas dobradas, método esse anteriormente apresentado por Benedetto Cotrugli, citado, também, por Luca Paccioli no desenvolvimento de seu primeiro livro, frei que a partir de estudo pela Europa criou um capítulo referente à Contabilidade e matemática para conhecimento dos comerciantes. Tinham como instrumento principal o uso das contas, valorizando-as excessivamente de forma que se tornassem objeto principal da Contabilidade, esquecendo que as mesmas são na verdade uma consequência das operações que acontecem na entidade. Com o objetivo de aprimorar a atividade contábil, foram criados diferentes métodos de contabilização. Um desses métodos foi estruturado por Savary, um dos teóricos que recebeu destaque pela elaboração da tese de pensamento contábil, buscou a concepção de um método que se adaptasse às disposições da “ordenança do comércio do mês de março de 1675” (p.19), ao passo que Degranges, outro dos principais teóricos, difundiu a teoria das cinco contas gerais, baseada nas pesquisas de Savary, constituída por:
- Mercadorias;
- Dinheiro;
- Efeitos a Receber;
- Efeitos a Pagar;
- Lucros e Perdas.
Tal teoria não foi aceita e muito menos adotada mundialmente.
ADMINISTRATIVA
Fundada no século XIX, a escola administrativa, também denominada lombarda foi concebida por Francesco Villa. Tem como principal objetivo o estudo das leis que são necessárias para o governo de uma empresa, argumentando que a Contabilidade é a ciência de maior auxílio na administração de entidades.
A escola administrativa não usava apenas a parte técnica da Contabilidade, como a escrituração de contas, por considerar esta apenas uma parte tática ainda que fizesse parte do trabalho contábil. Devido a esse fator, a escola administrativa ia contra as ideias da contista, que se preocupava mais com as contas do que com fatores como o gerenciamento das próprias entidades.
Teve como principais pensadores e influenciadores Francesco Villa e Antonio Tonzig. Villa identificou o controle como um dos indispensáveis objetivos da Contabilidade, questionando e defendendo o fato de que ela deve ser usada como objeto decisório na organização de entidades, dedicando seu tempo em maior parte para a administração do que pra escrituração contábil em si. Ao passo que Tonzig acreditava que a Contabilidade e a própria Administração precisam andar juntas para ter uma melhor gestão, que seja mais eficaz, dando como principal objetivo contábil a avaliação do patrimônio empresarial.
PERSONALISMO
Surgido no século XIX, o personalismo tinha como objetivo principal a ideia de dar personalidade às contas para poder, assim, explicar a ligação de direitos e obrigações. Com base na obrigação entre gestor e substância patrimonial, essa ideia considerava a Contabilidade como pessoa. A teoria logismográfica é evidenciada nessa escola, a mesma consistia na relação entre Contabilidade e Administração. Teve como principais pensadores Francesco Bonalumi, Michele Riva, Francesco Marchi, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi.
O personalismo de Cerboni teve como dogmas a relação de proprietário e administrador, considerando que são conceitos distintos. Proprietário é aquele que detém posse legal, que é credor da substância, acredita na mesma. Já administrador, segundo Cerboni, é quem se refere aos bens, direitos e obrigações da azienda. Enfatizando também a ideia de devedor e credor, que está diretamente relacionada com o método das partidas dobradas. Já o de Marchi, criticava a teoria de contas fundada pelo contismo, salientando que somente a conta de resultado representava o comerciante.
CONTROLISMO
Com influência da escola administrativa, a escola controlista foi idealizada por Fábio Besta e à medida que houve um avanço das ideias do Controlismo, pôde ser possível notar que devido à sua estrutura específica e à vasta natureza técnica, houve o escape dos fatos contábeis da vigilância da Contabilidade.
Fábio Besta e Giuseppe Cerboni consideraram como falha a ação das outras escolas se centrarem e girarem em volta do mecanismo de contas quanto à execução da atividade da Contabilidade e acreditarem que a mesma independe de outros instrumentos, ou seja, que seu funcionamento é autossuficiente, o que de fato não é verdade. Coordenaram, então, suas pesquisas para o campo das aziendas, idealizando a questão da fusão do campo científico contábil com as ideias de administração, controle e organização, doutrinas que formam toda a economia aziendal. Segundo essa escola, a Contabilidade é a ciência do controle econômico.
AZIENDALISMO
Teve como precursores Fábio Besta e Giuseppe Cerboni, que consideravam o mecanismo das contas como falho no objetivo de declarar a Contabilidade como ciência autônoma. Na tentativa de provar sua teoria, dirigiram os seus estudos para o campo das aziendas, ligando a parte científica da Contabilidade à organização, à administração e ao controle, contribuindo, também, para o campo das ciências administrativas.
Gino Zappa, grande representante da corrente aziendalista, distinguiu as três doutrinas que formam a economia aziendal, planificando a Administração, a Organização e a Contabilidade, discordando do estudo científico da Contabilidade separado ao das doutrinas de economia aziendal.
NEOCONTISMO
Surgida como evolução da escola contista e em oposição à escola personalista, a escola neocontista adotou o sistema de ativo, passivo e situação líquida da organização. Admitiam ainda que a função da Contabilidade era acompanhar diretamente a evolução e modificação do patrimônio.
O Neocontismo de Fábio Besta restituiu à Contabilidade o verdadeiro objeto, representado pela riqueza patrimonial, e, como consequência, trouxe grande avanço para o estudo da analise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial.
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