ASSIMETRIA E A ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS
Por: tharlya • 8/9/2019 • Trabalho acadêmico • 1.463 Palavras (6 Páginas) • 232 Visualizações
FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE FORTALEZA
DISCIPLINA: GESTÃO FINANCEIRA
PROFESSOR: MÁRIO LEITÃO
ALUNA: THARLYA ALVES
ASSIMETRIA E A ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS
ALBANEZ, Tatiana; VALLE, Maurício Ribeiro do. Impactos da assimetria de informação na estrutura de capital de empresas brasileiras abertas. Revista Contabilidade & Finanças, v. 20, n. 51, p. 6-27, 2009. Disponível em:
ESPEJO, Márcia Maria dos Santos Bortolocci; DACIÊ, Franciele do Prado. Redução da assimetria informacional sob a ótica do controle gerencial: discussão sobre práticas em empresas transparentes. Revista Contabilidade & Finanças, v. 27, n. 72, p. 378-392, 2016. Disponível em:
O artigo de Albanez e Valle (2009) trata da assimetria de informação como elemento determinante da estrutura de capital de empresas brasileiras abertas. Os autores discutem se a assimetria de informação é um fator impactante ou não na estrutura de capital das empresas.
Já o artigo de Espejo e Daciê (2016) demonstra que a essência da contabilidade é prestar informações financeiras e gerenciais atendendo à demanda interna e externa da empresa.
Quando se analisam a literatura e os resultados empíricos a respeito do mercado brasileiro, no qual altas taxas de juros coexistem com linhas diferenciadas de financiamento, a dúvida que surge é quanto ao que é mais viável: a utilização de recursos internos ou de dívidas, conforme preconiza a pecking order. A fim de elucidar esta questão, Albanez e Valle (2009) indicam que foram realizados muitos trabalhos e desenvolvidas várias teorias para se explicar os critérios e as vantagens da utilização de recursos próprios ou de terceiros.
Por outro ângulo, Espejo e Daciê (2016) comentam o potencial da divulgação de informações sobre o desempenho financeiro na criação de valor para a empresa, especialmente no que se refere à transparência das práticas de gestão adotadas pela instituição.
Segundo Albanez e Valle (20090, a teoria de pecking order não se baseia em um nível alto ou ótimo de capital mas se refere à preferência das empresas por determinado tipo de financiamento, sendo que a utilização de recursos internos vem em primeiro lugar, depois a captação de recursos por meio de dívidas e, por último, por emissão de ações. São preferíveis os títulos menos sensíveis à informação.
Os autores refletem que a emissão de novas dívidas provoca uma informação mais positiva sobre a empresa, pois sinaliza crescimento e investimentos, além de não ter que oferecer muitas informações, pois os credores exigem um número grande de dados sobre a empresa antes de liberar o crédito. Ao contrário, a emissão de ações sinaliza informação negativa, podendo dar a entender que as novas ações estão superavaliadas fazendo o valor delas cair após o anúncio da emissão.
Um outro ponto a favor da captação de recursos internos é o custo zero de transação. A teoria de pecking order deixa claro que as empresas mais lucrativas são menos endividadas porque possuem mais recursos internos, enquanto as menos lucrativas dependem de financiamentos externos.
Espejo e Daciê (2016) ponderam que a transparência das informações pode ser o diferencial para atrair investimentos no mercado financeiro e destacam o papel da Contabilidade intermediando a comunicação entre os atores internos e externos da organização.
Albanez e Valle (2009) exemplificam apontando vários estudos sobre a relevância da assimetria de informação na estrutura de capital das empresas, tornando a compreensão mais fácil para o leitor, enquanto Espejo e Daciê (2016) dão exemplos a partir da indicação à premiação do Troféu Transparência.
Estudos empíricos internacionais mostram que a redução na assimetria de informação aumenta a maturidade das empresas de baixo risco além de exercer um papel importante na determinação da maturidade da dívida, conforme Albanez e Valle (2009). Quem obtém vantagem adquirindo informações das empresas são os bancos, ao renegociarem dívidas.
Entende-se que o termo “melhores informações” engloba tanto a área financeira como a gerencial, considerando-se que as companhias premiadas atendem a estes critérios, comentam Espejo e Daciê (2016).
Regulamentar a informação contábil é importante para agregar valor às empresas e deixar o mercado mais informado, comentam os autores. No entanto, tem-se duvidado da eficácia desta prática pois, ao expor as informações, a empresa pode estar dando subsídios para os seus concorrentes.
Albanez e Valle (2009) apontam que outro estudo indicou a influência da informação assimétrica, embora não seja a única determinante para a alavancagem de empresas americanas. Em outra pesquisa, os autores apontam que a dívida emitida hoje torna as emissões futuras de títulos mais sensíveis ao grau de informação assimétrica. E outro estudo aponta distinção entre assimetria de informação intrínseca e extrínseca e verificam o impacto da última na estrutura de capital das empresas.
Os resultados dos estudos parecem indicar que o mais provável seja a relação entre alavancagem positiva com a assimetria: quanto maior a assimetria extrínseca, maior a utilização de dívida pelas empresas, denotando maior sensibilidade das ações à informação possuída por investimentos externos.
No artigo de Espeto e Daciê (2017) consta que a divulgação das informações corporativas têm potencial para alterar o valor da empresa e influenciar o fluxo de caixa futuro.
Estudos indicam que compartilhar as informações reduz as ineficiências do mercado e algumas pesquisas mostram que quanto mais informação for divulgada menor será a assimetria informacional e mais equânime será o acesso à informação por parte dos investidores (ESPEJO; DACIÊ, 2016). Entretanto, outros estudos indicam que o fato que provoca a assimetria é exógeno, pois grandes investidores possuem meios de adquirir informações que serão úteis no futuro.
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