ASSOCIAÇÃO DE MODELOS DE SUCESSO PROFISSIONAL
Por: sascamppos • 24/4/2015 • Trabalho acadêmico • 3.355 Palavras (14 Páginas) • 304 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Há tempos vem sendo estudadas as diferenças entre os gêneros que implicam as divergências entre homens e mulheres na sociedade. Izquierdo (1994) considera que o principal fato para as diferenças entre homens e mulheres estaria relacionado às características de cada sexo.
Para Melo (2006) a entrada da mulher no mercado de trabalho gerou uma luta por igualdade de direitos que como consequência redefinição a identidade feminina, forçando a sociedade a criar novos estereótipos femininos e masculinos. Assim, os estereótipos produzidos para Bellodi (2006) nada mais são do que caricaturas de representações sociais que impactam nas escolhas profissionais.
Para Hilton & Von Hippel (1996) os estereótipos surgem como formas de facilitar a seleção de pessoas, a partir de suas características que já estariam previamente estabelecidas.
Hilton & Von Hippel (1996) consideram que os estereótipos podem surgir a partir de vários fatores, como diferenças sociais, diferenças de poder, entre outros a necessidade de identidade social.
Reconhecendo o debate que esses elementos podem trazer para o contexto educacional como um todo e, especificamente, para a área contábil, esta pesquisa se propõe responder à seguinte questão: Qual o alinhamento existente entre cada gênero e modelos de sucesso profissional na percepção de graduandos em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas de Caratinga?
De acordo com Schneer (1990) as famílias tradicionais, pai empregado e mãe não empregada, vêm diminuindo de acordo com as necessidades sociais. É comum nas famílias atuais ver o pai e a mãe trabalhando, o que tem mudado a estrutura familiar da sociedade.
A partir dessa mudança tem sido feito vários estudos sobre os gêneros, e seus papeis na sociedade. Este estudo tem objetivo de verificar se há alguma relação entre os gêneros e modelos de sucesso profissional na concepção de graduandos das Faculdades Integradas de Caratinga.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Na concepção de Ruble (2009) as crianças já obtêm conhecimento sobre os estereótipos, no momento em que os pais criam visões estereotipadas para diferenciar os gêneros, começando a diferenciá-los pelos brinquedos, como carrinho para meninos e boneca para meninas, e com cores das roupas ou da decoração do quarto, como azul e verde para meninos, rosa e lilás para meninas.
A partir disto podem surgir os problemas, como discriminação e preconceito entre os gêneros partindo principalmente do sexo oposto. Para Azevedo (2005) a discriminação entre os gêneros é resultado de crenças discriminatórias impostas na sociedade pelas ideologias patriarcais.
Neste contexto, de acordo com Buarque (2005) os gêneros não designam o sexo e sim um conjunto de atributos que são construídos a partir das culturas a fim de indicar o papel do homem e da mulher na sociedade.
Os estereótipos para Azevedo (2005) não criam somente características para os gêneros, criam também funções de acordo com o sexo. Essas visões estereotipadas como “homens pilotam aviões” e “mulheres são para os trabalhos domésticos”, que geram o preconceito entre os gêneros, partindo principalmente do gênero masculino perante o gênero feminino.
Gutek (1990) associa formas de preconceito contra a mulher no trabalho, como o assedio sexual, a partir de piadas e ou brincadeiras vindas de seus companheiros de trabalho, com intuito de diminuí-las no ambiente, podendo ser entendidas como atos sexistas. Para Souza (2006) o assédio sexual recai majoritariamente, mas não exclusivamente, sobre as mulheres.
Smigay (2002) conceitua Sexismo como uma postura misógina, desprezando o sexo oposto, a postura misógina advém da repugnância perante o sexo oposto. As teorias feministas de acordo com Ferreira (2004) explicam o sexismo no pressuposto de que os homens eram encarregados de sustentar a família, fazer o papel de gestor nas empresas, e manter a imagem de forte e autoritário, enquanto as mulheres eram encarregadas de cuidar do lar, dos filhos e satisfazer sexualmente seus maridos.
Assim dotando o homem de poderes patriarcais, impondo a superioridade masculina e a inferioridade feminina. Ferreira (2004) complementa ainda que as literaturas recentes mostram que as atitudes sexistas vêm se mostrando mais camufladas, de formas indiretas ou simbólicas, que seria uma pior forma, por serem atitudes vindas principalmente de pessoas do convívio pessoal, disfarçado em carinho e cuidado.
De acordo com Glick (1996), a forma tradicional do sexismo vem se extinguindo, sendo vivenciado por pequenos grupos, no entanto, as diferenças entre homens e mulheres estão longe de se extinguirem.
Ferreira (2004) relaciona o sexismo seguindo o mesmo pensamento de Glick e Fiske (1996) quando dizem que o sexismo benevolente é mais prejudicial que o tradicional, mesmo havendo algum sentimento positivo, reconhecendo que a mulher é “boa” em algumas funções ele ainda a limita em outras e por na maioria das vezes o sexismo benevolente ser praticado por pessoas do convívio pessoal, como maridos, os pais, etc.
Neste mesmo contexto Formiga (2007) considera que o preconceito é um fenômeno antigo dentro da sociedade, no entanto, na atualidade ele vem sendo demonstrado em outras faces, não demonstrando a diminuição de práticas discriminatórias na sociedade, e sim sendo praticadas de formas mais sutis.
Assim Formiga (2007) enfatiza que a discriminação feminina abrange vários ambitos sociais como a educação, o trabalho, a política e a ciência. Pode-se perceber que as mulheres são a minoria frequente no mundo do trabalho.
Entretanto, na concepção de Capelle (2000), apesar das mudanças ocorridas nos papeis dos homens e das mulheres na sociedade, tanto no meio familiar quanto no meio do trabalho, podem ser notados desequilíbrios entre os gêneros, pois o homem ainda transmite imagem de forte e autoritário e representa maior número na sociedade em relação à mulher.
Para Crenshaw (2002) todas as mulheres estão de certa forma, sujeitas a algum tipo de discriminação entre os gêneros, devido a vários fatores, pela raça, cor, religião, cultura e orientação sexual. As diferenças entre os gêneros não podem ser motivos para que a sociedade aja de formas diferentes no tratamento dos direitos humanos sociais.
Contudo, Fiúza (2001) considera que o avanço das mulheres no mundo do trabalho, em diferentes espaços ocupacionais, tem sido alvo de vários estudos pelo fato de sofrerem discriminações em algumas áreas.
O trabalho de Capelle (2000) e Belle (1993) mostra que nos dias atuais a prioridade masculina ao emprego é frequentemente
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