Analise DFs

Analise das Demonstrações Financeiras Consolidadas da Grendene S.A.

Objetivo:

A ideia principal concerne na verificação da utilidade de informação divulgada pela empresa Grendene S.A. listada no mercado de capitais (Bovespa), sendo assim obrigada a seguir os padrões contábeis correntes no Brasil, emitidos pelo comitê de pronunciamentos contábeis (CPC). Estes padrões se tornam obrigatórios pelas deliberações da CVM, no qual serão verificadas a qualidade da demonstração e a aplicação dos CPC’s, no entanto não serão apresentadas somente as falhas, mas também as corretas aplicações.

Escopo:

A análise aplica-se a Demonstração Financeira Consolidada, não se estendendo ao Relatório da Administração e a Demonstração da Controladora, a qual foi apresentada separadamente.

Para acompanhar as análises e os comentários é necessário que se tenha em conjunto as Demonstrações Financeiras Consolidadas.

Comentários:

• Parecer dos Auditores

A Ernst & Young foi a empresa contratada para emitir o parecer sobre as demonstrações financeiras e a mesma não identificou desconformidade em relação às normas técnicas Internacionais(IFRS) e sobre as práticas contábeis brasileiras.

• Balanço

Ficou evidente a correta classificação da Participação dos não Controladores destacada e apresentada junto ao patrimônio líquido. Conforme IAS 1 e CPC 26.

Adicionalmente verificamos que a Companhia não divulgou em base comparativa os últimos três anos, tendo somente o ano de 2010 e 2009, com isso a analise das movimentações dos saldos fica prejudicada.

• Demonstração do Resultado (DRE)

As despesas foram apresentadas por função, evidenciando o Custo de venda, Despesas Administrativas e Despesas de Vendas conforme IAS 1 e CPC 26.

De acordo com o IFRS, a Companhia apresentou o lucro por ação, tanto básico quanto diluído, na demonstração do resultado com base no número de ações médio do período, de acordo com o IAS 33.

As despesas e receitas financeiras foram apresentadas separadamente, conforme IAS 1 e CPC 26.

• Demonstração do Resultado Abrangente

A empresa optou em apresentar o resultado abrangente na demonstração de mutações no patrimônio liquido. Conforme CPC 26.

• Demonstrações das mutações do patrimônio líquido (DPML)

A Companhia evidenciou todas as movimentações no patrimônio líquido, incluindo a parte atribuível aos não controladores.  Conforme IAS 1 e CPC 26

A companhia destinou todo o excedente de Lucros Acumulados para a Reserva de Lucro deixando seu saldo zerado. Conforme IAS 1 e CPC 26

• Demonstração dos fluxos de caixa (DFC)

A empresa optou em divulgar pelo método indireto

As captações de recursos dos empréstimos e financiamentos foram apresentadas em linha separada de suas amortizações (pagamento e juros) de acordo com IAS 7 e CPC 03.

• Base de preparação e apresentação das demonstrações financeiras consolidadas

Fica evidenciado que a companhia adotou todas as normas, revisões normativas e interpretações emitidas pelo IASB e que são efetivas para as demonstrações financeiras.

A Companhia elucidou que não houve aquisição de nenhuma empresa no período, demonstrando que as operações da mesma mantiveram na mesma proporção.

• Demonstrações financeiras Consolidadas

A Companhia demonstrou através de quadro a composição de suas controladas e o percentual de investimento facilitando a visualização da estrutura da companhia.

Os procedimentos de Consolidação tendo a eliminação dos saldos passivos e ativos de empresas relacionadas, eliminação das participações de capital e eliminação dos saldos de receita e despesa de acordo com o IAS 27 e CPC 36.

• Políticas Contábeis

As políticas contábeis são os métodos pelos quais a empresa informa, publicamente, a sua posição financeira momentânea, e as mudanças que esta posição sofreu no tempo, além dos resultados de suas operações contábeis internas e com terceiros – governo, acionistas, outras firmas. Adicionalmente esta nota explicativa elucida a forma com que a empresa qualifica seus ativos e passivos e mensura seu resultado, sendo esta imprescindível para a sua comparabilidade e entendimento.

Os principais destaques para estas explicações foram:

A evidenciação da moeda funcional em reais conforme determinação do CPC 02.

Mensuração dos instrumentos financeiros como inicialmente registrados ao seu valor justo acrescido dos custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à sua aquisição ou emissão conforme IAS 7 e CPC 36.

O contas a receber é avaliado pelo valor presente liquido conforme CPC

Os estoques são avaliados pelo valor custo não excedendo o valor realizável liquido, sendo utilizada a média ponderada para sua valoração.

O imobilizado e o intangível são avaliados pelo custo de aquisição e são depreciados ou amortizados de forma linear.

Os empréstimos são avaliados a valor de contratação acrescido dos encargos.

O contas a pagar pelo valor de realização, em relação aos valores a receber do mercado externo são atualizados com as taxas de cambio vigentes na data da demonstração.

A receita é mensurada com base no valor justo da contraprestação excluindo descontos, abatimentos e impostos.

• Caixa e Equivalente de caixa / Aplicação financeira

No que concerne a esses itens a empresa atende aos pressupostos exigidos no IAS07/CPC03.

As disponibilidades da empresa são apresentadas de forma bem clara, já que são compostas em sua maioria por depósitos bancários e não tem a incidência de juros.

Em relação às Aplicações financeiras percebe-se que a empresa se preocupa com a sua segurança financeira, visto que a mesma tem suas aplicações em instituições dentre as mais sólidas do mercado. Além disso, fica bem explicitado a que índices esses rendimentos são atrelados e isso proporciona uma visão e análise mais crítica e segura de cada tipo de aplicação.