Aspectos Científicos da Contabilidade
Por: Milena Lopes • 2/4/2017 • Ensaio • 4.671 Palavras (19 Páginas) • 993 Visualizações
ASPECTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE
Milena Rayane Lopes dos Santos
A necessidade de investigação em pesquisas vem crescendo paulatinamente nos últimos anos na graduação, não ficando restrita apenas no campo da educação, mas estendendo-se em diversas áreas como a Ciência Contábil. O ensino tradicional em que o discente tinha um papel receptor em sala de aula e o docente apenas passar a aprendizagem, vem sendo modificada por uma dinâmica maior tanto do aluno como do professor. O âmbito da contabilidade exige buscas diferenciadas e métodos que supram tudo o que precisa ser estudado, afim de que continue havendo a evolução do saber neste campo. Mas, há ainda barreiras e paradigmas a serem derrubados, para que a educação contábil cresça sem limitações. O numero de pesquisadores ainda é mínimo, não se tem investigação difundida, além de ser uma área nova com poucos programas de pós-graduação e mestrados. Todavia, esse espaço está sendo conquistado consideravelmente através de congressos, linhas de pesquisas, estudos aprofundados e com isto tem ganhado mais seguidores e curiosos.
A contabilidade é tão antiga quanto a história da humanidade, está atrelada as necessidades de demonstração que o homem fazia através das pinturas em cavernas, em que era uma forma de coordenar e controlar tudo o que caçava ou pescava. Posteriormente, com o surgimento do comércio e trocas de mercadorias, a preocupação cresceu em mensurar tudo o que entrava e saía em determinado estabelecimento. Ligado a isto o homem tinha em mente aquilo que poderia economizar e render, a fim de aumentar a posse, o lucro e seu rendimento, então ele recorreu aos registros e a medida que aumentava a complexidade o controle se refinava. Atualmente, existem diversas formas de registros contábeis, as quais são fundamentais à tomada de decisão dentro da economia global, tais como: Demonstração do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial, Balancetes de Verificação, nestes pode-se observar se a entidade está em situação favorável ou não, em algum período de tempo, tem a função de facilitar a análise financeira da empresa agrupando as contas de forma compreensível e completa.
Marion (2005) salienta que a profissão contábil está passando por um momento de mudança em que a mecanicidade dá lugar a técnica e informação. Visto que, em um mercado competitivo como o contemporâneo, o contabilista não pode continuar na singularidade de um papel antigo de escriturador ou guarda-livros, no qual tinha como função o registro de transações já ocorridas em meio a documentos e livros de capa preta. Então, o profissional deve se adequar a constante evolução, trazendo dentro de si a diferenciação que o capitalismo procura. Abandonar o tradicionalismo é essencial ao individuo que quer ser reconhecido dentro da contabilidade, o que buscam de um profissional nas empresas é a capacidade em dar suporte tanto fiscal como também gerencial, além de atenção a clientela, tem que mostrar a direção sobre os negócios da empresa, oferecendo as interpretações das informações, capaz de influenciar a tomada de decisão e direcionar o meio que a empresa deve seguir.
“A medida que foram aparecendo, como consequência da evolução dos tempos e das organizações, os outros ‘players’, a contabilidade foi se transformando, aos poucos, de um engenhoso sistema de escrituração e demonstrações contábeis simplificadas, num complexo sistema de informação e avaliação, com características científicas, institucionais e sociais de relevo e tendo, como objetivo central, suprir necessidade informacional de seus usuários internos e externos à entidade a que se refere” (IUDICÍBUS, 2005, p. 11).
O quadro abaixo é uma demonstração da evolução do contador, uma comparação entre as exigências de ontem e hoje.
ONTEM | HOJE |
Baixa competitividade | Competitivo |
Comércio tradicional | Globalização |
Ênfase na escrituração | Ênfase nos negócios |
Ensino comercial | Ensino de gestão |
Busca pela padronização | Adaptação aos negócios |
Pouco envolvimento nos negócios | Proposição de soluções |
Baixa complexidade das operações | Operações virtuais |
Não utilização da TI | Uso intensivo da TI |
Luta pelo reconhecimento | Profissão fundamental |
Fonte: Elaborado pela autora.
Com a série de modernizações que a contabilidade vem passado nos últimos anos, principalmente em razão da convergência aos padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês que abrevia International Financial Reporting Standards) e da instituição do Exame de Suficiência. É natural que as mudanças provoquem alterações tanto nos princípios da contabilidade quanto no formato da prestação de contas das empresas. No Brasil, somente os cursos de Direito e Contabilidade se utilizam desse recurso para medir o conhecimento e nivelar o mercado. A avaliação demanda uma melhor preparação de quem almeja iniciar sua carreira na área Contábil e também a busca por um ensino de excelência pelos cursos de graduação. O exame de suficiência para os profissionais contábeis é uma forma de habilitação à inclusão do individuo como contador, por meio da Lei nº 12.294/2010, que alterou o Artigo 12 do Decreto-lei nº 9295/1946, o qual torna obrigatório o exame de suficiência do sistema CFC/CRCs (Conselho Federal de Contabilidade/Conselhos Regionais de Contabilidade). Deste modo, deixa explicito que os graduados nesta área somente poderão atuar a profissão após a regular conclusão de bacharel reconhecido pelo Ministério da Educação somado com a aprovação no teste e registrado no CRC a que estiverem sujeitos.
“Com o Exame de Suficiência do CFC, damos mais um salto em direção à qualificação da área da Contabilidade, já que o registro comprova que o contador está realmente apto ao exercício na área. A avaliação é boa tanto para os profissionais, que demonstram seus conhecimentos, quanto para os empregadores, que poderão contar com especialistas certificadamente conhecedores dos princípios da atividade. Sem contar as vantagens para a categoria, que se fortalece pela valorização de seus integrantes” (POCETTI, 2013).
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