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Conhecimento da entidade e do seu meio envolvente

Por:   •  2/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.958 Palavras (16 Páginas)  •  1.910 Visualizações

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Índice

Introdução        

Conhecimento da entidade e do seu meio envolvente        

Compreensão dos Sistemas de Informação e de controlo interno        

Procedimentos analíticos iniciais        

Risco e Materialidade        

Avaliação do Risco de Auditoria        

Determinação da Materialidade em Auditoria        

Utilização de trabalhos de terceiros        

Conclusão        

Bibliografia/webgrafia        

Introdução

        O planeamento do trabalho de auditoria consiste num processo sistemático que permite ao auditor executar o seu trabalho da maneira mais objetiva e eficiente possível.

        No presente trabalho serão apresentados alguns aspetos indispensáveis para que o auditor estabeleça de maneira correta as metas do seu serviço, fazendo com que a atividade possa ser realizada com excelente qualidade e o menor custo possível.

        Assim, para que o planeamento possa ser elaborado corretamente, é necessário o entendimento de algumas etapas que compõem a sua estrutura, como por exemplo: os principais procedimentos a serem adotados; as vantagens e desvantagens em se fazer planeamento; os planos de auditoria; os riscos de auditoria; e os testes necessários.

        Desse modo, o objetivo deste trabalho é tentar demonstrar da maneira mais simples e concisa a importância do planeamento num trabalho de auditoria, evidenciando conceitos e etapas fundamentais para a sua execução.


Conhecimento da entidade e do seu meio envolvente

        Este assunto está abordado na ISA 315 – Identifying and Assessing the Risks of Material Misstatement through the Entity and its Environment (Identificar e Avaliar os Riscos de Distorção Material Através do Conhecimento da Entidade e do seu Ambiente), que refere que o auditor tem a responsabilidade de identificar e avaliar os riscos de distorção material devido a fraude ou a erro, nas demonstrações financeiras e asserções, através do conhecimento da entidade e do seu meio envolvente, incluindo o seu controlo interno, proporcionando assim uma base para conceber e implementar respostas aos riscos de distorção material avaliados.

        A DRA 310 – Diretriz de Revisão/Auditoria 310, estabelece procedimentos e proporciona orientação sobre o que se deve entender por conhecimento do negócio da empresa, designadamente: a importância do conhecimento da entidade para o auditor e para os membros da sua equipa, a relevância do conhecimento ao longo de todas as fases da auditoria, e como é que o auditor obtém e usa tal conhecimento. Este conhecimento permite ao auditor identificar e compreender até que ponto o mesmo afeta as demonstrações financeiras, como um todo, e se as asserções contidas nas demonstrações financeiras são, ou não, consistentes com o conhecimento do negócio.

        Numa primeira auditoria este tipo de conhecimento obriga, ao dispêndio, por parte dos auditores, de um número muito significativo de horas de trabalho, apesar de ser um processo contínuo e cumulativo.

        Para obter o conhecimento do negócio os auditores utilizam, normalmente, os seguintes procedimentos:

  • Reuniões com as pessoas encarregadas da governação e com o pessoal-chave da empresa;
  • Reuniões com os auditores internos e análise dos seus relatórios;
  • Reuniões com os advogados e outros consultores da empresa;
  • Visita a todas as instalações;
  • Leitura de publicações especializadas do respetivo setor de atividade;
  • Leitura de documentos produzidos pela empresa (atas de reuniões; relatórios de contas; manual do sistema de informação;…);
  • Leitura da legislação e regulamentos oficiais.

        

        A ISA 315 refere também alguns elementos que devem ser considerados para conhecimento da entidade e do seu meio envolvente, dos quais são:

  • Fatores sectoriais, de regulação e outros fatores externos relevantes, incluindo o referencial de relato financeiro aplicável;
  • Natureza da entidade, incluindo:
  • Operações;
  • Propriedade e estruturas de governação;
  • Tipos de investimentos que a entidade tem efetuado e planeia efetuar, incluindo investimentos em entidades com finalidade especial;
  • Modo como a entidade está estruturada e é financiada, de modo a perceber que classes de transações, saldos de contas e divulgações irão em princípio constar nas demonstrações financeira.
  • Seleção e aplicação de políticas contabilísticas pela entidade, incluindo as razões para alterações às mesmas;
  • Objetivos e estratégias da entidade e os respetivos riscos de negócio que possam resultar em riscos de distorção material;
  • Mensuração e revisão do desempenho financeiro da entidade.

        No caso de se ver confrontado com esclarecimentos contraditórios, o conhecimento do negócio permite ao auditor reconhecer informações conflituantes. O auditor pode ainda utilizar esse conhecimento para identificar indícios ou circunstâncias não usuais, tais como fraudes ou incumprimentos de leis ou de regulamentos, fazer indagações pertinentes com capacidade para ponderar a razoabilidade das respostas e verificar a adequação das políticas contabilísticas e das divulgações das DF.

        Em suma, o conhecimento dos aspetos relevantes do negócio da entidade e a sua envolvente, incluindo o controlo interno, bem como do processo contabilístico, ajuda o auditor a obter informação suficiente com vista a:

  • Identificar e avaliar os riscos de distorção material das demonstrações financeiras;
  • Identificar eventos, classes de transações, bem como fatores internos e externos que possam ter um efeito de distorção material, quer por fraude, quer por erro;
  • Estabelecer a materialidade e avaliar se esta permanece apropriada à medida que o trabalho de auditoria progride;
  • Avaliar a adequação das políticas contabilísticas e de divulgação, bem como práticas usadas pela entidade na preparação das demonstrações financeiras;
  • Desenvolver expectativas a usar na execução de procedimentos e substantivos analíticos;
  • Conceder e desenvolver procedimentos de auditoria, de modo a obter prova de auditoria que permita dar resposta aos riscos avaliados.

        De salientar que a compreensão da entidade é um processo contínuo e dinâmico, pelo que no decurso do trabalho, o plano global e os programas de revisão/auditoria devem ser revistos e atualizados, sempre que se verifiquem alterações nas condições de trabalho ou em sequência de resultados inesperados dos procedimentos de auditoria.

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