Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor
Tese: Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: junior0627 • 9/6/2013 • Tese • 1.089 Palavras (5 Páginas) • 606 Visualizações
RESUMO
O Estado é um sistema integrado de ações, politicamente organizadas, que visam
proporcionar satisfação às necessidades de uma sociedade. Em função da multiplicidade de
ações, requer controles que garantam a efetiva gestão dos recursos públicos, proporcionada
pela adoção de técnicas e procedimentos de administração e gestão amplamente difundidas no
setor privado. Entre estas técnicas destaca-se a auditoria como instrumento de avaliação capaz
de abranger toda a administração, auxiliando na tomada de decisão na medida em que orienta,
interpreta e prevê fatos.
Neste aspecto, foi analisada a adoção da auditoria de desempenho como instrumento
de análise do processo de gestão organizacional capaz de auxiliar na tomada de decisão,
utilizando indicadores qualitativos de avaliação de performance. A partir de uma revisão
bibliográfica e documental foi realizada uma análise em relatórios de prestação de contas de
um ente público com o objetivo de analisar a adoção de indicadores de desempenho
quantitativos aplicados na análise de execução de metas e inferir se estes são capazes de
revelar a eficácia e eficiência dos gestores na aplicação dos recursos. Os resultados apontam
que indicadores quantitativos não são eficientes, necessitando de complementação com
indicadores qualitativos.
Palavras-chave: Auditoria de desempenho. Estado gerencial. Indicadores qualitativos.
Área Temática: Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor
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1. INTRODUÇÃO
A longa crise econômica e financeira verificada no setor público tem demonstrado a
incapacidade gerencial dos governos. A reforma do Estado proposta em 1995, pelo então
ministro Bresser Pereira, não tem logrado o êxito esperado, apesar das muitas análises
positivas. O grande desafio do Estado Gerencial, New Public Management, tem sido garantir
bons resultados e transparência na gestão da coisa pública. E essa exigência crescente advém
de uma sociedade mais politizada e consciente de seus direitos e deveres, aliado ao
desenvolvimento tecnológico que viabiliza o acesso às informações de forma mais rápida e
dinâmica, além da globalização da economia, que exige cada dia mais a capacitação de todos
os setores da economia como forma de garantia da competitividade negocial.
Gestão implica saber administrar com responsabilidade, com técnica e com base em
princípios. O setor público envolve múltiplas atividades, onde o processo de tomada de
decisão não pode estar baseado apenas em conceitos pessoais, questões políticas ou
conhecimento tácito. O universo econômico-financeiro público requer técnicas e ferramentas
de administração tais quais as utilizadas pelo setor privado, onde a busca pela eficiência pode
significar a sobrevivência ou a falência de uma entidade.
Há que se considerar, ainda, o fato dos recursos públicos serem limitados e escassos,
aliado ao grande volume e complexidade de operações que realiza a administração pública,
em contraponto a exigência cada vez mais crescente da sociedade quanto à qualidade de vida
e a melhoria dos serviços e produtos ofertados, indicando a necessidade dos gestores públicos
incorporarem conceitos de efetividade nas atividades que realizam como forma de
responsabilidade com a gestão da coisa pública.
Neste ponto cabe uma breve consideração do que seja responsabilidade com os
resultados públicos. Um novo conceito de responsabilidade com a administração pública tem
sido introduzido no Brasil. É a accountability, termo ainda sem tradução para a língua
portuguesa, e que alguns autores (Abrucio e Loureiro, 2004; Campos, 1990), resumidamente,
definem como responsabilização dos governantes.
Tendo em vista a busca pela eficiência e eficácia da administração pública, e ser este o
objetivo deste estudo, a definição que mais se alinha é a que nos oferece Rocha (2007, p.3) ao
definir a accountability:
Neste sentido pode-se entender a accountability como a responsabilização
permanente dos gestores públicos em termos da avaliação da
conformidade/legalidade, mas também da economia, da eficiência, da eficácia e da
efetividade dos atos praticados em decorrência do uso do poder que lhes é outorgado
pela sociedade.
A garantia da efetiva gestão dos recursos pode ser alcançada, ainda, a partir da adoção
de mecanismos de controle os quais, no setor público, são impostos pela Constituição Federal
de 1988. Esses controles podem ser externos, segundo a atuação dos Tribunais de Contas, TC,
e internos quando aplicados pelas Controladorias ou por outros órgãos incumbidos desta
missão. No entanto, o modelo de controle utilizado está focado principalmente em aspectos
de legalidade,
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