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Contextualização do Estudo O Brasil

Por:   •  2/4/2019  •  Projeto de pesquisa  •  2.559 Palavras (11 Páginas)  •  194 Visualizações

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1 Introdução

1.1 Contextualização do Estudo

O Brasil é considerado o país do futebol, apesar do esporte ter sido criado pelos ingleses. Esta prática desportiva foi introduzida no país por Charles William Miller, brasileiro nascido no estado de São Paulo, filho de um escocês e uma brasileira de origem inglesa.

Miller aos nove anos se mudou para a Inglaterra para estudar. Na Inglaterra o jovem conheceu o futebol retornando ao Brasil por volta de 1894, contendo em suas bagagens uma bola de futebol e um conjunto de regras para a prática desta modalidade esportiva.

A primeira partida de futebol realizada no Brasil ocorreu em São Paulo, na data de 15 de abril de 1895.

A partida foi realizada entre duas empresas, a Saber (Companhia de Gás) e a Railway (Companhia Ferroviária São Paulo), ambas de origem inglesa, porém, o primeiro time a se formar no país foi São Paulo Athletic, fundado em meados de 1898.

A partir daí clubes foram sendo formados e o futebol se tornou uma indústria. A princípio o esporte era praticado por indivíduos que possuíam boas condições financeiras. A transformação do esporte em atividade profissional foi fundamental para romper o preconceito de classes trazido da Inglaterra.

Além de trazer mudanças sociais e culturais, o futebol teve grande impacto na economia brasileira, pois deixou de ser somente uma forma de entretenimento e passou a ser considerado como uma forma de captação de recursos pelos clubes de futebol que, devem ser bem administrados para receber reconhecimento e credibilidade, como o Manchester United, clube da Inglaterra que atua também no mercado de ações.

De acordo com Aidar et. al. (2002, p. 10):

Parte da grande e nova indústria do entretenimento, o futebol exige hoje um emprego de trabalho e capital que excede o tradicional universo de atletas, técnicos, dirigentes e bilheteiros. Em torno do tablado de grana gira uma indústria mundial de US$ 260 bilhões - soma da simbiose de grandes redes de mídia, marcas de material esportivo, patrocinadores e licenciados fabricantes de produtos de consumo.

Considerando esse novo cenário econômico, sente-se a necessidade de padronizar, normatizar e regulamentar o futebol. Surgem então, a Lei Zico – Lei nº 8.672/1993 que obrigou os clubes tornarem pessoas jurídicas, sendo totalmente revogada pela Lei Pelé – Lei nº 9.615/1998 que permitiu que os times optassem por se tornarem empresas e a obrigou divulgação de seus resultados através das demonstrações contábeis auditadas por auditores independentes: (interessante ter os artigos, alíneas,...)

  1. Balanço Patrimonial;
  2. Demonstração do Resultado de Exercício;
  3. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (que foi substituída em 2017 pela Demonstração do Fluxo de Caixa);
  4. Demonstração de Lucros (Superávits) ou Prejuízos (Déficits) Acumulados; e
  5. Notas Explicativas.

Atualmente, os clubes de futebol são chamados oficialmente de “entidades comerciais de prática desportiva” que são pessoas jurídicas de direto privado, constituídas como associação, com objetivo de promover atividades recreativas e desportivas, envolvendo atletas que não são necessariamente associados, porém recebem direitos sobre um contrato de trabalho e patrocínio. Assim, se enquadram como associações com fins não econômicos (para associados) e com fins econômicos (para a exploração de atividades do desporto profissional com obtenção de renda).

Para atender essa nova realidade social e econômica, a contabilidade também passou por mudanças. Santos (2007, p. 17) ressalta que não se pode mais admitir que a Contabilidade esteja sendo preparada para usuários de quatro ou cinco décadas atrás. Por isso, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) aprovou a NBC T 10.13 em setembro de 2004, através da resolução nº 1005, que obriga as entidades desportivas a serem transparentes na sua gestão financeira e contábil.

De mesmo modo, os tipos de usuários da contabilidade e as demonstrações contábeis também mudaram. Patrocinadores, jogadores, associados, torcedores, governo, e a sociedade em geral demonstram uma nova relação com a contabilidade. Surgindo então um novo segmento para estudo, pesquisas e até oportunidade de mercado focados nas entidades, chamado de Balanço Social, proporcionando informações que, antes eram somente divulgadas por empresas.

Como escrito por Santos (2007, p.16) o Balanço Social é um braço da Contabilidade que

Deverá assumir nas próximas décadas o papel de grande destaque, pois será um dos principais instrumentos a serem utilizados nas relações sociais e econômicas das sociedades e poderá auxiliar, de forma extremamente competente, na avaliação e análise de seus resultados macroeconômicos.

Kroetz (2000 p. 77) explica que, na realidade o Balanço Social

Representa a demonstração dos gastos e das influências das entidades na promoção humana, social e ecológica, dirigidos aos gestores, aos empregados e “a comunidade com que interage, no espaço temporal passado/presente/futuro.

Com base nesse conceito de Balanço Social, surge a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que mostra as relações econômicas de uma sociedade, e seus respectivos valores agregados, tornando-se o elo entre o novo cenário econômico dos clubes de futebol e as exigências dos usuários da Contabilidade.

Assaf Neto (2015 p. 106) destaca que para a elaboração do Balanço Social de uma entidade

Será necessária uma complexidade de informações. Uma das peças fundamentais componentes do Balanço Social é a Demonstração do Valor Adicionado.

A Contabilidade, por estar inserida como uma ciência social tem um dos seus objetivos fundamentais a identificação e aproximação das relações entre os diversos indivíduos ou entidades de uma sociedade. Dessa forma, este trabalho tem o propósito de mostrar a contribuição que Contabilidade pode oferecer para o relacionamento entre o cubes de futebol e a sociedade em relação à geração e distribuição de riquezas.

1.2. Problema de Pesquisa

A criação e distribuição de riqueza é uma das formas de medir o relacionamento da empresa com a sociedade, como forma de Valor adicionado. Para os clubes de futebol não é diferente.

A análise da criação e distribuição de valor pode ser demonstrada através da Demonstração de Valor Adicionado (DVA), que a publicação não é obrigatória para clubes de futebol. Porém, as outras demonstrações contábeis obrigatórias não reúnem informações sobre valor adicionado. Como Assaf Neto (2015 p. 107) explica, a DVA surgiu para suprir essa lacuna no que tange às informações divulgadas pelo conjunto de demonstrações.

A DVA pode é elaborada base em dados da Contabilidade, extraídos da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Apesar disso, as duas demonstrações não podem ser confundidas e devem ser usadas como complementadoras no processo de avaliação de empresas.

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