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Estudos de evolução de taxas de mortalidade no Brasil

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Por:   •  10/5/2013  •  Trabalho acadêmico  •  2.591 Palavras (11 Páginas)  •  724 Visualizações

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Resumo

Até muito recentemente, nos estudos sobre a evolução dos níveis da mortalidade no Brasil, dois aspectos ocupavam lugar de destaque: de um lado, a queda das taxas de mortalidade infantil, e de outro, o aumento da mortalidade da população masculina jovem adulta. Esses dois temas ainda são de grande importância nos estudos de mortalidade, em primeiro lugar, porque a mortalidade infantil, apesar da queda observada nas últimas décadas, permanece em níveis relativamente elevados se comparados com outros países latinoamericanos. Em segundo lugar, a mortalidade de jovens marcada pela violência se apresenta como um dos grandes desafios da sociedade atual. É nesse contexto que surgem outros aspectos de grande relevância para os estudos de mortalidade. Com o envelhecimento da população brasileira, conhecer mais detalhadamente a evolução da mortalidade da população idosa (população com 60 anos ou mais de idade) tornou-se fundamental para o planejamento das ações na área da saúde. Nesse trabalho, tem-se como objetivo: 1) analisar a evolução da mortalidade da população idosa segundo grupos de idade e gênero, e 2) descrever a estrutura da mortalidade segundo causas de morte. O estudo utiliza os dados do SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) do Ministério da Saúde para o Brasil no período de 1990 a 2001. Uma análise da informação sobre causas múltiplas também é apresentada para o ano de 2001. A análise dos dados mostra uma redução dos níveis de mortalidade entre os idosos e um aumento da longevidade. A estrutura de causas também mostra a predominância de doenças do aparelho circulatório, respiratório e neoplasmas. A análise das causas múltiplas de morte evidencia as principais associações entre causas de morte.

Introdução

A expectativa de vida do ser humano tem aumentado consideravelmente dentro de um curto espaço de tempo. A população idosa brasileira hoje ultrapassa os 14 milhões, o que evidencia a importância desse contingente populacional no Brasil. Atualmente, os idosos são a parcela populacional que mais cresce no mundo e mais da metade deles vive em países em desenvolvimento. Segundo estimativa populacional do IBGE para o ano intercensitário de 2006, o número de idosos na cidade de Ribeirão Preto era de 56.743 habitantes, dos quais 31.637 possuíam de 60 a 69 anos e aqueles que tinham mais de 80 anos perfaziam um total de 7.111 habitantes. A cidade possuía em 2000, uma expectativa de vida de 74,4 anos (1). O aumento do número de idosos na população tem se traduzido em um maior número de problemas de longa duração, seja para o indivíduo seja para a sociedade (2) . Aproximadamente 80% das pessoas acima de 65 anos apresentam ao menos um problema crônico de saúde e uma minoria destes idosos (10%) possui, no mínimo,

cinco destas patologias. Com o avanço da idade, há um aumento progressivo da necessidade de assistência na realização de atividades da vida diária. O estudo da capacidade funcional tanto tem ajudado a compreender como a longevidade tem sido vivida quanto como contribui para avaliar o estado de saúde dos idosos. Sabe-se que a presença de múltiplas doenças com diferentes graus de gravidade pode influenciar a vida diária. Indicadores de morbidade que incluam as incapacidades parecem ser mais adequados para demonstrar o impacto da doença/incapacidade sobre a família, o sistema de saúde e a qualidade de vida dos idosos (3) . Tal indicador é imprescindível para a organização da atenção à saúde, subsidiando, dentre outros, o cuidado de enfermagem direcionado ao idoso, familiares e cuidadores. A independência na realização das atividades da vida diária é de grande importância na vida das pessoas, pois envolve questões de natureza emocional, física e social. Capacidade funcional é a “capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias

Evolução da estrutura etária dos óbitos no Brasil

A partir dos anos 1970, observa-se o envelhecimento da população brasileira com a diminuição relativa da população de jovens e o aumento da proporção de adultos e idosos. Caracterizado como um país de jovens em 1980, a idade mediana da população brasileira era de 20,2 anos. Vinte anos depois, o Censo 2000 nos mostra o rápido envelhecimento da população, em conseqüência, sobretudo, da forte redução dos níveis de fecundidade, com a idade mediana se elevando a 25,2 anos. Além da forte queda da fecundidade, observa-se também nos últimos vinte anos, uma forte queda nas taxas de mortalidade infantil. Estimada em 48 óbitos por mil nascidos vivos (Simões, 2002) no início dos anos 1990, a taxa de mortalidade infantil cai para 28 óbitos por mil nascidos vivos em 2000, uma redução de 42%. Observa-se, por outro lado, o aumento da esperança de vida nas idades mais avançadas, principalmente entre as mulheres. A Tabela 1 mostra que o ganho na esperança de vida aos 60 anos entre as mulheres foi 1,3 ano e entre os homens de 0,8 anos, ou seja, aumento da longevidade tanto de homens como de mulheres. Todos esses fenômenos causaram um grande impacto na estrutura etária dos óbitos. Essa estrutura apresenta também um forte processo de envelhecimento entre 1980 e 2000. A idade mediana dos óbitos passou de 46,6 anos a 59,5 anos entre os homens e de 51,9 anos a 68,8 anos entre as mulheres. A proporção de óbitos com 60 anos ou mais de idade passa de 45% em 1985 a 56% em 2001.2 A mudança na estrutura etária da mortalidade brasileira evidencia os novos desafios, entre os quais, melhor compreender o processo saúde-doença-óbito entre a população idosa.

RESULTADOS

Dentre os 47 idosos participantes do estudo, 74,5% eram do sexo feminino. A idade média foi de 74,2 anos. A estrutura etária das mulheres é mais envelhecida que a dos homens: 78,6% possuem mais de 80 anos. Com relação ao estado conjugal, a maioria dos idosos era constituída de viúvos (44,7%). A proporção de viúvas entre as mulheres (81%) foi praticamente quatro vezes maior que entre os homens (19%). A escolaridade mostra que grande parte dos idosos teve oportunidade de estudar: 68,1% possuíam de 1 a 4 anos de escolaridade e 23,3%, de 5 a 12 anos. A proporção de analfabetos foi maior entre as mulheres. A maior parte dos idosos recebia aposentadoria, apenas as mulheres referiram necessitar de pensão e aluguel para a sobrevivência. Poucos idosos trabalhavam para obter rendimentos, sendo que o número de homens foi maior. Devido à sobremortalidade masculina, o número de mulheres idosas é muito maior que o de homens. Por outro lado, embora vivam mais que os homens, as mulheres apresentam maior incidência de doenças crônicas, que podem levar à dependência, demandando assim maior

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