Custos conjuntos
Relatório de pesquisa: Custos conjuntos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: criscris89 • 15/6/2014 • Relatório de pesquisa • 1.726 Palavras (7 Páginas) • 450 Visualizações
CUSTOS CONJUNTOS
Com o desenvolvimento das atividades empresariais, é cada vez mais comum a existência de companhias que utilizam o mesmo complexo industrial para a produção de diversos co-produtos ou subprodutos, muitas vezes com a utilização das mesmas matérias-primas, máquinas e mão-de-obra.
Esse fenômeno ocorre principalmente nos seguintes setores industriais: químico e petroquímico, refinarias de petróleo, farmacêutico, usinas de processamento de produtos agrícolas, setor alimentício, metalúrgico, mineração, fertilizantes etc.
A utilização da mesma planta industrial – ou parte dela – tem representado um grande desafio para os gestores das organizações, para os profissionais da contabilidade de custos gerencial e fiscal, bem como para os fiscais e auditores.
Sem dúvida, nos modernos ambientes industriais verticalizados, tornam-se significativamente mais complexas e desafiadoras as atividades envolvendo a apuração dos custos de produção de cada produto – ou linha de produto – para fins de avaliação de estoque, auxílio na determinação dos preços de vendas, análise das margens de lucratividade, do ponto de equilíbrio, fixação dos preços de transferências internas para análise do desempenho divisional etc.
Conceitos
Produção em conjunto: entende-se por produção em conjunto a fabricação de diversos produtos a partir de uma mesma matéria-prima, comum a todos os produtos acabados. Por exemplo, uma refinaria de petróleo e derivados inicia seu processo produtivo com a utilização do petróleo bruto, sua matéria-prima básica.
A partir de certo ponto do processo produtivo – o chamado ponto de separação -, cessa o processamento em conjunto, iniciando, então, a produção independente de diversos produtos derivados, como gasolina, querosene, óleo diesel, graxas, óleos e resinas lubrificantes, emulsão asfáltica, thiner, benzina, GLP etc.
A ocorrência da produção em conjunto é mais comum nas empresas de produção contínua. Podem ocorrer, também, nas empresas que produzem por encomenda. Por exemplo, nas produtoras de móveis de madeira por encomenda, que, a partir de um único lote de toras, podem fabricar peças de diferentes tipos e qualidade.
Ponto de separação: É o ponto – ou etapa – do processo produtivo no qual cessa o processamento industrial em conjunto.
A partir do ponto de separação, os derivados podem ser vendidos no estado de bruto ou submetidos a outros processos específicos de industrialização.
Por exemplo, em uma refinaria, a gasolina derivada do refino do petróleo bruto pode ser vendida no estado ou ser novamente industrializada, para a obtenção de combustíveis especiais para aeronaves, embarcações e veículos especiais.
Custos Conjunto: São os custos de produção – matérias-primas, mão-de-obra, depreciação e outros custos indiretos – ocorridos do início até o ponto de separação dos processos em conjunto.
Classificação dos produtos
Dependendo do tipo de indústria, os produtos surgidos de uma mesma matéria-prima podem ser classificados em:
Co-produtos: são os próprios produtos principais, que contribuem substancialmente para o faturamento total da empresa, gerados a partir de uma mesma matéria-prima.
De um mesmo lote de toras de madeira de lei, uma serraria pode produzir diversos co-produtos, como vigas, pranchas, ripas, portas, rodapés, caibros, sarrafos, tacos, batentes, vigas etc.
De um mesmo lote de resinas de PVC, uma indústria de plásticos pode gerar canos, tubos, conexões, caixas etc.
Subprodutos: produtos que surgem naturalmente do processo de produção dos co-produtos. São, normalmente, vendidos, mas seu faturamento é quase sempre irrelevante em relação ao faturamento total da empresa.
O surgimento dos subprodutos decorre da evolução tecnológica dos processos produtivos, que permite o aproveitamento, em nível comercial, de parte das sobras ocorridas na produção. Por exemplo, o vinhoto resultante do processamento da cana-de-açúcar nas usinas, era, até recentemente, considerado como um lixo poluente dos rios e lagos. Atualmente, as usinas já estão reaproveitando comercialmente tais resíduos para a fabricação de fertilizantes.
Um outro exemplo: as sobras nos frigoríficos, que até recentemente eram incineradas ou jogadas no lixo, agora são exploradas comercialmente para a fabricação de ração animal.
Devido a essa característica de pequena participação nas receitas da empresa e também ao fato de se originarem de desperdícios, deixam de ser considerados produtos propriamente ditos. Se o fossem, precisariam receber uma parcela dos custos da produção. Mas isso pode provocar até situações ridículas, como a de custearmos aparas, limalhas, serragens etc.; torna-se então preferível a adoção do critério de nada lhes ser atribuído.
Surge daí o problema de como avaliarmos esses estoques de subprodutos e de como contabilizarmos suas vendas. O procedimento mais correto é o de considerarmos a receita originada de sua venda como redução do custo de produção da empresa. Como pode ocorrer de o subproduto surgido num período só ser vendido em um período seguinte, há a necessidade de se proceder um acerto para que dos custos de um exercício não seja deduzida a venda de itens originados em exercício anterior. Deveria o subproduto surgido em cada período ser sempre considerado como redução do custo de produção desse mesmo período.
A técnica é, portanto, de se proceder a essa redução, considerando-se o valor de venda como a própria medida do montante do estoque do subproduto. Por exemplo, se os Custos de Produção de um período forem de $17.000.000 e surgirem nele 460 kgs de subprodutos cujo valor de venda é de $46.000, faremos o seguinte lançamento:
Débito: Estoques de Subprodutos
Crédito: Custos de Produção $46.000
Por conseguinte, quando o subproduto for vendido, haverá apenas a troca de um item estocado por um ativo monetário; só aparecerá resultado (lucro ou prejuízo) na venda se a negociação for por valor diferente dos $46.000, mas normalmente essa diferença é pequeníssima. Mesmo porque, se o valor começar a flutuar muito, o melhor é não mais tratar o item como subproduto, e sim como sucata.
Sucatas:
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