Estudo da Rentabilidade e Lucratividade no Cultivo da Uva na Região do Vale do São Francisco

ESTUDO DA RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE NO CULTIVO DA UVA NA REGIÃO DO VALE DO SÃO FRANCISCO, EM PETROLINA - PE

Antonio Aires Nogueira Júnior

Estudante do curso de Ciências Contábeis – 8º Período NB – Mat.: 01326824

Faculdade Maurício de Nassau – Petrolina

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Resumo

O cultivo da uva na região do Vale do São Francisco, nordeste do Brasil, é atualmente o maior mercado de produção e exportação de uva de mesa. Hoje, a região, englobando Petrolina em Pernambuco e Juazeiro e Casa Nova na Bahia, conta com mais de 15 mil hectares plantados, em alta produção E com os fatores climáticos específicos da região e abundância de água do Rio São Francisco, há variedade que produzem até três safras no período de um ano, fato esse quase inalcançável nas demais regiões do país. A cultura necessita de alta tecnologia, mão-de-obra qualificada, ou seja, um grande investimento por parte do produtor, que espera uma boa rentabilidade e lucratividade da sua atividade. E é este o objetivo desse estudo, analisar os aspectos financeiros, econômicos e a viabilidade lucrativa das atividades desenvolvidas em uma fazenda localizada em Petrolina, no Projeto de Irrigação Nilo Coelho – Núcleo 5, que produz as variedades Isis e Itália. Os dados foram obtidos em pesquisa de campo, consulta com profissionais, cotação de preços em lojas de defensivos agrícolas e agrotóxicos da região. E para a apuração desses dados foram utilizados os métodos de rentabilidade e lucratividade, tendo conhecimento do lucro bruto, lucro líquido e valor de investimento aplicado na atividade.

Palavras-chaves: Cultivo da uva; Rentabilidade; Lucratividade; Atividade Agrícola; Viabilidade Econômica.

Abstract

Grape cultivation in the São Francisco Valley region of northeastern Brazil is currently the largest table grape production and export market. Today, the region, encompassing Petrolina in Pernambuco and Juazeiro and Casa Nova in Bahia, has over 15,000 hectares planted in high production. And with the specific climatic factors of the region and abundance of water of the São Francisco River, there are varieties that produce up to three harvests in one year, a fact that is almost unreachable in other regions of the country. The crop needs high technology, skilled labor, that is, a large investment by the producer, who expects a good profitability and profitability of their activity. And this is the purpose of this study, to analyze the financial, economic and profitable viability of the activities carried out on a farm located in Petrolina, in the Nilo Coelho Irrigation Project - Core 5, which produces the Isis and Italy varieties. Data were obtained from field research, consultation with professionals, and price quotation in pesticide and pesticide stores in the region. And to calculate these data were used the methods of profitability and profitability, having knowledge of gross profit, net income and investment value applied in the activity.

Keywords: Grape cultivation; Profitability; Profitability; Agricultural activity; Economic viability.

1. INTRODUÇÃO

O cultivo da uva é uma atividade econômica difundida por todo o mundo, sua origem é datada através de estudos arqueológicos, fosseis de folhas de videira revelaram que sua existência já pairava desde antes da última era glacial.

No que diz respeito ao Brasil, a cultura da videira inicialmente quem exercia o poder principal sobre tal economia era a região sul, que em meados do século 19, mesmo com condições climáticas desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente desse ramo e até hoje segue inserido fortemente em tal vertente. Na década de 1960 o Nordeste entra em cena e inicia sua história de sucesso na produção de uva e vinho, com a implantação das primeiras videiras em meados dos anos de 1963 e 1964.

Apesar da escassez da chuva, o clima quente e seco do semiárido mostrou-se um terreno fértil para o desenvolvimento da viticultura e atualmente o Vale do São Francisco é um dos principais responsável pelas exportações de uva no Brasil, sendo responsável por mais de 97% da uva de mesa exportada pelo país. Mesmo com o clima quente e seco, a colheita das uvas acontece o ano inteiro. São 300 dias de sol e temperatura alta durante o ano todo, com pouca chuva. Mas, graças ao “Velho Chico”, apelido carinhoso dado ao rio São Francisco, a combinação desses fatores permite que a planta se desenvolva durante as quatro estações. Existem mais de oito variedades de uva exploradas no Vale do São Francisco, sendo que algumas estão voltadas para o mercado externo. A variedade Itália (Bicane x Moscatel de Hamburgo) ainda é a mais cultivada, e por isso sujeita a oscilações de mercado. No entanto, outras variedades são produzidas: dentre as uvas com semente estão a Benitaka e a RedGlobe, e entre as sem semente estão Crimson, Thompson e Festival.

Mediante as informações acima expostas, o presente trabalho tem como principal escopo analisar de forma minuciosa a rentabilidade e a lucratividade da atividade do cultivo da uva na região, envolvendo diversos fatores relevantes para que o empreendedor obtenha sucesso na sua empreitada.  Ademais, o artigo foca especificamente na pesquisa das espécies Itália e Isis, em particular, em fazenda que fica localizada na cidade de Petrolina-PE, no Projeto de Irrigação Nilo Coelho – Núcleo 5, região do Vale do São Francisco.

1. FUNDAMENTO TEÓRICO

A cultura da videira ocupa uma área de aproximadamente 60 mil hectares no Brasil. A maior parte desta área é cultivada em regiões de clima temperado, notadamente nos três estados do sul do Brasil, além de alguns microclimas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Nestas regiões, a cultura reveste-se de grande importância econômica e social, seja pelo grande número de empregos que gera, seja pela indústria de processamento e turismo associadas à atividade (BOTTON et al., 2003).

Nos últimos anos, em função dos bons preços praticados para uva e seus derivados, principalmente para as cultivares viníferas, está ocorrendo uma reversão das expectativas. Novos plantios estão ocorrendo na região, inclusive em áreas não tradicionais para o cultivo da videira, como as regiões de elevada altitude. Aliado a isso, vários resultados positivos de pesquisa vieram resolver sérios problemas da atividade e colaborar com a melhoria da viticultura, ao oferecer maior segurança, especialmente na vida útil dos novos vinhedos.