Estudo de Caso A estratégia de Inovação da XP Investimentos
Por: ALLAN PEDRO DADAM • 28/7/2021 • Artigo • 2.622 Palavras (11 Páginas) • 332 Visualizações
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XP INVESTIMENTOS
A estratégia de inovação da XP Investimentos
Preparado por Felipe Scherer da ESPM-RS1, com a colaboração de Maximiliano Carlomagno.
Recomendado para as disciplinas de: Estratégia Empresarial e Gestão das Operações IV.
RESUMO
Este caso apresenta a trajetória de consolidação da XP Investimentos, uma das maiores corretoras
de valores para pessoas físicas do Brasil, analisada através do viés da inovação, que desde
a formação da empresa permeou sua estratégia de negócio. Apresenta-se o cenário adverso
do mercado de corretagem no qual a XP surgiu, o modelo de negócio inovador encontrado
pela empresa para conquistar espaço no mercado e os diferentes tipos de inovações que caracterizam
seu perfil. Finaliza-se o caso com a apresentação da situação atual da XP.
Palavras-chave
Investimentos. Inovação. Educação financeira. Ações. Modelo de negócio. Mercado financeiro.
Junho/2010
1 Este caso foi escrito inteiramente a partir de informações cedidas pela empresa e outras fontes
mencionadas no tópico “Referências”. Não é intenção do autor avaliar ou julgar o movimento estratégico
da empresa em questão. Este texto é destinado exclusivamente ao estudo e à discussão acadêmica,
sendo vedada a sua utilização ou reprodução em qualquer outra forma. A violação aos direitos autorais
sujeitará o infrator às penalidades da Lei. Direitos Reservados ESPM.
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Introdução
A alternativa de investimento em ações de empresas de capital aberto no Brasil foi,
por muito tempo, vista como algo inacessível para a maioria das “pessoas físicas comuns”, dada
a sua complexidade e alto risco. O investidor comum associava esse tipo de investimento indicado
somente a pessoas muito ricas (as quais poderiam correr o risco de perder “todo” o valor
investido em ações) ou a experts em investimento que sabiam como controlar e poderiam dedicar
seu tempo para acompanhar os pregões (muitas vezes in loco, na própria Bolsa de Valores
de São Paulo).
Porém, os últimos 15 anos trouxeram uma nova realidade para o mercado de ações
no Brasil. Economia estabilizada, taxa de juros em queda, mercado acionário amadurecido, risco
país em queda, empresas sólidas de classe mundial, transparentes e regras de governança
mais rígidas criaram um ambiente institucional mais atrativo para investimentos de maior risco.
Pode-se somar a esses fatores o desenvolvimento da internet nesse setor, seja por meio dos
aplicativos de home broker (permitindo aos investidores acompanharem seus investimentos
on-line em casa, no trabalho ou em qualquer lugar), seja através da massificação de informações
disponíveis sobre as empresas a serem investidas ou mesmo do andamento do mercado.
Ao final de 2009, estimava-se a existência de mais de 500.000 investidores pessoas
físicas no País, pouco ainda para o potencial existente (quando falamos de investidores na
poupança temos 91,075 milhões). Investidores estrangeiros ainda são maioria, porém hoje já
existem mais pessoas físicas do que investidores institucionais no mercado, e o número de investidores
pessoa física não para de crescer.
Figura 1 - Distribuição de investidores por tipo
Fonte: Bovespa (2010)
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O perfil do investidor pessoa física são homens (75%), acima de 45 anos (78%) residentes
na região Sudeste do Brasil (81%). Esse investidor sabe dos riscos associados ao investimento
no mercado acionário, porém também sabe que não deve ser um jogo de sorte e azar.
Informação de mercado e das empresas, conhecimento das ferramentas de análise de investimento
e educação financeira são importantes para aumentar os retornos dos investimentos. É
justamente essa oportunidade vislumbrada pelas corretoras de valores para crescer e transformar
os investimentos de renda variável acessíveis a uma parcela maior da população.
Figura 2 - Perfil dos investidores pessoa física no Brasil
Fonte: Fariello (2009)
Como era o mercado de corretagem?
Em um passado não muito distante, o Brasil vivia a seguinte situação (dados de 2001 a 2003 –
fontes: BACEN (2010), BOVESPA (2010) e entrevistas com os sócios da XP):
• Juros elevados, chegando a 19,07% a.a. em 2001 e 26,32% a.a. em 2003;
• Inflação 7,7% em 2001 e 12,5% em 2002;
• Alta do dólar, chegando a R$ 3,85 em 2003;
• Em setembro de 2001, o Ibovespa contabilizava perdas de 17,8% no mês e de 30,8% no ano;
• Instabilidade política com a chegada do novo presidente de esquerda (Lula) em 2003;
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• Crises internacionais (Rússia, México e Argentina);
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