Evolução histórica contabilidade
Por: Suzane Meratti • 23/10/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 828 Palavras (4 Páginas) • 153 Visualizações
O homem, mesmo nos primórdios, sempre buscou uma forma de controlar seus bens. Com a evolução das sociedades e, por consequência, da economia, foi preciso também aperfeiçoar e entender melhor essas “técnicas”. Dessa forma, a contabilidade, ao longo dos anos, passou por diversas etapas. O Frei Luca Pacioli, por exemplo, teve um papel fundamental para a história contábil. Sua obra, publicada em 1494, difundia o método das partidas dobradas, que apesar de já existente, agora era sistematizado e divulgado. Isso contribuiu, também, para que novas obras acerca do tema fossem escritas.
Com a organização dos raciocínios, a formação de conceitos e o desenvolvimento de teorias, surgiram as correntes científicas e com elas uma série de escolas de pensamento contábil. As escolas europeias, sobretudo a italiana, foram as que se destacaram inicialmente. Já a escola norte-americana foi ganhando terreno pouco a pouco no decorrer dos anos, em virtude de suas construções, além de teóricas, práticas.
No Brasil, apesar da história mais recente, não foi muito diferente. O desenvolvimento contábil no país seguiu as doutrinas oriundas, primeiramente, da escola italiana e, posteriormente, da americana. Além disso, foi fortemente influenciado pela ação governamental por meio de legislações específicas no exercício da profissão. Inicialmente, os comerciantes iam aprendendo com a experiência adquirida na prática de uma casa de comércio. Entretanto, em 1754, partiu do Brasil a proposta da criação de uma aula de comércio sob a supervisão da Junta de Comércio de Lisboa, sendo aprovada pelo decreto de 12 de dezembro de 1756. Em 1808, após a chegada da família real no Brasil, D. João VI criou a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação e determinou a adoção do sistema de partidas dobradas na escrituração mercantil, em decorrência do seu reconhecimento nos países europeus.
Já na legislação, uma das primeiras grandes manifestações foi o código comercial de 1850, que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do balanço geral. Outro fator de destaque aconteceu no final do século XIX, quando a associação de guarda-livros buscava a criação de um curso regular que oficializasse a profissão contábil. Assim, em 20 de abril de 1902 foi criada, sob influência da escola italiana, a Escola Prática de Comércio, que posteriormente passaria a denominar-se Escola de Comércio Álvares Penteado. Contudo, foi em 1931, que o decreto 20.158 organizou o ensino comercial e regulamentou a profissão de Contador. Ainda inspirada pela escola europeia, surge, em 1940, a primeira Lei das Sociedades por Ações, publicada no decreto-lei 2.627, que estabelecia procedimentos para a contabilidade nacional como regras para a avaliação dos ativos e apuração e distribuição dos lucros, criação de reservas e padrões para a publicação do balanço e demonstração de lucros e perdas.
Outro marco da história da contabilidade brasileira ocorreu em 1946. O decreto-lei 9.295 determinava a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos conselhos regionais de Contabilidade (CRCs), destinados a fiscalizar o exercício da profissão. Já em 1976, foi aprovada a lei 6.404, a segunda Lei das Sociedades por Ações, que se baseava no registro e mensuração de eventos, dando início a uma nova fase da história da contabilidade nacional que agora se aproximava mais do sistema contábil americano. Como contribuições da nova lei pode-se destacar a introdução da reavaliação a valor de mercado, a criação da reserva de lucros a realizar, a criação das demonstrações das mutações patrimoniais e das origens e aplicações de recursos, dentre outras.
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