Evolução da contabilidade
Por: Luciana Stipp • 24/8/2017 • Trabalho acadêmico • 2.978 Palavras (12 Páginas) • 297 Visualizações
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE
2.1. CONTABILIDADE NA ÉPOCA EM QUE NÃO EXISTIA MOEDA, ESCRITA E NÚMEROS.
A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria história da civilização. Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio, com isso começa a organizar a quantidade de comida para seu rebanho, fazendo provisões de sustendo para as ovelhas durante longos invernos, mesmo sem conhecer sobre meses ou estações do ano. Nessa atividade começa os primeiros questionários que implicariam na utilização das funções da contabilidade. A avaliação da riqueza do homem, avaliar o aumento ou diminuição da riqueza.
Como contar o rebanho e avaliar seu crescimento se não existiam números (da forma que sabemos hoje), nem escrita e, muito menos, moeda. Na monotonia do inverno, entre os balidos ininterruptos das ovelhas, o homem tem uma ideia. Havendo um pequeno monte de pedrinhas ao seu lado, o homem separa uma pedrinha para cada cabeça de ovelha, executando assim o que o contabilista chamaria hoje de inventario. Após o termino dessa missão, o homem separa o conjunto de pedrinhas guardando-as com muito cuidado, pois o conjunto representava a riqueza em determinado momento.(IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p. 04)
Mesmo sem números, escrita ou moeda, a contabilidade como inventario já existia. Essa pode ser chamada de fase empírica da Contabilidade, em que se utilizavam desenhos, figuras, imagens para identificar o patrimônio existente. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc.
Os babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk. Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. Embora rudimentar, o registro em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. (ZANLUCA. 2011)
2.2. CONTABILIDADE DESPERTANDO COMO CIÊNCIA
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros no comércio. A atividade de troca e venda dos comerciantes requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares.
Na Bíblia há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versículo 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores. Houve também outro relato, um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de Jó, capítulo 1, versículo 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, versículo 12. Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis, tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. (ZANLUCA. 2011)
Na Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano. Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica", devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc. que abriram novos horizontes aos navegadores. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. (ZANLUCA. 2011)
2.3. COMO TUDO COMEÇOU
O surgimento da contabilidade ocorreu de forma rudimentar, antes mesmo da moeda, da escrita e do número, podendo ser confundido com o próprio desenvolvimento da humanidade.
Nestas circunstâncias os estudos sobre as civilizações da Antiguidade, nos traz o entendimento que a contabilidade surgiu a partir da necessidade do proprietário da riqueza em avaliar e controlar seu patrimônio, já que o homem primitivo já “cuidava da sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do controle do seu rebanho, que era feito a partir de desenhos em paredes de cavernas e tábuas de pedra, classificando quantitativamente e qualitativamente os seus bens.
O aprimoramento da contabilidade foi se dando de acordo com as necessidades de cada período histórico, e de acordo com o progresso patrimonial das entidades. O aparecimento da escrita, surgimento da moeda, invenção da máquina a vapor dentre outros fatores, deram um impulso a Revolução Industrial e desencadeou a ciência contábil.
O surgimento de muitas obras na área contábil, desde Luca Pacioli até os dias atuais contribuiu para o desenvolvimento contábil, que esta diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e suas transformações sociopolíticas e socioculturais de cada época.
A Contabilidade teve grande atuação com o aparecimento da Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, especialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. Com a expansão das indústrias, surgiu a necessidade de informações sobre os custos de produção e avaliação de estoques, bem como o cálculo da depreciação, surgindo a Contabilidade de Custos. Diante da exigência de grandes quantias de capital, surgiram as sociedades por ações, sendo preciso a separação de investidor e administrador. Isso contribuiu
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