Evolução histórica da contabilidade
Tese: Evolução histórica da contabilidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: EliAraujo • 27/8/2014 • Tese • 4.592 Palavras (19 Páginas) • 216 Visualizações
A Evolução Histórica da Contabilidade como
Ramo do Conhecimento
Prof.ª Natasha Young Buesa
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Resumo
Neste estudo, por meio de levantamento bibliográfico,
pretende-se acompanhar o desenvolvimento da História da
Contabilidade ao longo do tempo, desde seus primórdios até o
seu atual estágio e o seu reconhecimento como ciência. Tem
como objetivo estudar a evolução da Contabilidade como
ramo do conhecimento, compreendendo a importância da
escrita, do desenvolvimento das civilizações, das influências
doutrinárias italianas e americanas e ainda do desenrolar da
Contabilidade no Brasil como impulso ao seu estabelecimento
como Ciência Social, procurando compreender como a
Contabilidade adquiriu sua independência científica, tornandose
importante no contexto mundial da atualidade.
Palavras-chave: Contabilidade como ciência social, escolas italianas, corrente americana,
contabilidade no Brasil, evolução histórica.
1. A Origem da Contabilidade
Schmidt (2000, p.11) pondera que embora se tenha por costume considerar a
obra La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá do Frei
Luca Pacioli como o nascimento da Contabilidade, uma série de descobertas
arqueológicas vem alterando esse pensamento, levando-nos a refletir a
Contabilidade como advinda da era pré-histórica, juntamente com a origem das
civilizações. Baseado no Atlas da História do Mundo (1995), as primeiras civilizações
foram surgindo há aproximadamente 6.000 anos, partindo dos diversos vilarejos
agrícolas existentes nos contrafortes montanhosos do Oriente Próximo. A primeira
foi a da Mesopotâmia, aproximadamente, em 3.500 a.C.
Com o desenvolvimento técnico da irrigação nas cidades, surgiram
excedentes agrícolas que possibilitaram o emprego de parte da população em
outras atividades como a manufatura e o comércio. Era o início da urbanização.
Esse fato gerou uma classe governante que foi enriquecendo com a exploração do
1 Natasha Young Buesa. Pós-graduada em Controladoria pela Associação Educacional Nove de
Julho (Uninove) e graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências
Contábeis de São Roque. Autora do livro ¡Usted! Curso de Español para Brasileños, professora de
castelhano e língua portuguesa e professora de Ensino Superior. E-mail: natybuesa@hotmail.com
Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume 1 – nº 1 - 2010
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trabalho, cobrando impostos e exercendo controle militar, político e religioso. O
centro e base do sistema político era o templo onde escribas treinados eram
empregados para o exercício do controle das riquezas. Com o passar do tempo essa
organização social gerou a divisão da sociedade em diferentes classes.
Jaime Pinsky (2003) deduz em seus estudos, que durante o período Neolítico,
a transmissão oral das atividades apreendidas era possível dentro de um pequeno
grupo, porém, em agrupamentos maiores tornava-se importante encontrar novas
formas de transmissão. Um sinal qualquer deixado por alguém não podia ficar
sujeito a diferentes interpretações, precisava ter um significado específico. Surgiram
assim os primeiros símbolos que eram praticamente auto-explicativos, os
pictogramas. Para os antigos, esse é o início da escrita. Decorrido algum tempo
ocorreu uma evolução do processo, os símbolos foram usados para sons, passando
as imagens a adquirir formas e significados.
Conforme o Atlas da História do Mundo (1995) os signos foram sendo
simplificados. Um bem-sucedido sistema desenvolveu-se na Mesopotâmia, que
consistia em escrever em plaquetas de argila com um estilete em forma de cunha,
daí o nome de escrita cuneiforme. Ocorreu processo semelhante com a numeração.
Em princípio fazia-se um traço para cada unidade. Com o aumento das quantidades
surgiu a necessidade de estabelecer sinais específicos para os números maiores.
Criou-se um sistema decimal, porém o sexagesimal foi o que predominou na
Suméria por volta de 2.500 a.C. Charles Higounet (2003) argumenta que durante o
estágio mais elementar da escrita, no qual, um sinal ou grupo de sinais, procurava
refletir uma frase inteira ou as idéias de uma frase, os Incas do Peru empregavam o
quippus, que eram cordinhas com fios de diversas cores e nós usados para fazer
contas.
Como suporte à escrita para as chamadas inscrições, eram empregados
materiais duros como a pedra, o osso, o ferro, o bronze, além de outros materiais
menos duros e perecíveis, como a madeira, a tela, a seda e as
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