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Finalidade da Análise das Demonstrações Financeiras

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Por:   •  17/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.825 Palavras (8 Páginas)  •  339 Visualizações

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1.2. Finalidade da Análise das Demonstrações Financeiras

A finalidade da análise é transformar os dados extraídos das demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisões por parte das pessoas interessadas.

Embora historicamente, os bancos tenham sido os primeiros a se interessarem pela análise das demonstrações financeiras, atualmente, são os usuários que recorrem a ela, seja para conhecer a rentabilidade do capital investido nas entidades e o grau de solvência para o cumprimento de suas obrigações, seja para avaliar o desempenho das entidades de acordo com interesses específicos.

Principais usuários:

1) BANCOS: Tem interesse em conhecer a capacidade econômica e financeira das empresas com as quais eles se relacionam. Pela análise dos direitos e obrigações podem verificar o grau de endividamento e a possibilidade de cumprirem seus compromissos a curto prazo e em longo prazo. Por isso quando uma entidade solicita empréstimos, o banco geralmente submete suas Demonstrações Financeiras a intensa análise. Quanto maior o credito solicitado, mais minuciosa será a análise efetuada pelo banco.

2) FORNECEDORES: Os fornecedores precisam conhecer a capacidade de pagamentos e o grau de liquidez dos clientes. Estes, por sua vez, devem também analisar a situação econômica e financeira de seus fornecedores, para estarem seguros de que eles terão condições de cumprir os contratos a serem firmados.

3) ADMININISTRADORES: A ninguém mais do que os administradores interessa conhecer a situação econômica e financeira das empresas que administram. O administrador que posicionar bem sua empresa conseguirá precaver-se e evitar surpresas desagradáveis como, por exemplo, a perda ou redução de sua participação no mercado.

4) INVESTIDORES: As pessoas físicas e jurídicas que costumam investir no mercado de capitais através da compra de ações, antes de optar por esta ou por aquela empresa, devem efetuar, por si ou por intermédio das corretoras de valores, minuciosa análise das Demonstrações Financeiras das Empresas nas quais pretendem investir. O maior interesse recai sobre a rentabilidade.

5) GOVERNO: Para o governo, a Análise das Demonstrações Financeiras apresenta muitas vantagens. Nas concorrências públicas, quando estiver diante de duas ou mais empresas que tenham atendido satisfatoriamente as exigências dos editais, o governo decidirá sempre pela empresa que possuir melhor situação financeira.

1.3. Etapas na Análise

Geralmente, as causas, localizam-se no ativo e nas despesas. As conseqüências encontram-se nos passivos e receitas.

A análise de balanço pode ser desenvolvida em cinco etapas:

1) Exame das demonstrações financeiras;

2) Coleta de dados;

3) Cálculo dos índices ou quocientes;

4) Interpretação dos índices calculados;

5) Elaboração e informações através de relatórios

O relatório resultante da análise das demonstrações financeiras deve apresentar as tendências da entidade com base nos dados obtidos. Não existem regras fixas que permitem tabulação de dados, objetivando comparações uniformes para todas as empresas, ainda que exerçam os mesmo ramos de atividade.

Embora as fórmulas e os procedimentos sejam aplicadas para a análise dos Demonstrativos Contábeis de todas as entidades, os resultados deverão ser interpretados individualmente, em função de cada situação particular.

Desta forma, para uma boa análise, é importante que o analista conheça bem a empresa, seus métodos de trabalho, seus objetivos e metas. É importante ainda que conheçam seus concorrentes, o efeito que a política econômica do país pode trazer para a analisada, o mercado interno ou externo onde atua a empresa e obtenha o máximo de informações possíveis a respeito de sua gestão. Somente assim poderá avaliar o presente projeto e projetar tendências futuras.

Cada análise é desenvolvido com um propósito especifico. Por exemplo, podemos elaborar análise para:

• Empréstimos e financiamentos;

• Investimentos;

• Aquisição ou reorganização de empresas;

• Fusão, Cisão ou Incorporação;

• Análise de concorrência;

• Análise do segmento econômico.

Ao receber as demonstrações financeiras para análise, é recomendável que o analista faça como providencia inicial, a leitura integral de roda a documentação apresentada, visando tomar conhecimento dos objetivos da empresa/grupo empreendedor, da natureza do empreendimento, das condições que envolvem o objetivo a que ela analisa.

A seguir dar-se-á início a análise propriamente dita, procurando verificar se todas as informações fornecidas são suficientes para iniciar a avaliação econômica e financeira. É importante destacar que qualquer informação apresentada nas peças contábeis deve ser vista com alto senso crítico, aceitando os dados somente após certificar-se de que são factíveis.

É importante verificar também a estrutura do mercado, de suas formas e fatores de competição e dos elementos determinados das condições de entrada e sobrevivência da empresa no mercado. Quando for o caso, devem ser abordados os fatores que impedem ou dificultam o acesso ao mercado externo.

A análise deve contemplar a avaliação da capacidade empresarial, gerencial e financeira da empresa ou grupo que detém seu comando efetivo, incluindo a avaliação da estratégia de concorrência que está submetida à empresa.

A análise das demonstrações financeiras exige preparação preliminar das peças contábeis para que então se processe a análise. A verificação se foi cumprida a padronização das demonstrações contábeis financeiras é uma etapa precedente da análise propriamente dita. Os ajustes mais comuns a serem realizados são:

1) Empréstimos a interligadas, quando aparecer no Ativo Circulante deverá ser reclassificada para o Realizável a Longo Prazo;

2) Empréstimos de diretores e/ou Interligadas, quando aparecer no Passivo Exigível a Longo Prazo deverá ser reclassificado para o Passivo Circulante.

3) Deduções do Patrimônio compreendem importância do Ativo que devam ser diminuídos do Patrimônio Líquido, por representarem valores de realização duvidosa ou não realizáveis. Tais como:

• Bens obsoletos;

• Depósitos judiciais;

• Provisão de devedores duvidosos,

• Valores incobráveis

1.4. Estrutura das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis no Brasil são basicamente fundamentadas pela lei 6.404/76. Embora seja uma legislação voltada especificadamente para as sociedades anônimas, suas regras afetam diretamente todas as demais empresas, independente da sua forma de constituição.

Ressalta-se que as empresas não sujeitas a esse tipo de enquadramento ou com níveis de faturamento abaixo de determinados valores definidos, por estarem sujeitas a exigências legais ou por terem natureza jurídica não abrangida por essa legislação, estão fora dessa classificação.

No entanto, pela sua importância e também pelo fato de ao dominarmos a estrutura das demonstrações contábeis voltadas para as sociedades por ações, tornar mais fácil o entendimento de qualquer outra estrutura.

As demonstrações financeiras publicadas pelas Sociedades Anônimas incluem:

• BALANÇO PATRIMONIAL: Ter por finalidade demonstrar a situação financeira e patrimonial da empresa em uma determinada data, podendo ser classificado como uma fotografia de um momento da empresa, significando uma posição estática.

• A) ATIVO CIRCULANTE: Conjunto dos bens e direitos que a empresa adquiriu cujo prazo de realização é até o final do exercício seguinte ao levantado, são os valores de “CURTO PRAZO”. Por exemplo: o disponível é um subgrupo do Circulante do Ativo, composto das disponibilidades representadas pelo caixa e seus equivalente, como cheques em mão, saldos de conta corrente bancária. Tem-se também os estoques, duplicatas á receber de clientes, adiantamentos, etc.

• B) ATIVO NÃO CIRCULANTE: Conjunto de bens e direitos que a empresa espera realizar, ou seja, transformar em dinheiro após o final do exercício seguinte ao levantamento. Dentro deste grupo tem-se também os bens tais como: terrenos, edificações, instalação, móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos, computadores, sendo que são considerados como valores líquidos de depreciação. O imobilizado então é registrado pelo custo de aquisição e as depreciações, que representam o reconhecimento da perda do valor do ativo em decorrência do uso, da ação da natureza e ainda da obsolescência dos bens. Observar que o imobilizado deve estar destinado ao funcionamento da empresa, já os investimentos são participações em outras empresas e os direitos de qualquer natureza não classificadas no ativo circulante e de longo prazo.

• C) PASSIVO CIRCULANTE: São as obrigações vencíveis até o termino do exercício social seguinte ao levantamento, ou seja, obrigações de curto prazo.

• D) PASSIVO NÃO CIRCULANTE: São obrigações vencíveis após o término do exercício seguinte, ou seja, de longo prazo.

• E) PATRIMONIO LÍQUIDO: Representa o capital que pertence aos sócios e que se encontra investido na empresa:

- CAPITAL SOCIAL: Representa o investimento feito pelo sócio da empresa.

- RESERVAS DE LUCRO: Apropriação do Lucro é empresa, podendo aparecer como Reserva Legal, Estatutária, Investimentos.

- LUCRO/PREJUÍZO ACUMULADO: Representa o lucro da empresa.

• DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO: A demonstração de resultado do exercício ou demonstrativo de lucros e perdas tem como objetivo exclusivo determinar o lucro ou prejuízo no exercício pertencente ao proprietário da empresa.

• A) RECEITA BRUTA: Representa o somatório dos valores pelos quis os produtos e serviços foram comercializados (Total das notas fiscais).

• B) DEVOLUÇÕES: Representa o cancelamento e a anulação de uma venda.

• C) IMPOSTOS S/ VENDAS: É o somatório dos impostos que são devidos ao fisco no ato de vender. Os mais recolhidos são ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS.

• (B+C) ABATIMENTOS: É a dedução do valor das vendas após sua efetivação.

• D) RECEITA LÍQUIDA: Resultado da subtração da receita liquida das devoluções, impostos sobre vendas e dos abatimentos. Representa a base para os indicadores econômicos e financeiros.

• E) CUSTO: Todos os recursos consumidos para a produção do bem e serviços comercializados, pode aparecer como CPV (Custo do Produto Vendido) nas indústrias, CMV (Custo da Mercadoria Vendida) no comercio e CSP (Custo Serviço Prestado) em prestadoras de serviços.

• F) LUCRO BRUTO: Apurado pela diminuição da Receita Líquida pelos custos, representa o chamado “primeiro degrau da lucratividade”, a lucratividade do produto.

• G) DESPESAS OPERACIONAIS: São os gastos necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações, ou seja, todo gasto que contribui para a manutenção da empresa.

• - DESPESAS COM VENDAS: Representam os gastos de promoção e distribuição dos produtos da empresa, PESSOAL DE Vendas, Marketing, Comissão, Distribuição, Propaganda e Publicidade, salário do pessoal administrativo de vendas.

• - DESPESAS ADMINISTRATIVAS: Gastos incorridos pela direção ou gestão do negocio e abrange as atividades gerais da empresa que beneficia, todas as faces do negocio.

• - DESPESAS FINANCEIRAS: Juros e encargos incidentes sobre as operações que envolvam o financiamento da empresa.

• - RECEITA FINANCEIRA: Juros e encargos a que a empresa faz jus pela aplicação financeira dos recursos disponíveis, dos juros pagos pelo cliente em virtude de atrasos, etc.

• H) LUCRO OPERACIONAL: Resultado da subtração do Lucro Bruto pelas Despesas Operacionais, representa o Lucro gerado pela atividade da empresa, o “segundo degrau de lucratividade”.

• I) RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS: Contempla o resultado da venda ou baixa de item integrante do Permanente – Imobilizado.

• J) RESULTADO ANTES DO IR E CSLL: Lucro Operacional subtraído ou adicionado do resultado não operacional.

• L) PROVISÃO PARA IR E CSLL: Provisão para atendimento a legislação fiscal.

• M) LUCRO LÍQUIDO: Finaliza o demonstrativo mostrando a riqueza gerada no período apurado.

• NOTAS EXPLICATIVAS: Explicações das Demonstrações Financeiras incluindo, dentre outros:

a) Resumo das praticas contábeis, critérios de avaliação de estoques, do ativo permanente, das aplicações financeiras, das exigibilidades, dos créditos, das provisões para retificação de ativos, registros dos riscos e das contingências, critérios de apropriação de receitas e de mais informações relevantes para o entendimento das demonstrações.

b) Detalhamento sobre investimentos relevantes em outras empresas, com dados sobre o nome dessa empresa, capital, patrimônio líquido etc.

c) Contingências que gravem os ativos da empresa, garantias prestadas a terceiros.

d) Detalhamento do capital social, quanto ao número de ações, espécies e sua classificação.

e) Detalhamento de dívidas de longo prazo, com o perfil quanto ao vencimento, taxa de juros aplicáveis e tipos de indexação.

f) Cálculo do lucro e do dividendo por ações e do dividendo mínimo obrigatório;

• PARECER DOS AUDITORES: Detalha a avaliação dos auditores independentes da empresa, sobre a veracidade das demonstrações financeiras, os procedimentos utilizados para a elaboração, eventuais valores que não foram contabilizados em função de riscos, e outros erros detectados.

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