INTRODUÇÃO A ATUARIA

1- Noções fundamentais sobre seguro e

previdência

Esse roteiro tratará basicamente do que alguns autores chamam

de Teoria Geral do Seguro. Teoria Geral do Seguro é um conjunto

de informações que pode ser entendido como uma série de “[...]

opiniões sistematizadas de um conjunto de princípios fundamentais

da ciência do seguro” (FERREIRA, 1985, p. 253). Assim, as informações

apresentadas doravante terão uma abordagem baseada na

linguagem atuarial, objetivando a inserção do graduando em alguns

conhecimentos básicos do mercado segurador e previdenciário.

Segundo Holanda Ferreira (1999), o substantivo “previdência” tem

como um dos seus significados “qualidade ou ato de ser previdente;

antevidência”, e, ainda segundo esse autor, “seguro” é o adjetivo

dado àquilo que é “livre de risco, protegido, acautelado, garantido”.

Percebe-se desde já um estreito relacionamento entre estas duas

palavras.

Holanda Ferreira (1999) define o substantivo “seguro”

como um “contrato pelo qual, mediante cobrança de

pagamento periódico, uma das partes se obriga a pagar

uma indenização a outra na ocorrência de determinado

evento como, por exemplo, incêndio, roubo, acidente,

morte etc”. Ou seja, o seguro é a proteção econômica que

o indivíduo busca para prevenir-se contra um evento futuro,

aleatório, portanto, incerto. Observa-se que o seguro tem

por objetivo facilitar a tarefa da previdência.

Levando-se em conta as definições apresentadas, podemos destacar

algumas características básicas da operação de “seguro”. São

elas:

(i) a busca pela proteção ou prevenção;

(ii) a incerteza com relação à ocorrência de um evento futuro e,

(iii) uma das as partes do contrato se obrigando para com

outra(s).

A primeira característica, a busca pela proteção, é a própria

previdência. Percebe-se que existe um estreito relacionamento

entre previdência e seguro. Ou seja, ao buscar proteção contra

determinado evento futuro e incerto, o indivíduo está acautelandose

contra riscos, ou, ainda, está tomando a decisão de prevenir-se

contra eventos futuros que possam afetar a sua segurança física

e/ou patrimonial.

A segunda, que se refere à incerteza, é a possibilidade de

ocorrência, ou não, de determinado evento futuro ou, ainda, a

certeza em relação à ocorrência de determinado evento futuro,

porém, incerteza com relação ao momento da sua ocorrência.

Por exemplo, o proprietário de um automóvel está sujeito a ter o

seu veículo roubado ou se acidentar e causar prejuízos físicos e

financeiros a si e a terceiros. Nesse caso, o evento pode acontecer

ou não, portanto, a incerteza existe com relação à ocorrência do

evento. Em outro exemplo, poderíamos citar a morte. Nesse caso,

existe a certeza da ocorrência