O Caso Tosihba

HISTÓRICO TOSHIBA

A Toshiba Corportion é uma empresa multinacional sediada no Japão, que teve suas atividades iniciadas em 1875 com Hisashige Tanaka, sendo a pioneira na produção de lâmpadas fluorescentes, projeto de radares e do primeiro sistema de transmissão de TV.

A companhia tinha como missão o desenvolvimento de tecnologias visando à qualidade de vida das pessoas e ajudar no progresso da comunidade global, e como valores a responsabilidade, o comprometimento com o futuro, liderança e inovação, o que podemos constatar com a sua trajetória ao longo do tempo com uma grande diversificação de produtos e sistemas tecnológicos e da informação, equipamentos para uso domésticos, comercial, médicos, logísticos, além de sistemas de energia e infraestrutura social e industrial. Ou seja, uma potência em inovação e desenvolvimento em tudo que envolvia tecnologia.

Em 1939 foi fundada a Toshiba com a fusão da Shibaura Seisaku-sho e Tokyo Denki, e oficialmente mudado o nome da empresa em 1978 para Toshiba Corportion. Ao longo dos anos a corporação fez várias aquisições corporativas, dentre as mais importantes: a em 1977 a Semp, em 2006 a Westinghouse Electric LLC, 2011 a Landis+Gyr em 2011, e em 2012 um negócio de ponto de venda da IBM.

O investimento em soluções energéticas em transmissão e distribuição foi nomeado de Toshiba América do Sul, foi quando aqui no Brasil estabeleceu-se com a fabricação de transformadores no ano de 1968, período que começou a expansão dos seus negócios no mercado internacional. Em 1977 foi celebrado um acordo com participação acionária e tecnológica com a Sociedade Eletro Mercantil Paulista-SEMP, a qual foi fundada em São Paulo no ano de 1942.

Desta união surgiu a fabricação do rádio capelina e da primeira televisão a cores no pais com vinte polegadas, e assim surgiu a SEMP TOSHIBA, a qual continuou buscando por inovação e realizou o lançamento de televisores com a tela widescreen (16:9) com formato de cinema, além da tv multimídia(21 polegadas) com funcionalidade também para computadores e da tv combinada com videocassete disponibilizadas em tamanhos de 29 e 34 polegadas, fazendo da empresa um destaque nacional no seguimento e com um marketing institucional que marcou a história da publicidade brasileira com o slogan “os nossos japoneses são mais criativos que os japoneses dos outros”.

Em reportagem à Folha de São Paulo em 2002 a jornalista Adriana Mattos relata sobre um inquérito aberto pela CVM, o qual visava apuração de possíveis ocorrências de irregularidades quanto à gestão de negócios da SEMP TOSHIBA S/A em relação às demonstrações financeiras dos exercícios contábeis que foram encerrados em 31/12/1995 e 31/12/1996, que registrou resultados negativos, mesmo chegando a ser escolhida pela revista Exame como a melhor empresa do país em 1995.

Então, foi aberto o Processo Administrativo Sancionador CVM N° 17/00 no Brasil instaurado para apurar a ementa a qual descreve que a operação foi entre partes relacionadas conforme o art. 245 da Lei n° 6.404/76 e o conceito da Deliberação CVM n° 26/86, sobre a não ocorrência da violação do artigo 117, que é sobre a obrigatoriedade de adotar o pronunciamento nas deliberações das companhias abertas, e ressalta a o paragrafo primeiro da alínea “f” da Lei n° 6.404/76, onde fica esclarecido que o acionista controlador é quem responde pelos danos oriundos de atitudes de praticas abusivas de poder, além da avaliação de como foi dada a auditoria pelos auditores independentes Ernest & Young.

Após julgamento dos membros colegiados da CVM, chegaram à conclusão de que os indiciados fossem absolvidos, pois diante do que foi exposto entendeu-se que a Ernest & Young atendeu a todas as normas de auditoria e foi constatada a fidedignidade das demonstrações, e que a relação entre a controladora e a controlada estavam conforme os padrões de mercado, não havendo favorecimento de uma empresa em favor da outra.

Em 2015 o Japão introduziu regras sobre a governança corporativa visando atrair mais investimentos estrangeiros, foi então este o ponto de partida para que auditores descobrissem que a Toshiba estava fraudando os relatórios contábeis.

No mesmo ano a Agência dos Serviços Financeiros do Japão condenou a corporação com uma de multa no valor 7.370 milhões de ienes, ou aproximadamente 55 milhões de euros e foi considerada a maior sanção aplicada por um órgão regulador em um país asiático.

No mês de Abril do corrente ano, foi publicado no site Moneytimes que o presidente-executivo no período Nobuaki Kurumatani, também renunciou o cargo após ações da Toshiba ter propostas da CVC Capital Partners(a ex-empregadora do executivo) além de outras empresas também estavam interessadas, pois havia uma contradição de informações sobre as negociações que vazaram e criaram expectativas no mercado, e após a renuncia as ações subiram. Os demais executivos da Toshiba informaram que não estavam cientes da proposta da CVC e solicitaram ao governo orientação para o caso, pois há leis sobre a restrição de propriedade estrangeira sobre empresas japonesas com ramo tecnológico. E enquanto estas informações surgiam no mercado às ações da Toshiba se elevaram na bolsa de valores.