Tendência Dos Jovens à Informalidade Requer Adaptação Dos Chefes
Pesquisas Acadêmicas: Tendência Dos Jovens à Informalidade Requer Adaptação Dos Chefes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alice7 • 3/5/2014 • 1.727 Palavras (7 Páginas) • 264 Visualizações
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Tendência dos jovens à informalidade requer adaptação dos chefes
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Juliana Guariente, trainee da Diretoria de Marketing e Clientes da AES Eletropaulo
A informalidade da geração Y está mudando o perfil de relacionamento dentro das empresas e exigindo adaptação por parte de executivos mais experientes. Entre os especialistas de Recursos Humanos, em empresas ou consultorias, há os que defendem o estilo informal dos profissionais mais jovens e os que criticam seus excessos em termos de linguagem falada e escrita, vestuário e desatenção à hierarquia. No entanto, o fato é que o futuro se escreve com Y, pois os trainees de hoje serão os CEOs de amanhã.
A diretora Executiva de Recursos Humanos do Grupo Santander Brasil, Lilian Guimarães, é uma das que veem na abertura dos jovens profissionais e na facilidade que têm para falar o que pensam aspectos extremamente positivos. “O que há é um aprendizado de todos para deixar fluir essa informalidade e aproveitar o que ela tem de melhor”, afirma. Segundo ela, o problema não é atitude da geração X, Y ou dos Baby Boomers especificamente. O que está ocorrendo é que essas gerações, tão diferentes entre si, estão sendo obrigadas a conviver ao mesmo tempo no mercado de trabalho, cada qual com suas referências, suas histórias e valores geracionais próprios.
Em relação à informalidade, Lilian comenta que os mais jovens receberam uma educação mais permissiva e para eles não há problema nenhum interpelar qualquer chefe para dar sua opinião ou expor uma ideia. “Eles aprenderam que o chefe fala e eles também têm o direito de se colocar.” Para ela, isso não é desrespeito. Lilian leva bem o jeito descontraído de falar, escrever e se vestir dos trainees, desde que haja o respeito no sentido amplo, desde que as pessoas saibam se comportar considerando as demais.
Um caso que ela comentou ilustra bem a informalidade dos novos profissionais que chegam ao mercado e dão pista do que os gestores terão de enfrentar nos próximos anos. Certa vez, um jovem profissional pediu para conversar com Lilian, que tem um alto cargo na empresa, sobre uma dificuldade que estava tendo na sua gerência e a conversa começou assim: “Cara, eu não aguento essa gerente”.
O fato é que Lilian não achou a atitude desrespeitosa, mas acredita que a situação não só revela a informalidade típica da geração como também demonstra a impaciência que também é típica. “O comentário sobre outro profissional foi espontâneo, mas será que ele parou para analisar o contexto e a situação da pessoa em relação ao fato que comentava?”, questiona.
Lilian observa também que um fator que influi bastante nas diferenças geracionais é a relação com a tecnologia e a tendência a resolver tudo por e-mail, de forma rápida, prática e impessoal. “Hoje o pessoal está perdendo o hábito de se relacionar olho no olho, o que é uma forma muito mais rica de conviver.”
Chamar de senhor, não
Juliana Guariente, com 24 anos, trainee da Diretoria de Marketing e Clientes da AES Eletropaulo, é um símbolo da geração Y. Perguntada sobre como vê a carreira, quais seus objetivos e o que planeja para o futuro, responde: “Quero um crescimento rápido, trabalhar em uma empresa que valorize o funcionário, ofereça treinamentos, tenha um bom ambiente de trabalho e horários flexíveis”.
Ela acredita, de fato, que pode contribuir com a empresa e costuma dar sua opinião quando acha necessário. “Inclusive já fiz isso com o presidente da empresa em um café da manhã que ele realizou com o grupo de trainees”, afirma Juliana, reconhecendo que não tem certeza se essa abertura seria diferente em outras empresas ou cargos, afinal, no programa de trainees, os jovens têm acesso à alta gerência de forma habitual. Para ela, esse contato com os executivos é um dos aspectos positivos do programa da AES para os iniciantes.
Quanto à linguagem, ela demonstra que a tendência é a informalidade. Aqui no Brasil, Juliana não chama nenhum profissional de senhor, por exemplo. “Tenho um tratamento formal, mas não tanto assim”, informa. Segundo ela, o grau de formalidade depende muito da cultura da empresa e que não pega muito aqui no Brasil, já que ela nunca usou esse tipo tratamento em suas outras experiências profissionais na Microsoft, Sky e na MZ Consult. Nos Estados Unidos, entretanto, onde trabalhou como recepcionista, confessa: “Levei uma bronca de uma secretária americana quando não chamei o chefe dela de senhor e o sobrenome dele quando telefonei para ele.”
Comprovando outros traços de personalidade da geração Y, Juliana informa que prefere fazer as coisas por e-mail porque é mais rápido e assim tem como fazer mais coisas ao mesmo tempo. No entanto, ela admite que nem tudo pode ser resolvido dessa forma e que, muitas vezes, as conversas presenciais são mais eficientes. Ainda assim, acredita que é preciso escolher bem os temas das reuniões para que não sejam improdutivas.
Tatuagem escondida
De acordo como Sidnei Oliveira, consultor em gestão empresarial e desenvolvimento humano essa geração não reage muito bem a estrutura rígidas e inflexíveis e a informalidade é uma forma de se manifestar contra isso. “Eles não são muito sensíveis a hierarquia e rompem mesmo”, comenta. Oliveira, autor do livro Geração Y – O Nascimento de uma Nova Versão de Líderes (Editora Integrare), ressalta que essa atitude não é deliberadamente arrogante. Na verdade, os Ys são muito focados nos resultados e, eventualmente, nem percebem que estão infringindo o código corporativo ao ir direto ao líder superior ao seu chefe imediato para falar de uma ideia. “Para eles, se o resultado será mais rápido e eficiente se falarem direto com quem resolve, eles vão fazer isso.”
O vestuário inadequado é outra questão que tem a ver com esse foco nos resultados. Enquanto para os profissionais de outra geração a vestimenta é um aspecto importante no ambiente de trabalho, os mais jovens só consideram esse fator estético se ele tiver impacto no resultado. “Para os Ys, não faz sentido ir de terno e gravata para trabalhar no computador e então eles vão ao trabalho de jeans e camiseta porque se
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