Teoria Avançada da Contabilidade
Por: malucobeleza • 11/10/2015 • Artigo • 1.848 Palavras (8 Páginas) • 209 Visualizações
Auditoria Independente e a qualidade da informação na divulgação das demonstrações contábeis: Estudo Comparativo entre empresas brasileiras auditadas pelas Big Four e não Big Four.
Resumo Geral
Através desse artigo é possível analisar o papel da auditoria independente que trás consigo a capacidade de minimizar a presença de Gerenciamento de Resultados por parte dos gestores, a alteridade das informações entre os usuários (gestores e stakeholders) das demonstrações contábeis, e a veracidade de tais informações. Considera-se que quanto maior a empresa de auditoria melhor será o desempenho seu trabalho e menor será o nível de Gerenciamento de Resultados (GR) na empresa auditada.
Sendo assim o objetivo em questão é analisar se o nível de GR em empresas brasileiras é diferente para empresas auditadas por Big Four e não Big Four. Uma amostra de 329 empresas brasileiras foi selecionada, sendo 246 empresas auditadas por Big Four e 83 empresas auditadas por não Big Four. Porém os resultados comprovaram que não houve diferença relevante entre os níveis de GR presentes em empresas auditadas por Big Four e não Big Four.
1 Introdução
A contabilidade tem o objetivo de suprir a necessidade informacional de seus usuários através das informações contábeis, e auxiliar então na tomada de decisões. Vários são os usuários dessas informações como investidores, empregados, credores e etc., que a utilizam cada um de acordo com suas necessidades.
A parte administrativa da entidade tem a responsabilidade de produzir e apresentar as demonstrações contábeis e também suas informações complementares, o que auxiliará no desempenho de suas responsabilidades de planejamento e na tomada de decisões.
Mas sendo assim é possível perceber alguns problemas da informação contábil, como a assimetria informacional e os conflitos de interesse. A assimetria informacional surge quando as informações são baseadas na necessidade de atender a interesses próprios, o que direciona ao conflito de interesse.
Dentro desse contexto pode-se destacar a influencia do gerenciamento de resultados, que se caracteriza especificamente em modificações dos resultados contábeis propositalmente, com o intuito de alcançar objetivos particulares. Os gestores direcionam os resultados para um objetivo que não é aquele onde se mostra a real condição da entidade, não podendo se considerar fraudes, já que esse gerenciamento é feito dentro do limite das legislações contábeis, permitindo que o gerente mostre um resultado distinto da realidade.
A baixa qualidade das informações pode se dar ao fato de que o gerenciamento de resultados influencia também na qualidade do lucro contábil, onde lucros bastante manipulados possuem baixa qualidade; e onde contadores que não elevam seus padrões de qualidade técnica . enfraquecem também a qualidade das informações. Portanto “o grau de motivação e extensão do gerenciamento dos lucros depende do comportamento que é esperado em cada ambiente” (LO, 2008, p.354), onde pode-se dizer que a maior influência vem dos executivos, em relação aos incentivos econômicos internos e externos (mercado), e tais incentivos variam de acordo com o ambiente onde estão inseridas.
2 Gerenciamento de resultados
Para os autores Healy e Wahlen (1999) o gerenciamento de resultados ocorres quando administradores modificam informações contábeis para influenciar alguns Stakeholders (usuários contábeis) a respeito da verdadeira realidade da empresa ou para influenciar nos contratos que dependem dos números contábeis.
Martinez (2001), explica que a administração pode demonstrar os lucros quando estes forem necessários e guardarem as despesas para depois, onde se espera que os lucros futuros sejam para cobrir as despesas adiadas.
Para buscar investimentos para a empresa muitas vezes há o gerenciamento dos resultados e a apresentação faltosa das informações, o que provoca uma assimetria entre as informações e os gestores. Sendo assim de acordo com o autor DeGeorge há três principais incentivos para que isso ocorra que são: reduzir lucros próximos dos valores das previsões dos analistas sobre o lucro por ação, sustentar um desempenho descente ou suavizar resultados e divulgar lucros positivos.
É importante ressaltar que o gerenciamento de resultados não é fraude, desde que esteja dentro dos limites estabelecidos pela legislação contábil, mas como as normas contábeis permitem que o administrador tenha certa liberdade para fazer suas escolhas, então ele acaba direcionando suas escolhas, então ele acaba as direcionando à objetivos distintos e não aquele real da entidade. Devido ao poder discricionário dos gerentes as suas reais intenções devem ser avaliadas na realização dos lançamentos contábeis.
3 Accruals
Para Lopes e Martins (2005, p. 72) “é nos accruals que reside o conteúdo informativo da contabilidade” e através deles surge a perspectiva para analisar a qualidade da informação contábil para o mercado de capitais, onde os accruals podem diminuir ou aumentar a assimetria informacional entre a empresa e o mercado.
No regime de competência o registro das transações contábeis são efetuadas no período de sua ocorrência, diferente do registro baseado no regime de caixa (Cash Basis), onde se tem entradas e saídas somente das disponibilidades. Portanto no regime de competência o registro das receitas e despesas, ou os acréscimos ou decréscimos de ativos e passivos, são a base para a mensuração do desempenho da empresa.
As acumulações (accruats) podem ser correntes ou não correntes. As acumulações correntes são aquelas cujo o resultado tem a contrapartida com um ativo ou passivo circulante, e as não correntes tem contrapartida com contas não circulantes.
Na rotina diária da empresa é normal que haja várias operações de acumulações, já que isso ocorre em função do princípio da competência, o volume dependerá da natureza do negócio, de estimativas e avaliações que os gestores realizem. Não há problemas em acumulações, pois na verdade o objetivo é mensurar o lucro no seu sentido econômico , ou seja, aquele que representará acréscimos existentes no patrimônio, independente de movimentação financeira.
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