Uma Analise á Crise Econômica Brasileira

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo proporcionar aos leitores (as) uma analise á crise Econômica Brasileira na perspectiva de um dos setores mais afetados pelo recuo do PIB e desaceleração do crescimento, o setor Imobiliário. Bem como apresentar as razões pelas quais na contra mão da crise nacional o setor bancário tem obtivo resultados expressivos.

Introdução

         É sabido que mesmo em meio a cenários econômicos favoráveis nem todas as empresas conseguem atingir suas metas e alcançar bons resultados, porém essa situação se agrava á medida que uma economia passa para a condição de recessiva, ou seja, empresas que já enfrentavam problemas para alcançar bons resultados financeiros veem se em situação ainda mais delicada, devido a eminente possibilidade do agravamento de seus maus resultados.

        Tendo em vista a atualidade do assunto e por acreditarmos na relevância do tema, este trabalho tem por objetivo explicar de forma sucinta como a crise econômica nacional afetou um dos setores mais fortes da economia, o setor de empreendimentos imobiliários.

         A partir da analise de algumas contas do Balanço Patrimonial e da DRE, apresentaremos algumas das razões pelas quais o setor encontra-se em constante declínio. Pretendemos ainda ao longo do trabalho, apresentar as razões pelas quais a crise no setor imobiliário contribui para o fortalecimento e lucros bilionários do setor bancário, que vem apresentado nos últimos anos uma rentabilidade extremamente confortável.

         O texto será desenvolvido de forma sucinta, apresentando dados extraídos dos Relatórios Contábeis da empresa em questão, bem como informações constantes no Relatório da Administração e Notas Explicativas. Utilizaremos ainda no decorrer dessa atividade informações relativas á situação econômica atual do país e dados que complementem nossas analises extraídos de órgãos resposáveis pelo setor da construção civil.

Cenário Econômico Brasileiro - Setor Imobiliário

          O ano de 2015 não foi um ano favorável para a economia brasileira. Ao final do ano de 2014 muitos economistas já previam que o ano de 2015 seria um ano desafiador para o país, mas poucos apontavam para um cenário tão negativo e tão grave como o que foi vivido ao longo do ano em questão. O descontrole nas contas públicas, a diminuição dos investimentos, o aumento da inflação e desemprego puxaram para baixo o PIB e os índices econômicos do país.

         Em meio á esse cenário, vários seguimentos da economia foram afetados, uma vez que, o mau momento de uma economia não é sentido apenas pelo Estado, mas sim por todos os setores participantes da economia.

           Um dos setores que sentiu de forma violenta os maus resultados econômicos do país foi o setor da Construção Civil, este setor possui características peculiares, pois o alcance de bons resultados depende intrinsecamente de dois fatores: a confiança do investidor e os financiamentos bancários.

          Em linhas gerais as incorporadoras captam recursos para realizar seus empreendimentos recorrendo a recursos de investidores, que empregam seu dinheiro com a esperança de alcançar lucros com a venda dos imóveis construídos e se utilizam também dos financiamentos bancários para realizar seus empreendimentos, logo podemos concluir que com o mau momento da economia, o investidor se sente inseguro e restringe os valores investidos, o que de certa forma “obriga” as incorporadoras a recorrerem  mais á financiamentos bancários, que por sua vez estão mais caros, devido ao cenário de incerteza.

           No presente trabalho apresentaremos por intermédio dos relatórios contábeis da Incorporadora Viver, a relação que há entre o acumulo de maus resultados da economia no geral em contraste com os excelentes resultados obtidos pelos Bancos em meio á crises econômicas.

           Utilizaremos as contas: Receitas Operacionais Brutas, Receitas Financeiras e Prejuízo Líquido do Exercício constantes na DRE do ano de 2015 e das contas Empréstimos e Financiamentos e Obrigações com Investidores constates no Grupo do Passivo Circulante do Balanço Patrimonial também do ano de 2015.

Entendendo a situação econômica da Viver por meio de sua DRE

           De forma sucinta e em linhas gerais, é na DRE que encontramos as informações necessárias para saber se uma companhia apresenta bons resultados financeiros ou não.

           Demonstraremos a partir das contas grifadas em amarelo (Receita Operacional Bruta, Receitas Financeiras e Prejuízo Líquido do Exercício) e com o Auxílio da Analise Horizontal, fazendo comparação com o ano de 2014, os reflexos da crise econômica no Seguimento Imobiliário  partindo dos resultados de uma empresa do setor, bem como demonstraremos alguns dos fatores que contribuem para a alavancagem bancária em meio á crise.

DRE Completa Viver Incorporadora e Construtora S.A.

[pic 1] 

Conta - Receita Operacional Bruta

A primeira conta da DRE analisada é uma das mais importantes para entendermos o resultado final do exercício, pois nela encontramos qual foi o volume de vendas de determinado período. Abaixo demonstração e evolução da conta:

[pic 2]

       

           Podemos observar que em comparação com o ano de 2014, as vendas brutas da companhia passaram de R$ 163.218.000,00 para R$ 115.443.000,00, havendo assim uma diminuição nas vendas brutas totais de R$ 47.775.000,00, essa retração na conta de Receita Operacional Bruta é em parte explicada, quando avaliamos o arrocho na politica de concessão de crédito dos Bancos.

           Tendo em vista que, um imóvel é um bem relativamente caro para aquisição e que muitos clientes recorrem aos financiamentos bancários para tornar a consolidação da compra possível, podemos entender que a dificuldade em se conseguir crédito por parte dos interessados em adquirir um imóvel, afeta fortemente o desempenho das vendas das incorporadoras. O cenário econômico atual do país tem gerado incertezas e consequentemente dificulta o acesso ao crédito, puxando para baixo os resultados financeiros das incorporadoras.