A ATIVIDADE DE TOPICOS ESPECIAIS
Por: kleiton0101 • 17/9/2021 • Trabalho acadêmico • 3.671 Palavras (15 Páginas) • 180 Visualizações
ATIVIDADE DE TOPICOS ESPECIAIS
REFERÊNCIAS
GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991.
Giddens, A. (1993) A transformação da Intimidade. Sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Editora Unesp
Giddens, A. (1993) A transformação da Intimidade. Sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Editora Unesp.
Giddens, Anthony (1990) The Consequences of Modernity. Cambridge: Polity.
Resposta) A -
A partir dos estudos de Emily Hancock , Giddens (1993) mostra que as gerações anteriores saíam da casa dos pais no momento do casamento, e as novas gerações saem para ter uma vida independente. Também destaca que a inserção da mulher no mundo externo se processa por meio do “discurso do nós”; e a do homem, pelo “discurso do eu”.
As pessoas antigamene acreditavam mais no amor, e com isso os casamentos duravam mais tempos, mas, os poblemas sempre existiram, traices, ja aconteciam.Relacoes humanas nunca foi uma tarefa facil. E não e a toa que existe toda uma area de psicologia voltada apenas para isso.
Povos europeus, ou seja, tem os mesmos efeitos em diferentes regiões e épocas. O amor apaixonado não tem limites nem barreiras e é descrito como doença e loucura por afastar o amante de seus vínculos sociais, contudo é cheio de êxtase sexual. "O amor apaixonado é marcado por uma urgência que coloca (o indivíduo) à parte das rotinas da vida cotidiana" (GIDDENS, 1993, p. 48). Esse amor perturba, invade, traz alegria para a alma e desinteresse pelas relações pessoais. "Por essa razão, encarado sob o ponto de vista da ordem e do dever sociais, ele é perigoso" (GIDDENS, 1993, p. 48). Esse amor não se limitava à esfera do casamento, pelo contrário, os homens e algumas mulheres da aristocracia o realizavam nas relações extraconjugais com amantes, servos etc. Isso acontecia porque, na Europa pré-moderna, havia uma desvinculação entre casamento e o prazer sexual, uma vez que o casamento era um contrato de conveniência econômica, profissional e para a transmissão de bens hereditários. Exaltava-se nas moças respeitáveis a virgindade e, nas esposas, a constância e a fidelidade.
As mudanças que vêm acontecendo no amor, no casamento e na sexualidade ao longo da modernidade resultaram em transformações radicais na intimidade e na vida pessoal dos indivíduos. Nesse processo, a chamada revolução sexual e a emancipação feminina tiveram um papel fundamental. Esse tema é objeto de análise do sociólogo Anthony Giddens em A transformação da Intimidade(1993). Segundo ele, as novas formas de relacionamento que resultaram dessas mudanças têm como base a igualdade e os princípios democráticos. Para apreender essa realidade atual, Giddens lança mão de três categorias básicas : o amor confluente, a sexualidade plástica e o relacionamento puro.
Relacionamento puro é um relacionamento centrado no compromisso, na confiança e na intimidade. Implica em desenvolver uma história compartilhada em que cada um deve proporcionar ao outro, por palavras e atos, algum tipo de garantia de que o relacionamento deve ser mantido por um período indefinido. É um relacionamento diferente da idéia de casamento como uma condição natural, cuja durabilidade pode ser assumida como certa, exceto em algumas circunstâncias extremas. Uma característica do relacionamento puro é que ele pode ser terminado, mais ou menos à vontade, em qualquer época e por qualquer um dos parceiros. O compromisso é necessário para que um relacionamento tenha a probabilidade de durar, mas não evita que qualquer um que se comprometa sem reservas corra o risco de sofrer muito no futuro, no caso de o relacionamento vir a dissolver-se. Nesse tipo de relacionamento, o que conta é a própria relação, e a sua continuidade depende do nível de satisfação que cada uma das partes pode extrair da mesma.
As origens do relacionamento puro, diz Giddens, podem ser encontradas na ascensão do amor romântico, que criou a possibilidade de estabelecer um vínculo emocional durável. A diferença é que, embora o amor romântico suponha uma igualdade de envolvimento emocional entre duas pessoas, durante muito tempo as mulheres foram mais afetadas pelos seus ideais. Os sonhos do amor romântico conduziram muitas mulheres a uma severa sujeição doméstica. O ethos do amor romântico teve um impacto duplo sobre a situação das mulheres : além de ajudar a colocar as mulheres em seu lugar- o lar-, reforçou o compromisso com o machismoativo e radical da sociedade moderna. Os ideais do amor romântico começaram a se fragmentar com a emancipação sexual e a autonomia femininas. O declínio do controle sexual dos homens sobre as mulheres colocou possibilidades reais de transformação da intimidade. Embora a intimidade possa ser opressiva se for encarada como uma exigência de relação emocional, ela pode, no entanto, surgir sob uma luz completamente diferente se considerada como uma negociação transacional de vínculos pessoais, estabelecida por iguais. A intimidade implica uma total democratização do domínio interpessoal, de uma maneira plenamente compatível com a democracia na esfera pública (Giddens, 1990, p.11).
Em torno do novo ideal de conjugalidade instaurado, criaram-se muitas expectativas e idealizações, entre elas a idéia de casamento como lugar de felicidade onde o amor e a sexualidade são fundamentais. Desde então, a instituição casamento, moldada pelas determinações econômicas, sociais, culturais, de classe e gênero tem assumido inúmeras formas.
Hoje, os mesmos movimentos de mudança levam os casais a reverem suas idealizações sobre o casamento, o amor e a sexualidade. Novas formas de amar e se relacionar estão sendo construídas para responder às exigências de uma sociedade onde os valores e as regras econômicas e sociais estão sempre em mutação.
A transformação da intimidade passa necessariamente por uma análise de gênero.
Os novos estudos nesse campo questionam a idéia predominante na literatura de que os homens têm mais problemas com a intimidade do que as mulheres. Como diz Giddens, a intimidade é acima de tudo uma questão de comunicação pessoal, com os outros e consigo mesmo, em um contexto de igualdade interpessoal. Nesse cenário, as mulheres tiveram um papel de revolucionárias emocionais da modernidade e prepararam o caminho para expansão da intimidade Algumas disposições psicológicas têm sido a condição e o resultado desse processo, assim como também as mudanças materiais e sociais que permitiram às mulheres reivindicar a igualdade e propor mudanças nas relações de gênero. Concordo com Giddens quando diz que as mulheres foram promotoras dessas mudanças, mas vale lembrar que elas não fizeram esse trabalho sozinhas. A construção de relações amorosas e sexuais mais democráticas e igualitárias dentro ou fora do casamento é uma conquista de homens e mulheres.
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