A Economia Política
Por: Júlia Stephane • 3/10/2021 • Resenha • 1.264 Palavras (6 Páginas) • 129 Visualizações
Curso: Direito Atividade: Leitura analítica e resenha/resumo crítico Título: José Paulo Netto. Marcelo Braz. ECONOMIA POLÍTICA: uma introdução crítica. BIBLIOTECA BÁSICA DE SERVIÇO SOCIAL. VOLUME 1. 8a edição.1a reimpressão. Aluno: Júlia Stephane Ramos Bandeira Disciplina: Economia Política Turma: Segundo semestre |
Resenha/resumo crítico de Economia Política: uma introdução crítica
Na obra é trabalhada a historicidade da Economia Política, nas interfaces econômicas e sociais, até a visão marxista, em seus contrapontos com os teóricos clássicos. Inicialmente aborda-se a Economia política clássica, em seguida a crise dessa vertente, o marco do contexto histórico refletida nos estudiosos clássicos, para assim a crítica da Economia política feita por Karl Marx. É importante ressaltar, sobretudo, que Marx bebeu das fontes clássicas para propor sua crítica, ele não opôs inteiramente a Adam Smith ou David Ricardo, ele tomou como base suas descobertas, como a teoria do valor, mas colocou sua oposição de o fato não ser necessariamente uma lei, além de trazer a humanidade ao trabalho e ao objeto, isto é, a mercadoria.
Os principais teóricos da Economia Política Clássica são William Petty, Pierre de Boisguillebert, David Ricardo e Adam Smith, sendo os dois últimos os maiores representantes. Nas suas teorias existem duas características similares, em primeiro âmbito, os principais objetos de estudo para esses teóricos eram o trabalho, o valor e o dinheiro, tendo como base as relações sociais e políticas na crise do feudalismo ocidental, Antigo Regime, com o surgimento de uma nova sociedade.
A segunda característica, influenciado pelo jusnaturalismo moderno, consistia em tratar como categoria e instituição o lucro, o dinheiro, o mercado, a propriedade privada, nessa perspectiva defendiam que o valor deriva do trabalho, os economistas políticos burgueses viam relações entre objetos. Dessa forma, a propriedade privada para os pensadores era um fato certo e concreto, isto é, o produto, resultado e a consequência necessária do trabalho expropriado, sendo assim o capital passa a ser uma propriedade privada, essa adquirida do trabalho alheio. Essa visão obtida, principalmente por Smith e Ricardo, deve à influência da burguesia, tendo em vista que estavam lutando para derrubar o sistema feudal, logo o ambiente foi propício para tais ideais burgueses.
A crise da Economia Política Clássica foi viabilizada pela falta de compromisso da burguesia com a cultura ilustrada, do Programa da Modernidade, a camada burguesa que propunha a liberdade, igualdade e fraternidade para acabar com sistema feudal, cumpriu parte do que defendia, a emancipação política, porém a emancipação humana não foi realizada, isso só demonstrou que os burgueses usaram o proletariado para seu próprio benefício, alcançar o poder político.
A obra A Revolução dos Bichos, de George Orwell de 1945, é um romance satírico que descreve ludicamente a Revolução Russa, a partir dessa alegoria é perceptível que os porcos (burgueses) utilizaram os outros animais (proletariado) para "derrubar" o Sr. Jones (Regime Feudal) com discursos que incentivaram os outros a lutarem para acabar com o totalitarismo, quando obtiveram êxito, os porcos adotaram medidas até mais rígidas que antes. Assim, aos poucos os outros animais mostraram insatisfação pela situação que estavam vivendo e o sentimento de traição pela exploração que passaram a sofrer, passaram a trabalhar mais e a fome era crescente.
À luz disso, o cenário de confronto entre a burguesia e as camadas mais baixas da sociedade incitou uma crise na Economia política clássica que possuía sua base com ideais burgueses. Instaurou nesse momento um antagonismo social na Europa, burguesia contra o proletariado, então o primeiro assumiu uma atitude conservadora, o segundo, revolucionário. É de suma importância, acentuar a teoria do valor-trabalho, um pensamento dos clássicos que foi utilizado contra o Antigo Regime pelos burgueses, contudo foi de encontro de suas atitudes com a tomada do poder. Como foi pontuado anteriormente o valor é produto do trabalho, esse pensamento para os estudiosos do proletariado só demonstrava o caráter explorador da força de trabalho, sendo que a riqueza arrecadada pela produção não era distribuída de maneira justa pelo trabalho proletário, era expropriado uma grande parte do trabalho.
A crítica à Economia Política Clássica, feita por Karl Marx aos clássicos Adam Smith e David Ricardo, como já explicitado é sobre a teoria valor-trabalho, com base nesse pensamento Marx tece seu contraponto sobre dirigir um fato como lei imutável e "natural", configura como algo eterno e certo para justificar a propriedade privada. Além disso, para Marx a anatomia da sociedade civil é fornecida pela economia política, por isso ele implica críticas aos economistas clássicos, esse fato é evidente em sua obra O Capital de 1867 e Manuscritos Econômico-filosóficos de 1844. É necessário ressaltar que Marx estuda a Economia política clássica, toma ciência das teorias e pensamentos para tecer seus questionamentos e contrapontos, com ênfase ao pensador David Ricardo.
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