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A Síntese Artigo

Por:   •  27/11/2020  •  Resenha  •  1.268 Palavras (6 Páginas)  •  135 Visualizações

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[pic 1]UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES

DEPARTAMENTO DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

NOME: ALINE CRISTINA SOUZA SOARES

SÍNTESE: SALLES, Leila Maria Ferreira. Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos.

O estudo da infância e a adolescência se faz necessário para a compreensões da complexidade da sociedade atual. Para tal, deve-se levar em consideração o contexto histórico em que os sujeitos pertencentes à tais fases da vida estão inseridos. Condições históricas, políticas e culturais diferentes produzem transformações não só na representação social da criança e do adolescente, mas também na sua interioridade.

A percepção que se tinha do conceito de criança sofreu modificações graduais no final do século XVIII e início do XIX, no advento da sociedade industrial, a infância passou a ser vista como uma etapa distinta da vida. Tal percepção, de acordo com Ariès (1986), é concomitante à constituição da família nuclear, do estado nação e da nova organização do trabalho produtivo. A criança passa a ser excluída do mundo do trabalho e da responsabilidade de pôr o pão à mesa, sendo separada do adulto, não participando mais de atividades nas quais até então a sua presença era comum.

O conceito de infância e adolescência passa a ser ligado às leis trabalhistas e ao sistema educacional que torna o jovem dependente dos pais. Como diz Ariès (1986), a especificidade da adolescência foi reconhecida e emergiu com a escolarização, que supõe a separação entre seres adultos e seres em formação, com a família burguesa que separa o espaço familiar do exterior e com a progressiva exclusão da criança do mundo do trabalho. Esse processo que se iniciou nas classes sociais mais abastadas estendeu-se para toda a sociedade e se impôs como um modelo que atingiu toda a organização social.

Entre o período da infância e da vida adulta, surgiu uma nova incógnita para o estudo, a adolescência, que passou a ser vista como um período à parte do desenvolvimento humano. Tal fase se tornou objeto de estudo, sendo tema literário e de preocupação de moralistas e políticos. De maneira gradual, a visão da adolescência como uma fase da vida se consolidou, se tornando um fenômeno universal com repercussões pessoais e sociais inquestionáveis. Esta passa a ser caracterizada como um complexo de fatores tanto de ordem individual, por estar associada à maturidade biológica, quanto de ordem histórica e social, por estar relacionada às condições específicas da cultura na qual o adolescente está inserido.

Na sociedade moderna, com suas condições materiais e simbólicas específicas, a criança, o adolescente e o jovem adquiriram um status de dependentes, não responsáveis jurídica, política e emocionalmente. Socialmente, fundamenta-se a concepção de que as crianças e os adolescentes devem ser disciplinados para se tornarem adultos. A formação da criança na infância se dá a partir dos costumes, dos valores, das normas e dos significados simbólicos estabelecidos socialmente. A socialização, por meio da escola, surge como um modo de assegurar a transmissão da cultura para a garantia da continuidade da sociedade. A concepção da criança como sujeito implica no surgimento de políticas sociais e educacionais que visam orientar a família sobre como criar filhos e corrigir os desvios. Segundo Lasch (1991), a infância e a adolescência tornam-se um objeto de estudo dos especialistas, como médicos, psicológicos, pedagógicos, sociológicos, etc.

O saber psicológico busca saber quais são as normas de condutas previstas para uma determinada faixa etária, o que é normal e o que é anormal, seu desenvolvimento desde os estágios mais simples até os mais complexos e enfim, a chegada à idade adulta. As mudanças que ocorrem na fase de transição de criança para adolescente e de jovem para a idade adulta, isto é, os estágios da vida, se consolidam como objeto de estudo. A socialização passa a ser objeto de estudo, ganhando suma importância no que se refere à relação entre as gerações e as práticas educativas vigentes em diferentes países. Com a concepção de desenvolvimento, surge a ideia de que a criança se prepara para a maturidade, ou seja, para se tornar adulto. A adolescência se trata então de um período de experimentação de valores, de papéis sociais e de identidades e pela ambiguidade entre ser criança e ser adulto. O sujeito passa a ter um status intermediário e provisório, e passe a ser tratado de forma ambivalente: como criança e como adulto. As idades da vida são, então, separadas. Na sociedade moderna, a criança e o adolescente se socializam para se integrarem e se adaptarem à sociedade. Esse processo de socialização implica uma longa educação, com metas a longo prazo. Ao final do mesmo, a criança deve chegar ao autocontrole, à autonomia e à independência que são características atribuídas ao adulto.

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