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A Tradição Retórica

Por:   •  12/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  132 Visualizações

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A Tradição Retórica

GONÇALVES, Eduardo

MARQUES, Retielli

MEREIROS, Luiza

SANTOS, Ana Flávia

STEINBRENNER, Tiago

ZILIO, Emanuela

A construção do conhecimento é, sem dúvidas, um ponto de debate virtuoso para pesquisadores de diversas áreas. Com a evolução da sociedade, muitos aspectos antes tidos como vulgares e sem importância passaram a ser um método eficaz de exercer o conhecimento. Assim sendo, neste trabalho será discorrido sobre um fator de suma importância dentro do meio jurídico, a retórica.

Inicialmente, cabe concretizar a retórica como um conjunto harmonioso de fatores linguístico, sendo possível apontar que tal expressão engloba o exercício da fala, junto com a elegância e principalmente, o convencimento, formando assim, o que conhecemos por persuasão.

Respaldando-se através da história salienta-se que o estopim dessa temática ocorre na Grécia Clássica, onde tornou-se comum ver discursos onde a arte da persuasão era exercida com grande sucesso, podendo ser citado como exemplo, os sofistas, que aplicavam fluentemente o uso da expressividade verbal e corporal.

Ademais, na antiguidade grega, o ato de discursar perante multidões com o objetivo de induzi-los a crer em um ponto de vista, era um meio de exercer a democracia da época. Com o tempo, foi-se percebendo que exercitar a fala, a expressividade e a argumentação eram fundamentais para a formação de um indivíduo. Assim sendo, criaram-se nas escolas, disciplinas especiais para se trabalhar a retórica, isso em busca de fundir a arte e o espírito.

Fato é, que o decorrer do tempo transformou a retórica em uma maneira de embelezar o discurso. Nos dias atuais, exercitar o uso retórico, deixou de ser apenas por meio de discursos e passou a abranger um vasto escopo de ações, como por exemplo, a publicidade e a cinematografia.

Por fim, salienta-se que ao perceber como a persuasão continua fundamental, seja ao fato de convencer um júri ou diversos telespectadores, prova-se que a retórica serviu para consolidar a importância da comunicação e claro, estudar ainda mais os constituintes discursivos.

Retórica clássica

O texto trata também sobre sistematizações e reflexões acerca dos problemas envolvidos com a linguagem verbal principalmente pela visão de Aristóteles e sua distinção entre a retórica e a persuasão. Em seu livro: “Arte retórica” o filósofo procura sintetizar as visões que se acumulavam em torno dos estudos retóricos e também servindo como um guia dos modos de se fazer o texto persuasivo.

A arte retórica é composta por três livros que tratam de elementos como: a gramática, lógica, estilística, argumentação e filosofia da linguagem. A obra pode-se dizer que se trata de um corpo de normas e regras que visa saber o que é, como se faz e qual o significado dos procedimentos persuasivos. Aristóteles deixa clara a diferença entre retórica e persuasão.

A retórica não tem a função nem de persuadir, nem de saber se algo é verdade ou não, ela tem o papel de ser analítica. “Cabe a ela verificar quais os mecanismos utilizados para se fazer algo ganhar a dimensão da verdade”.

O texto retira das citações feitas por Aristóteles as seguintes deduções:

  1. a retórica não é a persuasão;
  2. a retórica pode revelar como se faz a persuasão;
  3. os discursos da medicina, da matemática, ou, da história do judiciário; da família etc. são o lugar da persuasão;
  4. a retórica é analítica (descobrir o que é próprio para persuadir);
  5. a retórica é uma espécie de código dos códigos, está acima do compromisso estritamente persuasivo (ela não aplica suas regras a um gênero próprio e determinado), pois abarca todas as formas discursivas.

Existem também na obra regras gerais a serem aplicadas nos discursos persuasivos, sendo elas: o exórdio, a narração, as provas e a peroração. Muito do que foi escrito por Aristóteles está presente na forma como elaboramos textos.

O Exórdio se trata da introdução do texto, ele dá início ao texto podendo ser: uma indicação do assunto, um conselho, um elogio, uma censura conforme o gênero do texto.

A Narração seria o desenrolar do assunto propriamente, aonde os fatos acontecidos são narrados.

As provas são onde entra a persuasão e isto é particularmente significativo no discurso jurídico, no qual as provas se tornam determinantes para a ordem do processo.

A Peroração seria a conclusão onde também a persuasão é utilizada para convencimento do destinatário. A ela se referia Aristóteles: “A peroração compõe-se de quatro partes: a primeira consiste em dispô-lo [o ouvinte] mal para com o adversário; a segunda tem por fim amplificar ou atenuar o que se disse; a terceira excitar as paixões no ouvinte; a quarta, proceder a uma recapitulação”.

Apesar de não ter sido o inventor da retórica propriamente dizendo Aristóteles teve um importante papel na sistematização da teoria do discurso e no entendimento de como os estudos retóricos poderiam ajudar no entendimento dos mecanismos de persuasão.

Verdade e Verossimilhança

No texto, o autor aponta a diferença entre retórica e persuasão para abordagem do assunto. Pois o persuasor vem com o intuído de apresentar a sua ideia, a que ele tem como verdade e também, pode vir através de um conselho.

Entretanto, a persuasão pode ser vista com ausência de verdade em alguns casos e pode ser assimilada a verossimilhança. A verossimilhança é algo que “brinca com a verdade”. Como exemplos, temos em catálogos e propagandas na televisão produtos impecáveis com imagens produzidas em computadores, mas não consideramos isso uma mentira, pois temos o conhecimento do trabalho feito pelos editores para que o produto se torne atrativo suficiente para o consumidor; O mesmo pode-se aplicar a histórias de super-heróis. Mesmo sabendo que não são reais histórias, elas se tornam convincentes pela lógica que lhe é própria.

O verossímil é aquilo constituído através da verdade própria e do efeito de verdade que é passado.

O vazio da retórica

        

Com a expansão dos ideais modernos em meados do século XIX e a utilização da retórica como ferramenta de embelezar o discurso, criou-se um pressuposto de que as figuras de linguagens antes tidas como elementos essenciais para o texto passaram a ser elementos secundários, que só poderiam ser utilizados para fins de dar um aspecto belo ao texto.

Desse modo, ganho força a ideia de que a retórica quando usada apenas para fins de embelezamento, proporciona ao texto um vulgar aspecto vazio.

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