A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Por: Amanda Máximo • 24/10/2019 • Artigo • 469 Palavras (2 Páginas) • 194 Visualizações
Consequências físicas e psicológicas da violência doméstica contra a mulher.
As consequências da violência doméstica contra a mulher são inquestionáveis, sejam psicológicas, ou físicas. A própria Maria da Penha, homenageada pela Lei Maria da Penha, sofre até hoje com as sequelas (violência deixou a vítima paraplégica) decorrentes da violência sofrida.
A violência psicológica compromete a saúde mental, ao interferir na crença que a mulher possui sobre sua competência, isto é, sobre a habilidade de utilizar adequadamente seus recursos para o cumprimento das tarefas relevantes em sua vida. A mulher pode apresentar distúrbios na habilidade de se comunicar com os outros, de reconhecer e comprometer-se, de forma realista, com os desafios encontrados, além de desenvolver sentimento de insegurança concernente às decisões a serem tomadas. Ocorrências expressivas de alterações psíquicas podem surgir em função do trauma, entre elas, o estado de choque, que ocorre imediatamente após a agressão, permanecendo por várias horas ou dias (BRASIL, 2001).
Para tentar suportar essa realidade, a mulher acaba deixando de lutar por seus direitos e se sente incapaz e impotente não tento mais forças para reagir às agressões por ela sofrida, deixando os seus sentimentos de lado, vivendo em um estado de constante medo. Com isso, ela passa a desenvolver uma autopercepção de incapacidade, inutilidade e baixa autoestima pela perda da valorização de si mesma e do amor próprio (MILLER, 1999).
Como sofrem fortes traumas as vítimas de violência doméstica, sentem dificuldades em confiar-nos outros e se relacionar, desenvolve baixa autoestima e mudam seu comportamento. Pode ocorrer também confusão mental, transtornos alimentares e tendência ao isolamento.
Evidenciam-se, em alguns relatos de mulheres vítimas da violência doméstica, segundo NETTO et al (2014) lesões como hematomas, escoriações, luxações e lacerações. Quanto aos processos de doença, respostas inflamatórias e imunológicas, elas relataram dores pelo corpo, obesidade, síndrome do pânico, crises de gastrite e úlcera. Entre os danos da vivência de violência à saúde das mulheres estão mutilações, fraturas, dificuldades ligadas à sexualidade e complicações obstétricas.
Cabe ressaltar que nenhum desses sintomas referidos ocorre de forma isolada. O fato das mulheres vivenciarem uma relação violenta favorece o surgimento concomitante de diferentes danos físicos e psíquicos.
Segundo os estudos de FONSECA; LUCAS (2006):
Um percentual de 96% das entrevistadas relataram sofrer algum tipo de consequência decorrente da situação de violência. Dentre estas, o aumento da pressão arterial, dores no 12 corpo, principalmente de cabeça, e dificuldades para dormir, foram os sintomas físicos mais relatados, correspondendo a um total de 66,6%. Em alguns casos, a presença de algum, ou até mais de um, desses sintomas contribuiu para a procura de acompanhamento médico.
As pesquisas e os estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhecem que as vítimas de violência doméstica leva a efeitos tais como depressão, ansiedade, infecções urinárias de repetição, dor pélvica crônica, transtorno do estresse pós-traumático, síndrome do intestino irritável, entre outros sinais e sintomas.
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