A VOZ DA IGUALDADE
Por: Borgesadv • 31/5/2017 • Trabalho acadêmico • 2.265 Palavras (10 Páginas) • 219 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEDC-DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VIII - PAULO AFONSO
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
ROBERTO BORGES EVANGELISTA
PAULO AFONSO, 2013
ROBERTO BORGES EVANGELISTA
Trabalho apresentado como requisito para obtenção de avaliação parcial na disciplina Direito e Movimentos Sociais, Curso de Direito, DEDC – Campus VIII/UNEB, Universidade do Estado da Bahia.
Profª. Msc. Jamile Silva Silveira.
PAULO FONSO, 2013
RESUMO
Este trabalho contém características analíticas e discursivas de interpretação sobre o filme: Milk – A Voz da Igualdade (Universal Pictures, direção de Gus Van Sant, produção de Dan Jinks e Bruce Cohen, roteiro de Dustin Lance Black, protagonizado por Sean Penn, Estados Unidos-2008; lançado no Brasil em 20 de fevereiro de 2009), exibido em sala de aula para subsidiar discussão temática e relatório contextual. O filme mostra a militância de Harvey Milk, nos anos 1970, primeiro candidato nos EUA a dizer em público "eu sou gay". Nesta abordagem acadêmica cuida-se em identificar a homofobia observada como um comportamento crítico e hostil, tanto quanto a discriminação e a violência com base na percepção de que a orientação não heterossexual é negativa. Também a maior contribuição da personagem interpretada (Milk) – que constituiu em sua vida o fio condutor de seu trabalho político-ativista – ou seja, a sua determinação em mostrar que, nos termos de Weinberg, “o problema da homossexualidade não residia nas pessoas homossexuais e na sua orientação sexual, mas sim nos heterossexuais que não toleravam os homossexuais, pelo fato da sua presença questionar os papéis de gênero socialmente construídos e atribuídos, especialmente o modo como eram definidos e aplicados aos homens”. (George Weinberg; a Sociedade e o Homossexual Saudável – 1972).
Palavras-Chave: Homofobia. Homossexuais. Heterossexuais. Orientação Sexual. Papeis de Gênero.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................3
2
DESENVOLVIMENTO.........................................................................................4
3
CONCLUSÃO......................................................................................................6
REFERÊNCIAS............................................................................
1. INTRODUÇÃO
“Todos os homens são criados iguais. Não importa o quão duro eles trabalham, eles não vão deixar apagar essas palavras. Isso é o que a América é.” (Harvey Milk)
A história de Harvey Milk (1930-1978), em cinebiografia hollywoodiana interpretada por Sean Penn de forma magistral, mostra a polêmica e lendária trajetória do primeiro político dos Estados Unidos que assumiu sua homossexualidade publicamente.
Harvey Milk (Sean Penn), nova-iorquino de Woodmere, em meio a uma migração de homens homossexuais que se deslocam para o Castro, em San Francisco-Califórnia, na década de 1970. Para mudar de vida decidiu morar com seu namorado Scott (James Franco) e abriu uma pequena loja de revelação fotográfica, na Rua Castro, mas ali os gays não eram bem recebidos.
Disposto a enfrentar a violência e o preconceito da época, Milk busca direitos iguais e oportunidades para todos, sem discriminação sexual.
A política e o ativismo gay não foram os primeiros interesses de Milk; ele não sentia necessidade de ser aberto quanto à sua homossexualidade ou participar de causas civis até por volta dos 40 anos, depois de suas experiências com a contracultura dos anos 1960.
Harvey tornava-se um ativista gay, porque além de assumir publicamente sua homossexualidade, também organiza os residentes gays da vizinhança, buscando aliados em diversos grupos sociais e assim enveredava pelos caminhos da política.
2. DESENVOLVIMENTO
Já em seu início o filme é impactante ao apresentar Milk (Sean Penn) um homem de meia-idade, em seu gabinete e de viva voz gravar em fita a citação: “Eu entendo perfeitamente que uma pessoa que luta pelo que eu luto um militante, um militante gay, se torna o alvo ou o alvo em potencial de uma pessoa que é insegura, medrosa, assustada ou muito perturbada consigo mesma.”
Harvey Milk decidira registrar sua história, conquistas e ideais caso fosse assassinado; e ele estava certo. Em 27 de novembro de 1978, Harvey Milk morreu baleado com três tiros disparados pelo ex-colega supervisor Dan White, mas deixou um legado na luta pelos direitos LGBT nos Estados Unidos e pelo mundo até os dias de hoje.
Tal fato, sob a ótica da cientificidade da matéria relativa ao direito e os movimentos sociais – para explicar a hostilidade heterossexual em relação à homossexualidade – e nos remete ao conceito de duas grandes teorias: “a teoria da homofobia e a teoria do preconceito sexual, as quais refletem, na sua sequência histórica, uma mudança de paradigmas, do paradigma psicológico ao paradigma social centrado na noção de minoria sexual, e, conseguintemente, uma mudança das estratégias políticas, que visam transformar o status LGBT das pessoas na sociedade.
A partir dos anos 70 começaram a emergir novas garantias dos direitos civis dos indivíduos homossexuais e dos casais do mesmo sexo, uma nova perspectiva dos movimentos de libertação gay: a exigência de alterar radicalmente a estrutura da sociedade heterossexista e eliminar a sua visão estreita da sexualidade e do gênero” (grifo nosso).
O filme tem o cenário principal naquela loja na hoje lendária Rua Castro, era a referência que se tornou o quartel-general da luta pelos direitos dos homossexuais, ali começou a se mobilizar ao tomar conhecimento da violência policial e do cerceamento da liberdade dos gays. Passou a discursar em palanques improvisados, e conquistou e encorajou milhares de homens na mesma situação a assumirem e viverem bem com sua condição.
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