As três formas de poder

AS TRÊS FORMAS DE PODER

Clícia Cristina da Silva Diniz

Geralmente, quando se fala das três formas de poder remete-se ao exposto por Montesquieu na sua obra “O Espírito das Leis” o qual considera como formas de governo o Executivo, Legislativo e Judiciário. No entanto, Noberto Bobbio considera esses poderes apenas como uma forma simbólica, que de fato o que existe são os poderes econômico, ideológico e político.

O poder econômico esta relacionado aos detentores dos meios de produção, esses meios são bens, terras, indústrias que como afirma o autor, numa determinada situação de escassez induz os não detentores desses bens à prática de certo tipo de trabalho. Estes, portanto, só tem a força de trabalho para ofertar para receber em troca uma remuneração mínima.

Por conseguinte, no poder econômico, pode-se verificar duas classes, a saber: os donos dos meios de produção e os trabalhadores. Em virtude da disparidade econômica, constata-se que enquanto aqueles tem de fato a prestação de direitos, os trabalhadores muitas vezes não conseguem ter acesso à educação, moradia, trabalho, saneamento básico entre outros direitos que deveriam, em regra, ser prestados.

Já o poder ideológico busca a reprodução das ideias criadas pela classe dominante, tendo como objetivo preservar a estrutura dessa. Nesse poder, observa-se a figura dos formadores de ideias que são aqueles, consoante o autor, pessoa investida de autoridade que exerce influência na conduta dos associados. Esses formadores podem ser os pais (família), pastor/padre (religiões), professor (escola), jornalistas/radialistas (meios de comunicação). Cabe também destacar outro aparelho ideológico muito importante utilizado pela classe dominante que é o direito que por meio das leis, as instituições judiciárias busca-se modelar o comportamento da sociedade.

Por fim, o poder político é aquele que se utiliza das instituições administrativas, muitas vezes as que utilizam a força física para manter os privilégios da classe dominante. A sua posse se dá em uma relação de consequência, pois aqueles que detém o poder econômico e ideológico, por conseguinte deterá o poder político.

No estudo em tela, pode-se deduzir que esses poderes fundamenta e ratifica uma sociedade de desiguais, como se pode vê a existência de polos, conforme expõe o autor: no primeiro, ricos e pobres; no segundo, sábios e ignorantes; no terceiro, fortes e fracos.

Texto baseado no outro retirado do Blog Pensar: http://blogpensar.blogspot.com/

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