Atividade Discursiva Ética Política e Cidadania
Por: Joshua Pimpão Moretti • 19/9/2020 • Trabalho acadêmico • 298 Palavras (2 Páginas) • 299 Visualizações
O filósofo inglês John Locke defendia a ideia de que a propriedade comum era tida como um presente divino quando afirma que “os homens podem ter adquirido uma propriedade em porções distintas do que Deus deu à humanidade em comum” (LOCKE, 2001, p.97) e assevera que através da razão – também concedida por Deus – os homens utilizassem “A terra e tudo o que ela contém [...] para o sustento e o conforto de sua existência” (LOCKE, 2001, p.97), demonstrando que, em sua visão, a propriedade seria um direito natural de todo homem por ser filho de Deus.
Ele via o trabalho realizado pelo homem como agente transformador da propriedade comum em propriedade privada quando afirma que “Podemos dizer que o trabalho de seu corpo e a obra produzida por suas mãos são propriedade sua” (LOCKE, 2001, p.98), pois o homem seria dono de si e do resultado de seu trabalho – “Ainda que a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada um guarda a propriedade de sua própria pessoa” (LOCKE, 2001, p.98).
Dessa forma, Locke criticava o tipo de Estado pautado pelo poder absolutista do rei, e pela aquisição de poder pela hereditariedade dos nobres, que eram justificadas pela “escolha divina”. Locke defendia, então, a criação de um Estado que deveria se limitar a preservar e consolidar os direitos naturais de cada homem, através de um contrato social entre os indivíduos. Portanto, o desenvolvimento desses valores individualistas e dessa visão de Estado mínimo e liberal foram fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo como modo produção.
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. – Petrópolis, 3ª ed. RJ : Vozes, 2001
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