Atividade de Ciência Política O Principe de Maquiavel
Por: Anna Karenine Cunha • 19/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.114 Palavras (5 Páginas) • 230 Visualizações
SOBRE O AUTOR E A OBRA
Nicolau Maquiavel(1469 – 1527), nasceu em Florença e será nesta cidade que se envolverá em política. Fora secretário da República, chanceler e magistrado. Dessa forma, pôde conhecer como nenhum outro os bastidores políticos, aliando a isso suas viagens e missões. Sua missão mais importante teria sido junto a César Bórgia. Este seu contato com o Duque de Valentino, o inspirara aos escritos como pensador político. Também muito aprendeu do contato com Papa Júlio II. Em termos de contexto histórico, é na Itália do Renascimento que vivia o filósofo, onde pequenos principados eram governados despoticamente. Maquiavel, como bom observador, inspira-se em táticas políticas desses governantes e outros para escrever sua obra mais conhecida. É possível que as ações de César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI e poderoso condottiere(mercenário com grande técnica militar), tenha inspirado o modelo de O Príncipe. A prática política ganha força nas teorias de Nicolau, aproximando-se disso sua vontade de ver uma Itália unificada. Após várias experiências, inclusive a de ter sido preso e torturado, tenta reconquistar os favores dos Médicis. É, de fato, em homenagem a Lorenzo de Médici que escreve O Príncipe. Como é notável, o pensador vive em meio às tramas políticas de Florença e sofre suas influências e consequências. Maquiavel escreve muitas outras obras, como os Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio, importantíssima, um conto chamado O Demônio que se casou (Belfagor); uma comédia intitulada A Mandrágora, que fez muito sucesso no teatro italiano; escreveu também A Arte da Guerra. Em 1520, é nomeado historiador da Universidade de Florença. Dessa experiência escreverá os volumes das Histórias Florentinas. Para ele, os assuntos do Estado Florentino é que lhe diziam respeito, por isso tamanha dedicação de sua parte para com a cidade onde nascera. Sua última esperança de voltar à chancelaria foi quando as tropas de Carlos V libertaram a Florença do jugo dos Médicis. Mas, houve novo desapontamento e o filósofo foi destratado e esquecido pelos novos conquistadores. Morre doente e frustrado, aos 58 anos de idade. Dentre toda sua produção intelectual, O Príncipe retrata a questão da conquista do poder e de sua manutenção através das manipulações de todos os tipos. A técnica passa a ser de suma importância e distancia-se da ética. É assim que Nicolau Maquiavel rompe com o período medievo que relegera a técnica a segundo plano e caminha para a aurora da modernidade. O importante é a prática, a aplicação, o que seria mais tarde conhecido como o estilo pragmático. Nesse aspecto, com ele, a política surge como nova ciência, de pura técnica. Deixa frisado que tudo aprendera no “estudo contínuo das coisas do mundo”. A política deixa de ser idealizada, em sentido utópico, para ganhar o terreno da prática. Pode-se afirmar que, com o filósofo político, acontece o advento do empirismo e do pragmatismo em política. E, se na Idade Média, a pregação era em torno da paz, para Maquiavel ela é apenas uma idealização, pois o que realmente existe é uma tensão contínua em que se busca um certo equilíbrio. Deve-se desconfiar de toda “paz” em política. E quando fazer política é importante? Em momento oportuno e, para isso, é necessário saber ler o contexto, ver o que os outros não vêem. O filósofo, é bom lembrar, não separou o teatro da política, pois esta é também uma técnica lúdica ou a política como teatro. É preciso parecer ser. Nicolau, entretanto, muitas vezes é confundido pelo que observou e escreveu. Prova disso, é o termo maquiavélico como conotação pejorativa. Se ele percebeu que muitos justificam seus meios pelos fins, não significa que fazia isso. O pensador político era, acima de tudo, um grande observador, inclusive nas suas atuações. A “virtú” é o que se torna imprescindível: agir conforme as circunstâncias e isso, em política, está além da ética. Eis o recado de Maquiavel.
REFLEXÃO
1-Por que o adjetivo maquiavélico e o substantivo maquiavelismo não representam a filosofia política de Maquiavel?
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2-O termo maquiavelismo é apropriado porque remete a uma leitura crítica da experiência política a partir da ótica de Maquiavel como bom observador de seu contexto renascentista e das tramas do poder que aí ocorriam. Explique a aplicabilidade do livro O Príncipe como manual de dominação e, ao mesmo tempo, como pistas para a resistência contra os poderosos.
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3-Um príncipe para ter “virtú”, precisa mostrar-se apto à flexibilidade conforme as circunstâncias, do contrario fracassará. Nesse aspecto, quando ele deve seguir o que é certo e que é errado?
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4- A regra geral é a de que, quando um estrangeiro poderoso penetra numa província, todos os habitantes menos poderosos o apoiam, movidos pela inveja dos que tinham poder maior que o seu. (cap. III, p. 37, item 6). Transfira isso para o convívio social do cotidiano e dê um exemplo de como isso pode acontecer.
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