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CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO: ISRAEL X PALESTINA

Por:   •  12/4/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.993 Palavras (8 Páginas)  •  512 Visualizações

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CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO: ISRAEL X PALESTINA[1]

 Leidiane Santos de Santana.[2]

Resumo

O presente trabalho visa analisar o Conflito no Oriente Médio, mais precisamente sobre Israel e Palestina, portanto para trabalhar o assunto é impossível não se equivocar e até mesmo errar com relação a alguns fatos, pois baseamos a pesquisa naquilo que lemos em livros, revistas, reportagens jornalísticas. Nesse sentido, é quase impossível saber exatamente os motivos do conflito, vez que não estamos em contato direito com aquele povo, bem como não sabemos o que se passa dentro da cabeça de cada judeu e de cada muçulmano. Por outro lado vamos tratar o conflito através dos precedentes históricos, sem um enfoque muito grande na questão religiosa, pois entendemos não ser de grande relevância para essa discussão.

Introdução

Inicialmente cumpre dizer que a região da Palestina é habitada pelo povo judeu há milhares de anos. No ano de 63 a.C ou a.E.C., o reino de Israel virou um reino tributado pelo Império Romano, o que acabou gerando revolta e uma grande comoção na população daquela região, que era em sua maioria composta por judeus. Devido ao domínio romano, os judeus desejavam a vinda do Messias o mais breve possível, como forma de libertá-los do domínio romano. No ano 70 d.C. os judeus resolveram fazer uma insurreição gigantesca para lutar contra a dominação romana, porém os judeus não tiveram sucesso e perderam a luta, diante desse levante os romanos expulsaram os judeus da palestina e não permitiram que firmassem ali o seu reino. Mais tarde entre os anos 100/132 os judeus mais uma vez tentaram retomar a região da Palestina dos romanos, foi conhecida como a batalha de “Barkokba”, mas mais uma vez perderam a batalha.

Reza a lenda que o fato dos cristãos terem se negado a ajudar os judeus durante essa revolta contra os romanos e principalmente pela interpretação que os cristãos deram para a segunda destruição do templo de Salomão, foi uma das razões que motivou a briga entre as duas religiões, que até aquele momento eram dois braços do judaísmo e viviam pacificamente, ou seja, não eram essencialmente diferentes. O evangelho de João que provavelmente é o evangelho mais recente dos quatro evangelhos canônicos é o único que joga a culpa da morte de Jesus ostensivamente nos judeus, gerando uma divisão bem clara entre essas duas religiões.  

De fato, os judeus nunca saíram totalmente da região da Palestina, mas ficaram muito restritos em número e viviam duma forma bem modesta. Depois da queda do império romano aquela região foi mudando de mãos sucessivamente até chegar em 1517 nas mãos do Império Turco-otomano.

Depois que os judeus foram expulsos da galileia pelos romanos, começaram a vagar pela Europa tentando se fixar em outras regiões, mas sempre foram hostilizados pelos cristãos. Enormes expulsões de judeus foram documentadas em vários países da Europa durante a idade-média por motivos diversos, crendices, superstição, etc. Na Europa Medieval os judeus não tinham chance para nada, muito menos o acesso a terra para produzir o seu sustento, isto é, eram proibidos de exercer as atividades econômicas que eram rentáveis na época. Devido a isso muitos judeus se tornaram profissionais liberais, médicos, alfaiates, comerciantes e vendedores. Quando o feudalismo ruiu e surgiu o mercantilismo a produção rural deixou de ser à base da economia europeia, então os profissionais liberais puderam ter a chance de se tornar ricos e influentes politicamente, ou seja, os judeus tiveram um momento de ascensão.

Ocorre que o fluxo de imigração foi aumentando e até o ano de 1850 pelo menos nas grandes cidades da Palestina como Jerusalém, os judeus já eram quase metade da população, que estava ativa economicamente e começando a comprar imóveis e construir casas. O sonho de voltar para a Terra Prometida sempre rondou o imaginário dos judeus, o que ficou conhecido como Sionismo[3]. Entre 1896-1904 Theodor Herlz[4], fundador do sionismo publicou livros, organizou eventos e começou a convencer os judeus de que o sionismo era a solução para o problema territorial enfrentado pelos judeus.

Infelizmente o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX, foram marcados pelo Pogram[5] que se tornou sinônimo de perseguição aos judeus. Graças a esses Pogroms e o incentivo de Herlz os judeus começaram a mudar para a Palestina, que ainda era de propriedade do turco-otomanos, mas quando a Primeira Guerra acabou em 1918 o império turco-otomano quebrou e foi fatiado entre as potências que venceram a Primeira Guerra e aquela região da Palestina ficou sob o domínio inglês. A coroa britânica naquela época já tinha recebido algumas sugestões sionistas para criar um estado judeu na Palestina como, por exemplo, a Declaração de Balfour, onde o governo britânico dava, aos representantes do judaísmo sionista, apoio para a constituição de uma "pátria nacional" judaica na Palestina. Os rumores de que a Inglaterra estava pensando em criar um estado judeu, fez com que a polução muçulmana que habitava a Palestina ficasse polvorosa, vez que tinham acabado de sair do domínio dos turcos.

Em 1920 ocorreram vários distúrbios na Palestina promovidos pelos árabes fomentados pela revolta contra essa imigração em massa. Ocorre que a Inglaterra que tinha a obrigação de resolver o conflito que já estava instalado nada fazia. Foi nesse momento que os judeus-sionistas criaram um grupo paramilitar chamado Haganah[6] em defesa do sionismo que tinha como objetivo pressionar a Inglaterra para sair do comando da Palestina e instaurar um estado judeu. No início da perseguição de Hitler aos judeus, a imigração para Palestina aumentou expressivamente, isso mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, diante do aumento de imigrantes judeus os ingleses criaram cotas como forma de limitar a entrada dos judeus na Palestina.

Entre 1936-1939 houve uma série de revoltas árabes principalmente contra o domínio inglês, mas também incomodados com o grande aporte de imigração judaica. Também em 1939 houve a criação do Livro Branco:  denominado Livro Branco de MacDonald em alusão ao ministro britânico das Colónias que o patrocinou, é um texto publicado pelo Governo britânico de Neville Chamberlain em 17 de maio de 1939 e que determinava o futuro imediato do Mandato Britânico da Palestina até que se tornasse efetiva a sua independência. O texto recusava a ideia de dividir o Mandato em dois estados, favorecendo uma só Palestina independente governada em comum por árabes judeus[7].

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