Do Fenômeno da Violência às Violências Sexuais Infantis

Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC GO

Curso de Bacharelado em Direito

Disciplina de Antropologia Jurídica (IPA1019 – C02)

Docente: Dulce Madalena Rios Pedroso

Discente: Camila Pereira Cavalcanti Souza

Do fenômeno da violência às

violências sexuais infantis:

a manutenção histórica

no cenário brasileiro

Goiânia

24 de novembro de 2022

Do fenômeno da violência às violências sexuais infantis: a manutenção histórica no cenário brasileiro. Martins, Lieny Munhoz; Zimmermann, Tania Regina. In: SANTOS, Jean Isídio dos. Etali. Educação em perspectiva – análises contemporâneas. São Paulo: Ed. Pimenta Cultural, 2021. 

Antes de tudo, é importante entender que a violência transcende o tempo. convertendo e moldando a vida social cotidiana, conforme descrito por Bernasky e Sohodolak (2016).

Com isso, também é preciso entender como o Brasil entrou nesse cenário de violência. Infelizmente o país foi e continua sendo um grande “produtor” de violência. desde a sua colonização pelos portugueses. Bernaski e Sochodolak (2016) esclarecem que toda a estrutura social de Brasil se deu de forma extremamente violenta, por meio da dominação de raças e etnias, da escravização de africanos e índios, da concentração de riquezas e da divisão de terras entre poucas pessoas.

Todas essas práticas também reproduziram um país violento para os autores tanto que o Brasil é extremamente desigual do ponto de vista socioeconômico, e isso é fator determinante para o desenvolvimento da violência. Toda essa desigualdade socioeconômica foi construída sobre a exclusão social das nações ao longo do processo histórico, em práticas sociais marcadas pelos conflitos entre escravos e imigrantes nos séculos XIX e XX.

O período escravocrata foi crucial na produção da violência no país que teve muitos efeitos na sociedade brasileira com consequências que perduram até hoje, uma vez que os brasileiros não aboliram os atos violentos cometidos entre si, devido à relação de dominação e autoritarismo entre determinados grupos sociais ao qual tornaram o fenômeno da violência ainda mais relevante, pois, para que qualquer tipo de violência ocorra, é necessária uma relação de poder entre o agressor e a vítima.

Ao longo dos anos ocorreram várias mudanças na evolução social, porém a violência infantil continua elevada e uma das causas, que não devem ser desconsideradas, é a forma cultural que os pais “educavam” seus filhos, o que traziam traumas que eram passadas de gerações e também traziam uma ideologia que os pecados deveriam ser combatidos com castigos e até açoites como a forma correta de moralidade e educação.

Outra forma de violência é a sexual, onde a vítima sente como culpa sua fosse, trazendo sentimentos conflitantes, culpa, confusão, agressividade e muitas vezes pensamentos suicidas como forma de tentar amenizar aquele sentimento ou como forma de punição.