Fichamento Hannah Arendt - O Que é política
Por: Sônia Mabel • 21/6/2016 • Resenha • 707 Palavras (3 Páginas) • 2.715 Visualizações
O pluralismo político era um dos conceitos básicos pregados por Hannah Arendt, no qual a igualdade política e a liberdade deveriam manifestar-se naturalmente entre a sociedade, com tolerância e respeito por parte dela com relação as diferenças. Em seguida ela explica que a FILOSOFIA e a TEOLOGIA não conseguiram explicar a política, porque elas se ocupam de estudar o homem, e tudo o que fosse afirmado valeria para um homem, dois homens ou muitos homens, ou seja, todos eles seriam iguais. Assim, tais ciências não conseguiram encontrar uma resposta válida para a pergunta: “O QUE É POLÍTICA? ”.
Na visão de Hannah, na natureza humana não há nada de político. Divergido do pensamento de aristotélico, o pensamento filosófico, ela supõe que o homem é A-POLÍTICO, ou seja, em sua essência não há nada ligado com a política. De acordo com Arendt, a política surge na sociedade, tornando-se, assim, algo além do homem. Conclui-se então que a política está no mundo e não no homem.
Ela ainda trata dos preconceitos que surgem em torno da política. São eles: A burocratização dos estados; a política interna e externa e o poder como algo que corrompe. Apesar do preconceito possuir uma grande carga negativa, ele ainda possui um caráter positivo, pois leva a pensar, a analisar e a estudar os fatos, nesse caso a política.
O primeiro deles, a burocratização dos estados, é a ideia em que se pode entregar a política como um corpo burocrático; o segundo, a política interna e externa, mostra que a política interna representa os interesses e a ideologia de forma mesquinha e a externa oscila entre a propaganda vazia e a pura violência; já o último preconceito, o poder como algo que corrompe, nos traz a ideia de que o poder corrompe, porém, a posse do poder corrompe ainda mais. Deste último preconceito, podemos destacar o significado de força e poder, onde a força obriga e o poder convence. De tal maneira que podemos perceber que o poder corrompe porque tem um elevado grau de persuasão, diferentemente da força que obriga.
Hannah, ainda, traz em sua ideologia de que a família é a ruína da política, pois o aconchego familiar impede de que os homens saiam para a “guerra”. Quando ela diz guerra, quer dizer sair do conforto familiar e enfrentar a vida sozinho. Portanto, para ela, só exerce a política aquele que tem coragem de viver longe da família. Ela ainda afirma que os homens devem ser pensados como números.
Além disso, em sua obra é retratada a questão do milagre. Para entender o que é o milagre, segundo Hannah, tem-se que se desvincular da crença e da superstição, pois não é algo religioso. O milagre de Arendt é, principalmente, a ação humana, o agir. O surgimento da Terra, o aparecimento da vida orgânica e o aparecimento da espécie humana, não estão ligados com o milagre explicado por ela.
Hannah diz que o sentido da política, é a liberdade. Atualmente, essa, provavelmente, não seria uma resposta óbvia, pois não se procura mais saber o sentido da política, mas sim “ Tem a política ainda algum sentido? ”. Tal pergunta passou a ser feita após experiências não-políticas ou até mesmo antipolíticas, como foi o caso dos governos totalitários. Para ela, os governos totalitários, principalmente o Nazismo, que usavam da violência, da força bruta e do terror, não seguiam um modelo político, pois neles a liberdade
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