Fichamento do Livro "OS SENTIDOS DO TRABALHO" Capítulo VI"
Por: Stephany Guimaraes • 1/9/2016 • Trabalho acadêmico • 579 Palavras (3 Páginas) • 580 Visualizações
Capítulo VI - A classe que vive do trabalho Antunes utiliza o conceito “classe-que-vive-do-trabalho” no sentido de ampliar na forma contemporânea, o conceito marxiano de classe trabalhadora e de reafirmar a validade analítica e a centralidade do conceito. “A expressão classe-que-vive-do-trabalho pretende dar contemporaneidade e amplitude ao ser social que trabalha à classe trabalhadora hoje, apreender sua efetividade sua processualidade e concretude” (p. 101). O conceito engloba a totalidade daqueles que vendem sua força de trabalho, tendo como núcleo central os trabalhadores produtivos (ver Marx, capítulo VI, Inédito). O trabalhado produtivo em Marx é aquele que produz diretamente a mais valia e participa do processo de valorização do capital. Mas a classe-que-vive-do-trabalho engloba também os trabalhadores improdutivos, suas formas de trabalho são utilizadas como serviço, seja para uso público ou para o capitalista, porém não se constituem como elemento diretamente produtivo; não participam como elemento vivo da valorização do capital. Esses trabalhadores são consumidos em valor de uso e não em valor de troca. Eles fazem parte de um segmento de assalariado em expansão no capitalismo contemporâneo, os trabalhadores em serviços, ainda que algumas de suas parcelas estejam em refluxo (p. 102). Portanto, segundo Antunes (p. 103), “uma noção ampliada de classe trabalhadora inclui, então, todos aqueles e aquelas que vendem sua força de trabalho em troca de salário, incorporando, além do proletário industrial, dos assalariados do setor de serviços, também o proletariado rural, que vende sua força de trabalho para o capital” (p. 103). Nessa noção, incluem-se os trabalhadores precarizados, subproletariado moderno, part-time e terceirizado de empresas liofilizadas, os trabalhadores assalariados da chamada “economia informal”, além dos trabalhadores desempregados (expulsos do processo produtivo e do mercado de trabalho pela reestruturação do capital e que hipertrofiam o exército industrial de reserva na fase de expansão do desemprego estrutural). A partir do esclarecimento do conceito Antunes desenvolve algumas indicações analíticas: a) Complexidade da classe trabalhadora – cresce em escala mundial, o novo proletariado fabril e de serviços, denominado de trabalho precarizado (Antunes tratou no seu livro Adeus ao Trabalho? Como novo subproletariado). Os precarizados são os terceirizados, subcontratados, part-time, entre tantas formas, que se expande por toda parte. A expansão atinge os trabalhadores remanescentes do período taylorista-fordista, atingindo os trabalhadores dos países centrais que, com a desestruturação crescente do welfare state e o crescimento do desemprego estrutural, são obrigados a vender a força de trabalho em condições mais adversas, quando comparadas àquelas do período anterior (p.105). b) Divisão sexual do trabalho – acontece um aumento significativo da força de trabalho feminino, que já representa mais de 40% da força de trabalho em diversos países avançados, principalmente no trabalho part-time, precarizados e desregulamentado. Na divisão sexual do trabalho, as atividades de capital intensivo são preenchidas pelo trabalho masculino, já as atividades de menor qualificação, muitas vezes, de trabalho intensivo, são destinadas as trabalhadoras. Antunes (pp.107 e 108) critica o movimento sindical “freqüentemente os sindicatos excluem
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