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Fichamento: Terapia Cognitivo Comportamental na Prática Psiquiátrica Autor do Livro: Paulo Knapp Cap. 32 – A Relação Terapêutica

Por:   •  20/5/2017  •  Resenha  •  1.260 Palavras (6 Páginas)  •  2.759 Visualizações

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Fichamento: Terapia Cognitivo Comportamental na Prática Psiquiátrica

Autor do Livro: Paulo Knapp  Cap. 32 –  A Relação Terapêutica

        Diversos fatores podem contribuir para a resistência do paciente durante as sessões da terapia cognitiva. Além dos fatores emocionais, cognitivos e ambientais do paciente, também deve ser considerada a vulnerabilidade pessoal do terapeuta. A forma de interação, comportamentos defensivos ou mesmo hostis do profissional, podem ser cruciais quanto ao sucesso e insucesso do tratamento.

        Conforme Burns e Auerbach, 1996, estudos comprovaram que terapeutas mais calorosos e empáticos, contribuem significativamente para a melhora de pacientes. Ao contrário dos terapeutas menos empáticos.

        Safran, 2002, concluiu que a qualidade da aliança terapêutica, firmada no início do tratamento, aponta bons resultados em diferentes abordagens.  Terapeutas que não constroem uma aliança positiva, impedem os pacientes de progredir e tem impacto nocivo no progresso do tratamento, sentimentos e sua autonomia.

        O autor também aponta o lado negativo da utilização da palavra “resistência” durante o tratamento, pois esta, implica em colocar o paciente como único responsável pelo fracasso do tratamento, desconsiderando outros pontos importantes.

        A partir deste ponto, é importante ressaltar que a resistência do cliente pode não ser intrínseca, mas também pode ser atribuída aos conceitos da terapia cognitiva em si e ocasionadas pelas falhas do terapeuta. Se o terapeuta não for capaz de identificar o motivo real da resistência do paciente, este pode se tornar defensivo e experimentar emoções negativas, além de adotar comportamentos hostis, prejudiciais ao tratamento, levando muitas vezes a desistência do tratamento por parte do cliente.

        A terapia cognitivo comportamental possuí a mudança de crenças disfuncionais como alvo do tratamento, além de pressupostos como a ênfase no aqui e agora, sessões estruturadas, educação e informação compartilhadas entre o terapeuta e paciente, responsabilidade na identificação de metas e sua avaliação, adesão de tarefas, entre outros. No entanto, nem todas as pessoas que buscam tratamento, concordam com estas diretrizes. Segundo a autora, a maior parte das pessoas não está habituada a traçar metas ou estabelecer agendas. O objetivo principal da procura é poder falar sobre os seus problemas, reclamar dos fatos do dia a dia ou mesmo, focar em fatos da infância, do passado, diferentemente de focar no aqui e agora. Desta forma, os pacientes podem apresentar alguns problemas de adesão ao tratamento.

        Alguns pacientes também não estão interessados na solução de seus problemas, mas sim, ter suas queixas compreendidas pelo terapeuta.

        Em relação as falhas terapêuticas, quanto a resistência do paciente, para Golden, 1989, são apontadas algumas causas principais:

  1. Falha na identificação dos fatores causais e da manutenção do problema;
  2. Falha em avaliar certas conseqüências ameaçadoras da melhora do cliente;
  3.  Utilização das técnicas de forma incorreta, geralmente por falta de experiência do terapeuta;
  4. Persistência do terapeuta em prosseguir com o tratamento, embora o paciente não entenda ou não aceite a lógica do mesmo;
  5. Intervir incorretamente;
  6. Alguma etapa do tratamento é ameaçadora e se torna objeto de ansiedade por parte do paciente;
  7. A avaliação do problema do paciente consome muito tempo;
  8. As técnicas acessíveis são inadequadas a algum problema particular;
  9. Ausência de rapport.

Liotti, 1989, critica a abordagem cognitiva comportamental, devido a limitação da avaliação de resistência, que se baseia no “aqui agora” e da pouca atenção a uma investigação sobre quando, como e porque as crenças, bloqueios e ansiedades foram adquiridas no curso de vida do paciente.

        

        Pacientes que apresentam o esquema cognitivo mais rígido, possuem maiores dificuldades junto ao tratamento terapêutico, pois estes, geralmente estão acompanhados de algum transtorno de personalidade, o que os torna resistentes. Conforme alguns autores, estes indivíduos costumam a prestar uma atenção seletiva, e somente a guardar as informações que confirmam os seus esquemas, focalizando-se em perdas, falhas e faltas.

        

        Conforme Beck e Freeman, 1993, dois modelos competem com os esquemas de personalidade, são a fuga e a compensação. A primeira relaciona-se ao fato de evitar ou não entrar em determinadas situações, que revivam o esquema. Este         modelo pode causar o empobrecimento de respostas, desvalorização da agenda e término ou desistência do tratamento. A segunda, está relacionada a superação do fato, através de estratégias que reduzam a ameaça. Este modelo pode refletir no apego do paciente ao terapeuta, excessivamente, ou nas falas demasiadamente desagradáveis.

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