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Fichamento do livro: O Príncipe

Por:   •  9/4/2018  •  Resenha  •  2.100 Palavras (9 Páginas)  •  272 Visualizações

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MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Martin Claret. São Paulo, 2003.

Períodos Expressivos

“Desse modo, um príncipe, desde que não seja inepto, poderá manter-se no poder, a menos que o derrube alguma força excepcional: se tal fato acontecer, poderá reconquistá-lo na primeira oportunidade oferecida pelo usurpador.” (P. 30).

“Na medida em que o soberano legítimo tem menos motivos e menor necessidade de ofender seus súditos, é natural que seja por estes mais querido; e, se não tem defeitos extraordinários que o tornem odiado, é perfeitamente natural que o povo lhe queira bem qualquer alteração na ordem das coisas prepara sempre o caminho para mudanças, mas num longo reinado os motivos e as lembranças das inovações vão sendo esquecidos.”  (P. 31).

“[...] os homens mudam de governantes com grande facilidade, esperando sempre uma melhoria. Essa esperança os leva a se levantar em armas contra os atuais. E isto é um engano, pois a experiência demonstra mais tarde que a mudança foi pra pior.” (P. 32).

“Por este motivo, o príncipe precisará sempre do favor dos habitantes de um território para poder dominá-lo, por mais poderoso que seja seu exército” (P. 32).

“Note-se que é preciso tratar bem os homens ou então aniquilá-los. Eles se vingarão de pequenas injúrias, mas não poderão vingar-se de agressões graves;  por isso, só podemos injuriar alguém se não temermos sua vingança.” (P. 35).

“É o que ocorre com os negócios do Estado: pois a antevisão (o que só é dado ao homem prudente) dos males que virão torna possível curá-los facilmente. Porém, quando esses males se avolumam, por falta de tal previsão, de modo que todos podem já reconhecê-los, não há mais remédio que possa controlá-los.” (P. 38).

“Nos Estados governados por um príncipe e seus ministros, o monarca tem maior autoridade, pois em tais reinos ninguém é tido como superior. Se se obedece a alguém é porque se trata de um ministro ou funcionário do príncipe – o que não inspira qualquer estima particular.” (P. 44).

“E como um indivíduo que se torna príncipe pressupõe ter grande valor ou boa sorte, pareceria que uma dessas duas coisas contribuísse para diminuir as dificuldades. Contudo, os que têm sido menos afortunados se mantiveram melhor. A consolidação é facilitada também quando o príncipe é obrigado a morar pessoalmente nesse território, à falta de outros.” (P.50).

“Aqueles que se tornam príncipes pelo seu valor conquistam domínios com dificuldade, mas os mantêm facilmente; a dificuldade se origina em parte nas inovações que são obrigados a introduzir para organizar seu governo com segurança.” (P. 51).

“Aqueles que se tornam príncipes exclusivamente pela sorte empregam nisso pouco trabalho, mas só a muito custo se mantêm na nova posição. [...] Nestes casos há uma completa dependência da sorte e da vontade dos que tornaram possível sua ascensão ao poder – ambas qualidades muito volúveis e instáveis.” (P. 54).

“Há ainda duas maneiras de se tornar príncipe, que não podem ser atribuídas exclusivamente à sorte ou ao merecimento, que não devem ser silenciadas, embora uma delas pudesse ser examinada mais amplamente se estivéssemos estudando as repúblicas. Consiste em tornar-se soberano por algum meio vil, ou criminoso, ou pelo favor dos concidadãos.” (P. 64).

"De onde se deve observar que, ao tomar um Estado, o conquistador deve praticar todas as necessárias crueldades ao mesmo tempo, evitando ter de repeti-las a cada dia; assim tranquilizará o povo, sem fazer inovações, seduzindo-o depois com benefícios.” (P. 69).

“Quem chega ao poder com a ajuda dos ricos tem maior dificuldade em manter-se no governo do que quem é apoiado pelo povo, pois está rodeado de indivíduos que a ele se igualam, e não pode assim dirigi-lo ou ordenar tudo o que lhe apraz.” (P. 71).

“Mas quando se trata de um príncipe animoso que se apoie no povo (que possa comandar), que não se amedronte na adversidade e não deixe de se preparar; alguém que com seu próprio valor e com as medidas que toma, inflame a massa, nunca se decepcionará com o povo.” (P. 73).

“Ao examinar as qualidades dos principados, é necessário considerar um outro ponto, a saber: se é tal a situação do príncipe que em caso de necessidade ele se pode manter por si, ou se precisa sempre do auxílio alheio” (P.75).

“De onde se vê que, tudo considerado, um príncipe prudente não terá dificuldade em sustentar o ânimo dos seus súditos, tanto no início como no transcurso do estado de sítio, desde que possua provisões e meios para se defender” (P. 77).

“Resta-nos falar sobre os Estados eclesiásticos, em que todas as dificuldades se situam no período que precede a sua conquista. Conquistados com o mérito ou com a sorte, nem de um nem da outra é preciso para conservá-los, pois são sustentados por antigos costumes religiosos. [...] Só esses príncipes podem ter Estados sem defendê-los e súditos sem governá-los; e seus Estados, mesmo sem ser defendidos, não lhe são tomados.” (P. 78).

“As tropas com que um príncipe defende seus domínios podem ser próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas.” (P. 81).

“E a experiência demonstra que só os príncipes e as repúblicas armadas obtêm grandes progressos, pois as forças mercenárias só sabem causar danos; e também que uma república que tenha exército próprio se submeterá mais docilmente ao domínio de um dos seus cidadãos do que uma república com armas mercenárias.” (P. 83).

“As tropas auxiliares podem ser em si mesmas eficazes, mas são sempre perigosas para os que dela se valem – se são vencidas isto representa uma derrota; se vencem, aprisionam quem as utiliza.” (P. 87).

“Em conclusão, nenhum príncipe pode ter segurança sem seu próprio exército, pois, sem ele, dependerá inteiramente da sorte, sem meios confiáveis de defesa, quando surgirem dificuldades.” (P. 91).

“Os príncipes, por conseguinte, não deveriam ter outro objetivo ou pensamento além da guerra, a organização e disciplina das tropas, nem estudar qualquer outro assunto; pois esta é a única arte que se espera de quem comanda.” (P. 92).

“São esses os métodos que deve seguir um príncipe prudente, nunca permanecendo ocioso em tempos de paz, mas, ao contrário, capitalizando experiência, de modo que qualquer mudança da sorte o encontre sempre preparado para resistir aos golpes adversidade, impondo-se a ela.” (P. 95).

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