Fichamento o que faz do brasil Brasil
Por: 123iii • 21/8/2017 • Trabalho acadêmico • 9.894 Palavras (40 Páginas) • 1.079 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS
Curso de Graduação em Direito- Antropologia
Mariana Rocha Nunes
ANTROPOLOGIA
O Trabalho Acadêmico: Fichamento do livro “ O que faz o brasil, Brasil”
Roberto DaMatta
Belo Horizonte
2017
Antropologia | ||
O que faz o brasil, Brasil? | ||
Capitulo 1: O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade | ||
Roberto DaMatta aborda sobre a diferença do brasil com b minúsculo e o Brasil com B maiúsculo, o brasil que não tem vida, não tem cor, é um objeto inanimado, já o Brasil com B maiúsculo possui cultura, espaço geográfico, pessoas, famílias, vidas, características próprias, sua particiularidade. “O “brasil” com b minúsculo é apenas um objeto sem vida”(DAMATTA, 1986, p.7) “Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente” (DAMATTA, 1986, p. 8)
O Brasil com B maiúsculo segundo o autor Roberto Damatta, é o Brasil em que vivemos e estamos e que está por toda parte. “Aqui, portanto, o Brasil está em toda parte: ou melhor, pode ser encontrado em toda parte” (DAMATTA, 1986, p.9)
Segundo o autor Damatta, cada sociedade possui sua particularidade, que à faz ser única e possibilita a identificação de cada povo, sociedade através de suas características. “ Cada sociedade ( e cada ser humano) apenas se utiliza de um número limitado de “coisas” ( e de experiências) para construir-se como algo único, maravilhoso, divino e “legal”...” ( DAMATTA 1986, P. 11) O autor ainda aborta a questão sobre o que faz o individuo ser brasileiro realmente. “O que faz o ser humano realizar-se concretamente como brasileiro é sua disponibilidade de ser assim” (DAMATTA 1986, p.12) Roberto DaMatta escreve sobre a pergunta inicial, “O que faz o brasil, Brasil?” e a responde em partes. “o que faz o brasil, Brasil é uma imensa, uma inesgotável criatividade acasaladora.” (DAMATTA, 1986, P.14)
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Nesse capitulo o autor Roberto DaMatta abordou principalmente sobre a diferença do brasil com b minúsculo e o Brasil com B maiúsculo, abordando também a questão da identidade social, que cada individuo tem e ainda afirmou que cada sociedade possui sua particularidade o que tona cada grupo, sociedade e país únicos. |
Antropologia | ||
O que faz o brasil, Brasil? | ||
Capitulo 2: A casa, a rua e o trabalho | ||
Segundo Roberto DaMatta existe uma divisão entre casa e rua, uma vez que na casa é um lugar mais calmo, tranquilo, já a rua é mais movimentada, é um espaço para lazer. “Há uma divisão clara entre dois espaços sociais fundamentais que dividem a vida social brasileira: o mundo da casa e o mundo da rua – onde estão, teoricamente, o trabalho, o movimento, a surpresa, e a tentação.”(DAMATTA, 1986, p. 15) DaMatta afirma que a “casa” vai muito além do seu espaço físico onde dormimos convivemos com nossos familiares, é um espaço que possui outros valores, pessoas importantes. “ quando falamos da “casa”, não estamos nos referindo simplesmente a um local onde dormimos, comemos ou que usamos para estar abrigados do vento, do frio ou da chuva. Mas – isto sim – estamos nos referindo a um espaço profundamente totalizado numa fonte moral” (DAMATTA, 1986, p.16)
O autor ainda escreve sobre a singularidade que, nós, brasileiros temos das casas, que é única e exclusiva, por mais que se pareçam por possuírem cômodos iguais, as casas são diferentes, cada uma é singular no seu jeito. Como a casa vai além do espaço físico isso que a torna diferente, especial e única. “ A conjunção de tudo isso faz com que nós, brasileiros, tenhamos uma percepção de nossas moradas como lugares singulares, espaços exclusivos. Pois cada casa embora tenha os mesmos espaços e basicamente os mesmos objetos de todas as outras, é diferente delas. Todas são únicas” (DAMATTA, 1986, p. 17)
Segundo o autor Roberto DaMatta, as coisas em nossas casas servem para diferenciar, os cães, os gatos, as plantas, diferenciar para o bem , pois só colocamos em nossas casas aquilo que julgamos ser bom. “Tudo, afinal de contas, que está no espaço da nossa casa é bom, é belo e é, sobretudo, descente.” (DAMATTA, 1986, p.18)
O autor ainda afirma que os objetos, animais, plantas que estão em nossas casas não servem para sua função prática e sim para diferenciar e ajuda a entender nossa identidade social. “De fato, são criados para diferenciar e não para cumprir qualquer função prática. Assim, como nós e nos ajudam a estabelecer nossa mais profunda identidade social, como membros diferenciados de um mundo anônimo e asfaltado onde ninguém conhece ninguém” (DAMATTA, 1986, p. 18) O autor descreve como a rua é vista, como ela é para os brasileiros, a diferença da casa onde se existe afeto e da rua onde se existe individualismo. “ e a rua: o mundo exterior que se mede pela “luta” pela competição e pelo anonimato cruel de individualidades e individualismo.” (DAMATTA, 1986, p.19)
Roberto DaMatta afirmou que a rua e a casa vão além de apenas espaços físicos, geográficos que em ambas possuem modos de ler, viver e entender o mundo em que vivemos, a sociedade em que vivemos, ambas possuem uma carga que vai além, muito além, do seu espaço físico. “Quer dizer, quando observamos que a casa contém todas essas dimensões, temos que nos dar conta de que vivemos numa sociedade onde casa e rua são mais que meros espaços geográficos. São modos de ler, explicar e falar do mundo” (DAMATTA, 1986, p.19-20)
O autor enunciou sobre a rua, pois até então deu enfoque na casa, para o autor a rua e a casa são muito diferentes, na visão do mesmo cada uma tem sua historia e modo de ser vista, porém são muito diferentes, uma vez que para ele a rua é um lugar de luta, movimento, onde existe crueldade e as dificuldades da vida. “De fato, falamos de “rua” como um lugar de “luta”, de “batalha”, espaço cujo a crueldade se dá no fato de contrair frontalmente todas as nossas vontades. Daí por que dizemos que a rua é equivalente à “ dura realidade da vida”. O fluxo da vida com suas contradições e durezas e surpresas, está certamente na rua” (DAMATTA, 1987, p.20)
Para o autor a rua não é um lugar seguro, é um lugar perigoso, que existe muita maldade, que é cruel, ruim, não tem amor, amizade. “É um local perigoso conforme atesta o ritual aflitivo e complexo que realizamos quando um filho nosso sai sozinho, pela primeira vez, para ir ao cinema, ao baile, ou à escola.” (DAMATTA, 1987, p.20)
O Autor faz uma comparação falando sobre a casa e a rua ele afirma que: “No Brasil, rua e casa são como os dois lados de uma mesma moeda. O que se perde de um lado, ganha-se do outro o que é negado em casa – como o sexo e o trabalho–, tem -se na rua.” (DAMATTA, 1986, P.20)
Segundo o autor, para o brasileiro o trabalho é como se fosse um castigo, algo ruim que todos estão fadados, pois todos precisam trabalhar. “Trabalho que no nosso sistema é concebido como castigo” (DAMATTA, 1986, p. 21)
Roberto DaMatta ainda escreve sobre o fato do brasileiro considerar que não é possível se enriquecer sendo honesto e ter dignidade, o jeito malandro ainda é glorificado, aquela pessoa que ganha dinheiro fazendo o mínimo de esforço possível. “O fato é que não temos a glorificação do trabalhador, nem a idéia de que a rua e o trabalho são locais onde se pode honestamente enriquecer e ganhar dignidade. Para nós, esses espaços e essa mediação entre casa e rua pelo trabalho são algo muito complexo” (DAMATTA, 1986, p. 22) O autor ainda revela o fato de que no Brasil, as relações de trabalho muitas vezes são econômicas e morais, o que faz o patrão exercer um duplo controle, os empregados confundem uma relação que deveria ser apenas econômica e passam a ter um laço pessoal, uma amizade, o que não é o certo a se fazer, Roberto DaMatta ainda da um exemplo recorrente sobre isso, que é: “O caso mais típico e mais claro dessa problemática –muito complexa e a meu ver ainda pouco estudada– é o das chamadas “empregadas domésticas”, as quais são pessoas que, vivendo nas casas dos seus patrões, realizam aquilo que, em casa, está banido por definição: o trabalho. Nessa situação elas repetem a mesma situação dos escravos da casa de antigamente, permitindo confundir relações morais e intimidade e simpatia com uma relação puramente econômica” (DAMATTA, 1986, p. 22-23) O autor ainda afirma que o conceito de trabalho é confundida no Brasil. “O fato, porém, é a que a concepção de trabalho fica confundida num sistema onde as mediações entre casa e rua são tão complexas” (DAMATTA, 1986, p. 22) | ||
Nesse capitulo o autor aborda a temática que envolve a casa,rua e trabalho, para ele a casa é lugar onde somos reconhecidos, é um lugar único, onde cada casa tem sua particularidade, que vai além do espaço geográfico, já a rua é um lugar perigoso onde somos todos anônimos, ninguém sabe quem somos, a rua é um lugar movimentado que é ckruel, perigoso, não tem o conceito de amor, amizade, e por fim, Roberto DaMatta, aborda a questão do trabalho, que para o brasileiro, é um castigo, que infelizmente todos estão fadados a viver, o trabalho é muitas vezes confundido, é apenas uma relação econômica, porém, muitos brasileiros confundem isso, levando para o pessoal, tornando essa relação moral e intima em vez de apenas econômica. |
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