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Funções Mentais Superiores (Psicologia Jurídica)

Por:   •  5/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.101 Palavras (9 Páginas)  •  547 Visualizações

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Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

Psicologia Jurídica

FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES

Sensação

Amanda Bernardes Caparelli

Jaqueline Teixeira da Silva

Laura Machado Alves  

Luis Henrique Soares Alves

Wesley Lopes Alves

Passos

2016


Sumário

1.SENSAÇÃO        

1.1 O condicionamento entre mente e cérebro        

2. Conceito de sensação        

2.1 Estímulos        

2.2 Sensação, emoção e informação        

1.SENSAÇÃO

1.1 O condicionamento entre mente e cérebro

A princípio, cabe aqui, expormos de que a concepção de mente e cérebro ainda que sejam debatidas e estudadas a séculos ainda são duas pretensões as quais são motivos de discussões, haja vista que para a filosofia cartesiana ver-se-á de que não há ligação entre mente e cérebro, ou seja, com o pragmatismo religioso a mente é tida como “organismo” a qual independe do corpo, assim sendo ter-se-á o cérebro como um órgão que atua de modo independente da mente, ou seja, o pensar, tenha-se aqui como mente, é um fator exterior do corpo, mas que é fator condicionante para o funcionamento do corpo, por meio do cérebro.

E dentro desta visão, cartesiana, vê-se a grande atuação de René Descartes, grande filósofo, físico e matemático, Francês, que trouxe grandes percepções para a filosofia e psicologia atual. Assim sendo, Descartes nos remonta a sua concepção de que “Penso, logo, existo”, onde o fator de existir está atrelado exclusivamente ao pensar, em que a mente, fator extrínseco, atua de modo afirmativo sobre a condição de existir, que aqui entende-se pelo funcionamento do cérebro, ou seja, a mente, pensamento, é a mola propulsora para a condição de existir que por sua vez é a condição do funcionamento do corpo e das funções mentais superiores, por meio do cérebro.

Entretanto, na visão de António Rosa Damásio, medico neurologista, neurocientista português, em sua obra “O erro de Descartes” a visão de Descartes se mostra como sendo preocupante, tenha visto a sua colocação, onde mente e cérebro são colocadas como duas abissais:  

A preocupação é dirigida tanto à noção dualista com a qual Descartes separa a mente do cérebro e do corpo como às variantes modernas dessa noção: por exemplo, a ideia de que mente e cérebro estão relacionados mas apenas no sentido de a mente ser o programa de software que corre numa parte do hardware chamado cérebro; ou que cérebro e corpo estão relacionados, mas apenas no sentido de o primeiro não conseguir sobreviver sem a manutenção que o segundo lhe oferece. (DAMÁSIO, 1994, p.255)

Para Damásio, a visão de Descartes se mostra equivocada, haja vista que a função “Penso, logo, existo” é observada como excludente da visão sistematizada a qual se tem do corpo atualmente, ou seja, a visão de que mente, corpo e cérebro estão interligados e correlatos entre si, além disso a visão de Descartes coloca como sendo a ligação de que deve-se pensar para posteriormente existir, ou seja, penso, logo, tenho vida.

 Assim sendo, para Damásio:

A afirmação sugere que pensar e ter consciência de pensar são os verdadeiros substratos de existir. E, como sabemos que Descartes via o ato de pensar como uma atividade separada do corpo, essa afirmação celebra a separação da mente, a “coisa pensante” (res cogitans), do corpo não pensante, o qual tem extensão e partes mecânicas (res extensa). (DAMÁSIO, 1994, p.255)

E sobre esse prisma, Damásio, nos remonta a posição de que o ato de existir é fator que condiciona o pensar e não tal qual Descartes prega que deve-se pensar para logo existir. Ou seja, para Damásio, o ato de o corpo exercer funções, tal qual o pensamento, é fator exclusivo de se existir (Existo, Logo, Penso) e para Descartes é preciso pensar para posteriormente existir, não podendo o corpo exercer funções sem que haja o pensamento para estimular essas funções. Sendo assim:

Para nós, portanto, no princípio foi a existência e só mais tarde chegou o pensamento. E para nós, no presente, quando vimos ao mundo e nos desenvolvemos, começamos ainda por existir e só mais tarde pensamos. Existimos e depois pensamos e só pensamos na medida em que existimos, visto o pensamento ser, na verdade, causado por estruturas e operações do ser. (DAMÁSIO, 1994, p.256)

A partir de ambas as exposições, onde se mostram controvérsias, ver-se-á que para psicologia moderna a visão de Descartes se mostra mais concatenada, tenha visto as grandes pesquisas que trabalham em prol da mente, tal como sendo fator que influencia no modo de agir, e vê-se aqui as terapias mentais. Extirpando a visão de que o cérebro que altera o pensamento, em que o tratamento deve ser realizado no cérebro e não na mente. Sendo assim, todo o trabalho se voltará para a condição de que para que haja o funcionamento do cérebro é preciso antes do pensamento.

2. Conceito de sensação

Após toda a contextualização apresentada anteriormente, percebe-se de que o trabalho abordará a sensação tal como sendo exposta a mente e que posteriormente será induzida ao funcionamento do cérebro, que por sua vez fará a ativação de comportamentos ao longo do corpo, entretanto, a sensação, em si, não pode ser estudada de modo independente, assim como todas as demais funções mentais superiores, além de conceitos aos quais devem ser abordados para que se possa compreender toda a estrutura da sensação. Para tanto, veremos de que para Fioreli e Mangini (2010, p. 11) sensação se constitui em: “[...] um processo contínuo, que se inicia com a recepção do estímulo (interno ou externo ao corpo) até a interpretação da informação pelo cérebro, valendo-se de conteúdos nele armazenados. A partir de então, a apresentação nos direciona a buscar e interpretar os estímulos para posteriormente compreendermos a sensação.

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